“Os homens sábios usam as palavras para os seus próprios cálculos, e raciocinam com elas, mas elas são o dinheiro dos tolos”.

Thomas Hobbes (1588-1679), filósofo inglês, autor de Leviatã

dom
19
abr
2015

Ficou uma beleza, ficou um primor, ficou arretado mesmo o livro de Paulo Mariano, “Princesa, antes e depois de trinta”, a ser lançado dia 21 do mês vindouro em Princesa Isabel, durante uma festa que, tenho absoluta certeza, vai arrebentar a boca do balão.

Blog do Tião Lucena


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dom
19
abr
2015

PREVISÃO 19

Este domingo (19) é de céu parcialmente nublado  e apresenta possibilidade (5%) mínima de chuva em Princesa Isabel, Manaíra, São José de Princesa, Água Branca, Tavares e Juru, de acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC).

Na maioria dos municípios, a temperatura máxima prevista é de 29°C, e a mínima, de 15°C.

Abaixo, a previsão do Centro para a região Nordeste:

No litoral norte, litoral de SE, norte da região, e oeste da BA: variação de nuvens e pancadas de chuva isoladas a qualquer hora. No nordeste da BA, e em SE e AL: chuvas isoladas. No leste : muitas nuvens. No interior da BA: variação de nuvens. Nas demais áreas da região: sol e poucas nuvens. Temperatura estável. Temperatura máxima: 34°C no nordeste da BA. Temperatura mínima: 18°C no interior da BA.


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dom
19
abr
2015

O Brejo paraibano ganhou, nesse sábado (18), a nova sede da 2ª Ciretran. O governador Ricardo Coutinho inaugurou as instalações do novo equipamento em Guarabira. Na obra, foram investidos R$ 2,3 milhões.

Na avaliação do governador, a nova Ciretran, além de trazer mais conforto aos usuários, vai disponibilizar atendimento de qualidade. “É importante a qualificação de nossos espaços para que a população possa ser atendida melhor. Nós estamos inaugurando hoje essa Ciretran, temos a de Piancó, a de Sousa, a Ciretran do Valentina Figueiredo, em João Pessoa e fico feliz porque são todas as áreas do Governo que estão atuando e, naturalmente, Guarabira precisava de uma Ciretran com estética bonita mas também com funcionalidade, que é isto que nós vamos ter aqui”, adiantou Ricardo.

O governador avaliou que a Paraíba vivencia um tempo diferente quando o Governo prioriza ações em todos os

municípios, não apenas nas maiores cidades. “Eu fui eleito para agir dessa forma e acho que a Paraíba deu saltos extraordinários. Hoje inauguramos estradas e esta Ciretran de Guarabira”, comentou.

A vice-governadora Lígia Feliciano observou que a nova Ciretran de Guarabira amplia e qualifica os serviços para usuários de todo o Brejo. O deputado estadual Gervásio Maia Filho afirmou que a região ganhou uma Ciretran moderna equipada para facilitar a vida das pessoas de diversas cidades.

Ciretran – A nova sede da 2ª Ciretran do município de Guarabira está instalada na Avenida Feliciano Batista de Amorim, s/n, e passou a contar com salas amplas, climatizadas e completamente informatizadas e ainda com uma nova pista de provas práticas, a fim de garantir um ambiente confortável aos servidores e usuários.

A capacidade de atendimento para candidatos na emissão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vai ser aumentada acabando com a demanda reprimida, pois as provas teóricas que eram aplicadas apenas uma vez por semana passarão a ser aplicadas duas vezes.

O superintendente do Departamento Estadual de Trânsito da Paraíba (Detran-PB), Aristeu Chaves, declarou que a nova sede da Ciretran dará melhor condição de trabalho aos servidores e portanto passarão a oferecer melhor serviço à comunidade.

De acordo com o superintendente, com a nova sede, os testes psicológicos que tinham seus atendimentos feitos nas clínicas do município agora serão realizados na nova Ciretran de Guarabira.

