sáb
20
out
2018

WhatsApp

Cerca de 340 mil pessoas na Paraíba podem ter sido impactadas pelas mensagens enviadas em massa através do WhatsApp com conteúdo a favor do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) e contra Fernando Haddad (PT), após contratação de pacotes por empresários. Um dos bancos de dados pertence a Quickmobile, empresa contratada por, segundo reportagem da Folha de São Paulo, aproximadamente R$ 12 milhões. Esta ação não é permitida pela legislação eleitoral, pois pode caracterizar abuso de poder econômico. Além disso, o valor pode ser caracterizado como valor de campanha não declarado, caso seja comprovado ligação com o candidato do PSL.

“Aqui vai a melhor dica para chegar lá nas eleições”, diz trecho da propaganda enviada pela empresa Quickmobile para marqueteiros eleitorais. “São disparos que atingem 100% das pessoas com celular, o que corresponde a 99% dos eleitores”, segue. As mensagens foram obtidas pelo Correio Braziliense. Conforme a publicação, as empresas oferecem o disparo para uma base de dados própria, o que também é proibido pelo TSE. Os bancos com cadastros de eleitores só podem ser criados pelos próprios partidos, candidatos e coligações.

Quadro, divulgado junto com mensagem da empresa de comunicação, demonstra alcance dos disparos de mensagens. Na Paraíba, este número seria de 340 mil contas de WhatsApp. Imagem foi divulgada pelo veículo brasiliense.

campanha pró-Bolsonaro no WhatsApp_impacto na PB

Impacto

De acordo com Ricardo Oliveira, empresário e mestre em Comunicação Digital pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o envio em massa de conteúdos pode, de fato, influenciar na decisão do eleitor. “Pode influenciar o peso da visão das pessoas sobre determinados assuntos e, por consequência, influenciar o voto”, afirmou ao Blog do Gordinho.

Um dos assuntos mais comentados no Twitter na quinta-feira (18) foi “#MarqueteirosDoJair”, onde apoiadores do candidato publicavam relatos de que faziam campanha grátis para o capitão reformado. Ricardo ressalta que há uma diferença com relação a assuntos que alcançam notoriedade de forma orgânica (natural) e os que são impulsionados – e, por isso, viralizados de maneira que passam a impressão de participação apenas da militância.

“O que a gente tem que observar é que uma coisa é trazer a percepção de que espontaneamente as pessoas se propuseram a propagar as coisas – propagar informação, apoiar um candidato, denegrir outro. A outra questão é quando entendemos que impulsionar certos tipos de conteúdo massivamente pode trazer a falsa impressão, para um certo público, de que aquela coisa impulsionada é verdade”, explicou. “Que é o caso das notícias falsas, ou do que estamos chamando de ecossistema de desinformação”, completou.

Por muitos desprezado, por se tratar do ambiente virtual e alegarem que não influencia em decisões reais, o conteúdo recebido pode ter interferências reais nas convicções do eleitor. Oliveira destaca que não há mais distinção entre mundo virtual e mundo real, e que a virtualidade já está inserida no cotidiano da sociedade. Portanto, a mensagem recebida neste tipo de ação massiva pode ter “impacto na vida geral, porque essa vida geral é digital também”.

WhatsApp notifica empresas

O WhatsApp enviou notificação extrajudicial para as agências Quickmobile, Yacows, Croc Services e SMS Market determinando que parem de fazer envio de mensagens em massa e de utilizar números de celulares obtidos pela internet, que as empresas usavam para aumentar o alcance de grupos na rede social. A empresa também baniu as contas do WhatsApp associadas a essas agências. Uma das contas excluídas, ao que parece, foi a do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidenciável Jair Bolsonaro.

O Ministério Público e a Polícia Federal devem iniciar investigações sobre o suposto pagamento de impulsionamento a favor de Bolsonaro por empresários. Três ações sobre irregularidades na campanha dele pela internet foram apresentadas ontem à Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) e ao TSE: do PT e dos deputados Jean Wyllys (PSol-RJ) e Jorge Solla (PT-BA). Com informações Blog do Gordinho.

WSCOM


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