No local, o Detran vai contar com uma parceria junto à Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) no processo de habilitação de novos motoristas. Os professores da universidade acompanharão os candidatos na aplicação das provas teóricas através do meio eletrônico.

A 2ª Ciretran oferece todos os serviços disponibilizados pelo Detran para 13 municípios. Contam com esse atendimento as cidades Guarabira, Araçagi, Cuitegi, Pilões, Pilõezinhos, Belém, Caiçara, Logradouro, Lagoa de Dentro, Duas Estradas, Araruna, Dona Inês e Pirpirituba.

Ainda participaram da inauguração, o deputado federal Damião Feliciano, o deputado estadual Hervázio Bezerra, os secretários João Azevedo (Infraestrutura, Recursos Hídricos, Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia), Efraim Morais (secretário de Estado do Governo), Célio Alves (executivo da Comunicação), entre outros auxiliares e lideranças da região.

Secom-PB


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dom
19
abr
2015


Parlamentares e advogados públicos declararam apoio as propostas (Crédito: WSCOM Online)

A Advocacia Pública brasileira ganhou o apoio de dois importantes parlamentares paraibanos na luta pela aprovação das Propostas de Emenda à Constituição (PECs) 82/2007 e 443/2009, em tramitação na Câmara dos Deputados. Os deputados federais Veneziano Vital do Rêgo (PMDB) e Efraim Filho (Democratas) confirmaram, nesta sexta-feira (17), em João Pessoa, o voto favorável as matérias que asseguram, respectivamente, a autonomia da advocacia pública e o fortalecimento da gestão pública, e a simetria remuneratória entre as funções essenciais à Justiça.

Os deputados participaram de audiência pública no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Paraíba (OAB-PB). O evento reuniu várias autoridades e teve como foco a promoção do debate sobre as duas emendas à constituição, que beneficiam advogados da União, da Fazenda, autarquias, além de procuradores de Estado e municípios.

Veneziano Vital do Rêgo disse que assim que assumiu o mandato, em fevereiro deste ano, logo tomou conhecimento pelos advogados públicos paraibanos sobre as duas propostas. Neto e filho de procuradores do Estado, ele afirmou que não tinha como se posicionar contrário as matérias que visam à segurança, a eficiência e a legalidade da gestão pública.

“Existem algumas matérias que são tão fortes em seus argumentos, que são tão importantes nas consequências que delas podem surgir que eu acredito plenamente que haverá uma ampla adesão por parte da Câmara Federal e do Senado, inobstante alguns obstáculos que temos que superar. Penso pelo sentimento de percepção que identifico em meus pares que, majoritariamente, os parlamentares têm a certeza da necessidade de aprovarmos, tanto a PEC 82 como a PEC 443. Inevitavelmente essas duas propostas serão aprovadas ainda no curso deste ano”, disse.

O deputado Efraim Filho afirmou que é dever do Congresso Nacional criar meios de valorização da Advocacia Pública. Segundo ele, a autonomia das diversas categorias que compõem este ramo do direito possibilitará a valorização, o balizamento na aplicação da lei e a continuidade de uma defesa eficaz dos interesses da sociedade.

“Precisamos ter pessoas na gestão pública que sejam advogados do Estado e não advogados de Governo, que defendem os interesses de gestores, que muitas vezes são contrários aos interesses da sociedade. É isso que os advogados públicos estão pleiteando, a autonomia e a independência para poderem defender os interesses da sociedade, do poder público e não dos seus governantes, seja em nível Federal, Estadual ou Municipal”, comentou.

Agradecimento pelo apoio

A presidente da Associação dos Procuradores do Estado da Paraíba (Aspas), a procuradora Sanny Japiassú, agradeceu a bancada federal paraibana pelo apoio em relação às duas matérias. “Os nossos representantes têm contribuído e entendido que o nosso papel, enquanto advogados públicos, é de sermos parceiros do gestor probo, viabilizador de políticas pública daquele que quer fazer a coisa corretamente. Então, o gestor que tem responsabilidade e compromisso com a gestão e com a legalidade, não pode se comportar diferente, ou seja, ele buscará ter advogados públicos firmes, competentes e trabalhadores ao seu lado”, afirmou.

O evento contou também com as presenças do presidente da OAB-PB, Odon Bezerra; do vice-presidente, Vital Bezerra Lopes; do secretário geral, Valberto Azevedo; de representantes da Procuradoria Geral do Estado (PGE); da Procuradoria Federal da Paraíba; da Procuradoria da Fazenda Nacional na Paraíba; da Procuradoria Geral do Município de João Pessoa; da Associação Nacional dos Procuradores Federais (ANPAF); da Controladoria Geral da União (CGU); da Advocacia Geral da União (AGU); da União dos Advogados Públicos Federais do Brasil (UNAFE); da Associação Nacional dos Advogados da União (ANAUNI); e do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional SINPROFAZ) para audiência pública.

SOBRE AS PECs

A PEC 82 atribui autonomia funcional e prerrogativas aos membros da Advocacia da União, Procuradoria da Fazenda Nacional, Procuradoria-Geral Federal, Procuradoria das autarquias e às Procuradorias dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Já a PEC 443/2009 fixa como parâmetro para a remuneração dos advogados públicos um subsídio correspondente a 90,25% dos vencimentos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), teto do funcionalismo.

WSCOM Online


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dom
19
abr
2015

O líder da oposição na Assembleia Legislativa, deputado estadual Renato Gadelha (PSC), abriu um debate polêmico ao defender o parlamentarismo como sistema de governo no lugar do presidencialismo e afirmou que existe uma tentativa de ditadura das minorias.

Para Gadelha, a história brasileira mostra que o regime presidencialista é de crises e lembrou a história desde 1930 com a revolução Vargas, onde tiveram 15 anos de ditadura, nos anos 60 a ditadura militar que durou 21 anos. “Fora o golpe no presidente João Goulart, a tentativa de golpe em Juscelino kubitschek, a renúncia de Jânio Quadros… É um regime que copiamos do americano e que se quer perpetuar, infelizmente, o Brasil peca muito nesse aspecto, sou parlamentarista por essência”, diz.

Gadelha afirmou que se hoje o Brasil vivesse num regime parlamentarista já teria sido dissolvido o parlamento e convocado novas eleições e novo governo se instalaria.

“Em momentos de crise é a forma mais rápida de se modificar o governo. Espero que o congresso coloque em pauta a votação sobre o sistema de governo porque a Europa toda é parlamentarista e tem um sistema muito bem administrado, sem crises, sem violência e com decência”, concluiu, esquecendo-se que a atual crise financeira mundial iniciou-se na Europa.

Paraiba.com.br


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dom
19
abr
2015

Gestores criam Associação dos Municípios do Brejo e Curimataú da Paraíba
Encontro dos prefeitos foi em Bananeiras

Prefeitos de várias cidades do Brejo e Curimataú da Paraíba, se encontraram em Bananeiras nessa sexta-feira, 17 de abril. Entre os vários temas abordados, esteve a criação da Associação dos Municípios do Brejo e Curimataú Paraibano, onde o prefeito de Bananeiras, Douglas Lucena, foi eleito presidente, e o Consórcio de Saúde, a ser concretizado em outro momento.

A partir da criação da Associação, foi sugerido uma pauta comum de reivindicações a ser encaminhada ao Governo do Estado e ao Governo Federal, onde se destacou o abastecimento de água – volta dos carros pipas e perfurações de poços -, habitação e liberação de recursos para a saúde.

O prefeito de Solânea, Beto do Brasil, disse que a união entre os Gestores é importante para o desenvolvimento da região, pois suas reivindicações ganharão mais força.

Para o prefeito anfitrião da reunião, Douglas Lucena, o saldo foi positivo e demonstra a maturidade dos Gestores. “O saldo foi extremamente positivo, com a presença de vários prefeitos, numa demonstração clara de que esses gestores estão amadurecendo para pensar os problemas de forma coletiva e buscar soluções juntos. Com essa capacidade de diálogo nós temos a condição de traçar um rumo de crescimento sustentável para o Brejo e Curimataú Paraibano”, comentou.

Em maio, quando ocorre a Marcha dos Prefeitos em Brasília, a Associação já deve apresentar uma pauta coletiva onde deve apresentar, entre outras, uma proposta para a reforma política.
Os prefeitos agora irão discutir a criação de um Consórcio de Saúde para os municípios.

Participaram do encontro, os prefeitos: Adriana – Pilões, Alcione Beltrão – Alagoinha, Paula Maranhão – Borborema, Beto do Brasil – Solânea, Edgar Gama – Belém, Guilherminho – Cuitegi, Erivan Bezerra – Tacima, Fábio Moura – Riachão, Antônio Justino – Dona Inês, Lucílio – Damião, Júnior Félix (Sec. De administração) – Caiçara, Petrônio Freitas (Sec. De Administração e finanças) – Serraria.

ParlamentoPB


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dom
19
abr
2015

Índios Yanomami

A atual população indígena brasileira, segundo resultados preliminares do Censo Demográfico realizado pelo IBGE em 2010, é de 817.963 indígenas (aproximadamente 0,47% da população brasileira), dos quais 502.783 vivem na zona rural e 315.180 habitam as zonas urbanas brasileiras.

Há populações indígenas em todos os Estados da Federação, inclusive no Distrito Federal. A região Norte é a que concentra o maior número de indivíduos: 305.873 mil, sendo aproximadamente 37,4% do total. E a que tem menos indígenas é a região Sul.

Há, ainda, no Brasil, 69 referências de índios ainda não contatados, além de existirem grupos que estão requerendo o reconhecimento de sua condição indígena junto ao órgão federal indigenista.

Hoje, segundo dados do censo do IBGE realizado em 2010, a população brasileira soma 190 milhões de pessoas, das quais 817 mil são indígenas, representando 305 diferentes etnias. Foram registradas no país 274 línguas indígenas.

Os povos indígenas estão presentes tanto na área rural quanto na área urbana. Sendo que, cerca de 61% dos indígenas estão concentrados na área rural.

O povo Tikuna, residente no Amazonas, é o que apresenta a maior população. Em segundo lugar, em número de indígenas, vem o povo Guarani Kaiowá do Mato Grosso do Sul e em terceiro lugar os Kaingang da região Sul do Brasil.

índios tupinambás
Índios Tupinambás

Curiosidades:

– O número de etnias indígenas é maior do que o de línguas. Isso ocorre porque alguns povos indígenas deixaram de falar sua língua de origem em decorrência da violenta colonização que sofreram;

– Hoje, muitos povos indígenas são bilíngues (geralmente falam o seu próprio idioma e o português) ou multilíngues (falam mais de duas línguas). Algumas comunidades estão aprendendo na escola a língua de seu povo, que estava deixando de ser utilizada, principalmente entre os mais jovens;

– No Brasil, a grande maioria das comunidades indígenas vive em terras coletivas, declaradas pelo governo federal para seu uso exclusivo. As chamadas Terras Indígenas somam, hoje, 690;

– Muitas palavras que fazem parte do no nosso dia a dia têm origem indígena (cerca de 20 mil palavras). Alguns exemplos são: abacaxi, arapuca, arara, capim, catapora, cipó, cuia, cumbuca, cupim, jabuti, jacaré, jibóia, jururu, mandioca, mingau, minhoca, paçoca, peteca, pindaíba, pipoca, preá, sarará, tamanduá, tapera, taquara, toca, traíra, xará.

– Os índios brasileiros difundiram o uso da rede de dormir e a prática da peteca e do banho diário, costume desconhecido pelos europeus do século XVI.

EBC com informações da Funai


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dom
19
abr
2015

Landinho Ponciano se filia ao PCdoB e reforça grupo de Alexandra Braga em Conceição

O grupo do ex-prefeito de Conceição, Alexandre Braga, ganhou um reforço de peso nesta semana. Trata-se do engenheiro civil e empresário Francisco Ponciano, mais conhecido como Landinho, que se filiou ao PCdoB a convite da direção estadual e do ex-vereador Sterlan. Landinho começou sua trajetória política no curso de Engenharia Civil, militando no movimento estudantil até ser eleito presidente do Diretório Central dos Estudantes da UFPB.

“Sempre recebi convites para entrar de vez na política eleitoral, mas nunca tinha aceitado, pois antes de tudo busquei me fortalecer profissionalmente. Acredito que a política não deva ser encarada como profissão, mas como ferramenta de transformação social”, explicou Landinho.

Como morador da Residência Universitária, Landinho foi testemunha das necessidades que muitos estudantes carentes enfrentavam para conquistar o sonho de um curso superior. Tal realidade despertou sua consciência para lutar em benefício da coletividade.

“Sou de família humilde e cresci na vida através dos estudos. Me agarrei às poucas oportunidades que a vida me deu e fui à luta, superando todas as adversidades que um negro pobre ainda enfrenta em nosso país. Hoje quero ajudar a minha cidade e a nossa juventude, oferecendo a todos, seja rico ou pobre, o mesmo ponto de partida. O ponto de chegada vem do esforço individual de cada um”, afirma Landinho.

Durante sua passagem pelo DCE da UFPB, Landinho conquistou vitórias importantes para a comunidade acadêmica, como o aumento do número de meia-passagem no transporte intermunicipal, passando de 10 para 18 poltronas, construção da nova sede do DCE, ampliação das vagas do Restaurante Universitário da UFPB, abertura do segundo R.U e expansão da Residência Universitária.

O zelo com o dinheiro público foi mais uma marca de sua gestão no DCE da UFPB, sendo o primeiro presidente da entidade a realizar uma prestação de contas e enviar para o crivo do Ministério Público.

Profissionalmente, Landinho foi uns dos gerentes em áreas da transposição do Rio São Francisco, fortalecendo a cidade de Conceição com 330 empregos diretos.
O jovem empresário ratifica o alinhamento político ao ex-prefeito Alexandre Braga, e promete intensificar sua atuação em Conceição, que atualmente sofre com uma gestão inoperante.

Segundo Sterlan, presidente municipal do PCdoB, em 2016 o partido vai reivindicar espaço na majoritária e lançar uma chapa própria para vereador.

PB Agora com Ascom


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dom
19
abr
2015

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O presidente nacional do PT, Rui Falcão, divulgou uma longa carta após a reunião da Executiva Nacional em São Paulo, publicada neste sábado (18) pela Agência PT de Notícias, na qual ressalta a importância do partido para a história política e social do Brasil; ele afirma que "o PT e o governo tornaram-se alvos políticos da chamada Operação Lava-Jato"; Falcão acusa os responsáveis pelas investigações de "engajamento partidário" contra o PT e de "violência jurídica" semelhante à do julgamento da AP 470; "Criminosos apanhados numa rede de evasão fiscal e lavagem de dinheiro são premiados com privilégios penais e até financeiros, em troca de depoimentos que possam incriminar o PT e o governo", diz; "A transformação de um processo em espetáculo de mídia, o constrangimento que se tenta impor ao direito de defesa, a abolição do princípio da presunção de inocência e as arbitrariedades cometidas constituem uma ameaça não ao PT, mas à consciência jurídica da Nação. Estamos assistindo ao nascimento de um estado de exceção dentro do estado de direito, e contra isso o PT lutará, ao lado das forças democráticas da sociedade", avisa

247- O presidente nacional do PT, Rui Falcão, divulgou uma carta após a reunião da Executiva Nacional em São Paulo, publicada neste sábado (18) pela Agência PT de Notícias, na qual ressalta a importância do partido para a história política e social do Brasil. A mensagem relembra as transformações que os governos do PT proporcionaram aos brasileiros e as lutas históricas travadas pelo partido, que nunca foram abandonadas. Falcão destaca ainda os avanços na adoção de práticas republicanas, de transparência e no combate à corrupção.

"Foi nesse ambiente de arbitrariedade que o PT e o nosso governo tornaram-se alvos políticos da chamada Operação Lava-Jato. Conduzida por agentes do Estado que sequer disfarçam seu engajamento partidário, essa operação avançou pela trilha de violência jurídica aberta no julgamento da AP 470. Criminosos apanhados numa rede de evasão fiscal e lavagem de dinheiro – há muito conhecida pelo Judiciário e pelo Ministério Público do Paraná – são premiados com privilégios penais e até financeiros, em troca de depoimentos que possam incriminar o PT e o governo. Bandidos reincidentes são transformados em heróis, fazendo acusações sem provas, bastando que apontem para o PT e o governo", afirma ele.

"A transformação de um processo em espetáculo de mídia, o constrangimento que se tenta impor ao direito de defesa, a abolição do princípio da presunção de inocência e as arbitrariedades cometidas, supostamente em nome do combate à corrupção, constituem uma ameaça não ao PT, mas à consciência jurídica da Nação. Estamos assistindo ao nascimento de um estado de exceção dentro do estado de direito, e contra isso o PT lutará, ao lado das forças democráticas da sociedade", complementa.

Abaixo a carta na íntegra:

“MUDAR O PT PARA CONTINUAR MUDANDO O BRASIL

Companheiros e companheiras

Este texto é uma contribuição pessoal, de autoria múltipla, mas do qual assumo plena responsabilidade. Ofereço-a a quem queira difundi-la, debatê-la, criticá-la, editá-la parcialmente, aprofundá-la no que tem de superficial. Certamente, não agradará a todos(as), mas espero que sirva para nos ajudar a superar as dificuldades do momento. Sei que o PT é uma rica experiência partidária, construída com sangue, lágrimas, sofrimentos e esperanças de milhões. A ele dedicamos nossas vidas. Por isso mesmo, por suas raízes populares e força transformadora, os que hoje nos atacam não vencerão. Vamos à luta e por um 5 Congresso participativo, criativo e solidário. – Rui Falcão

O PT nasceu para ser diferente. E foi. O PT nasceu para mudar o Brasil. E mudou. Desde o início de nossa trajetória, em 1980, adotamos um novo modo de fazer política que contribuiu de maneira decisiva para ampliar e aprofundar a democracia no país. Crescemos lutando para que os excluídos tivessem voz e vez. Junto com os movimentos mais representativos da sociedade, resistimos ao injusto modelo neoliberal e conseguimos impedir que privatizassem completamente o patrimônio público brasileiro, construído com o sacrifício de gerações. E, a partir de 2003, chegando pelo voto popular ao governo federal, promovemos uma verdadeira – e pacífica – revolução social, que, pela primeira vez, colocou a inclusão dos mais pobres e o combate à desigualdade no centro da agenda nacional, libertando da fome e da miséria 36 milhões de pessoas, e provando que o país podia crescer em benefício de todos.

A contribuição do PT ao país é, pois, concreta, evidente, inegável. Ninguém de boa fé pode deixar de reconhecê-la. Pesquisadores e estudiosos de todo o mundo afirmam que, sem o PT, a história do Brasil pós-ditadura seria incomparavelmente menos democrática e justa. Ao implantar um novo modelo de desenvolvimento, baseado na solidariedade social, e combater com tanto sucesso a pobreza e a exclusão, o PT cumpriu uma notável missão ética e civilizatória, levando a população brasileira a atingir um patamar inédito de dignidade e cidadania.

Por que, então, somos hoje alvo da mais feroz campanha de desmoralização já lançada contra um partido político no Brasil? A quem serve esse verdadeiro massacre político e midiático? Quais são os seus reais objetivos?

É preciso dizer com toda a clareza: o ódio dos conservadores ao PT não é causado por nossos erros políticos, mas por causa dos nossos extraordinários acertos sociais, que contrariaram interesses poderosos e desafiaram preconceitos seculares.

Mas não podemos ignorar que nossas falhas e insuficiências políticas também contribuíram para desgastar a imagem do Partido, que passou a ser visto por muitos como uma legenda igual às outras, em descompasso com a sua história profundamente inovadora e com as expectativas que sempre despertamos na sociedade.

Para corrigir tais falhas, sem abrir mão das enormes conquistas sociais que obtivemos, e continuar impulsionando o país no rumo da prosperidade e da justiça, é preciso fazer uma reflexão autocrítica e enfrentar com humildade e coragem os desafios atuais – como o PT sempre foi capaz de fazer ao longo de sua caminhada.

Essa reflexão deve ser compartilhada não só com a militância petista, mas com os milhões de brasileiros e brasileiras que acreditam na luta por uma sociedade cada vez mais livre, justa e igualitária. Pois, o que está em jogo não é apenas a imagem de um partido, por mais importante que ele seja, mas o direito inalienável que tem o nosso país de continuar avançando no seu projeto de desenvolvimento soberano e sustentável.

A Grande Transformação – Nestes primeiros anos do século XXI, o Brasil despertou a atenção do mundo pela combinação virtuosa de um projeto sustentável de desenvolvimento nacional com um movimento de inclusão social sem precedentes, na vigência da democracia e das liberdades fundamentais. Só muito raramente se consegue que esses três fatores – econômico, social e político – coincidam no tempo das nações, criando oportunidades de progresso material e humano para o conjunto do País, tornando possível realizar sonhos coletivos longamente acalentados.

É, de fato, extraordinário que uma nação marcada secularmente pela desigualdade e concentração de renda, pela dependência econômica e por sistemas políticos autoritários e excludentes, tenha conseguido realizar tudo o que realizamos nos últimos 12 anos. A começar pela mais ética e simbólica de todas as transformações, que foi acabar com a fome em nosso país.

Esse novo Brasil, mais justo e mais democrático, é o resultado de uma grande aliança, liderada pelo PT, que envolveu partidos, movimentos sociais e amplos setores da sociedade num diálogo intenso e permanente.

Pela primeira vez as grandes políticas públicas passaram a ser elaboradas com forte participação cidadã. Os trabalhadores da cidade e do campo, as mulheres, os negros, os indígenas, a intelectualidade, a juventude, os defensores dos direitos humanos e da diversidade sexual e os ambientalistas assumiram um protagonismo efetivo nas definições de governo, por meio de conferências, conselhos e mesas permanentes de negociação. A sociedade civil deixou de ser mero objeto para tornar-se autêntico sujeito das escolhas do país, trazendo um sopro renovador e criativo para a vida pública.

E, sobretudo, os pobres e os assalariados foram instalados no coração de todas as políticas e ações do governo.

O Brasil que saiu do Mapa da Fome das Nações Unidas é o mesmo Brasil que se tornou uma das maiores economias globais; que dobrou a produção agrícola e se tornou um dos maiores exportadores mundiais de alimentos; que está entre os primeiros na indústria aeronáutica, de automóveis, de petróleo, na indústria química, de cimento, celulose, de vestuário, calçados, bebidas, na siderurgia, entre outros setores; que tem uma das mais sólidas posições em termos de reservas internacionais e se tornou um dos cinco maiores destinos de investimento externo direto no mundo.

É o mesmo Brasil que dobrou para 7 milhões as matrículas nas universidades, adotando as cotas para negros, indígenas e alunos de escolas públicas; que democratizou o acesso ao crédito e garantiu aumento real e constante dos salários; que criou 21 milhões de empregos formais, que assentou e criou condições para milhões de famílias produzirem no campo. Que começou a corrigir o injustificável desequilíbrio entre as regiões, levando obras de infraestrutura e grandes investimentos produtivos ao Nordeste e ao Norte do país. E que foi capaz de fazer tudo isso recuperando e garantindo a estabilidade econômica.

É um país que despertou a confiança de seu povo e conquistou o respeito internacional. Que passou a praticar, sem arrogância nem subserviência, uma política externa soberana, voltada para a integração latino-americana e caribenha, a cooperação com os povos da África e a parceria com os BRICS, sem prejuízo das suas tradicionais relações com a Europa e a América do Norte.

O PT Contra a Corrupção – A corrupção, tanto privada como pública, é um problema grave para qualquer país e, por isso, deve ser combatida com o máximo rigor, em caráter permanente. Seja no âmbito municipal, estadual ou federal, ela fere um dos princípios básicos da democracia, que é a igualdade de direitos – a isonomia – entre as empresas, as entidades, os indivíduos. Deturpa a vida econômica e civil, premiando indevidamente a concorrência desleal, os cartéis e monopólios, em prejuízo do legítimo interesse coletivo. A corrupção é um veneno moral, que degrada as pessoas e contamina a sociedade. Nenhum país conseguiu eliminar completamente a corrupção, mas é possível – e necessário – reduzir drasticamente essa prática, punindo duramente os que dela se valem, tornando-a cada vez mais difícil e arriscada.

O PT pode se orgulhar também de ter promovido, nesses 12 anos, os mais significativos avanços na adoção de práticas republicanas, de transparência do Estado e de combate à corrupção na esfera pública. Já no primeiro dia de governo, em janeiro de 2003, criamos a Controladoria Geral da União, institucionalizando em nível ministerial a fiscalização sistemática sobre a aplicação de recursos federais.

Adotamos como regra o pregão eletrônico, reduzindo a possibilidade de fraudes em licitações. Criamos o Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspeitas, excluindo dos contratos públicos fornecedores que cometeram ilícitos. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) passou a monitorar movimentações atípicas envolvendo agentes públicos. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), fortalecido por nova legislação, intensificou a atuação no combate aos cartéis.

Criamos o Portal da Transparência, que recebe mais de 1 milhão de consultas por mês e que foi considerado pela ONU uma das cinco melhores práticas de combate à corrupção em todo o mundo. Aprovamos a Lei de Acesso à Informação, que colocou o Brasil entre os países que praticam os mais avançados princípios de governança. Editamos o Decreto 5.497/2005 que reservou para servidores concursados 50% dos cargos no nível DAS-4 e 75% nos níveis DAS-1, DAS-2 e DAS-3, que antes eram de nomeação totalmente livre. Portanto, ao contrário das mentiras difundidas pelos nossos adversários, o governo do PT foi o primeiro a tomar medidas concretas para combater de fato o aparelhamento partidário do Estado.

O Congresso Nacional aprovou, nesse período, a Lei que regulamenta o conflito de interesses no Executivo Federal, coibindo condutas abusivas de servidores; a Lei Anticorrupção, que estabelece penas para empresas corruptoras, e a nova Lei contra organizações criminosas, que regulamenta a chamada delação premiada.

No último dia 16 de março, consolidando esse esforço de 12 anos, a presidenta Dilma Rousseff enviou ao Congresso, com pedido de urgência na votação, o projeto de Lei que pune enriquecimento ilícito de servidores, o projeto que institui a ação de perda de bens obtidos ilegalmente, a extensão do critério da Ficha Limpa às nomeações para cargos de confiança nos três Poderes e o projeto que criminaliza a prática de caixa dois nas eleições.

Nosso compromisso de combater a corrupção nunca foi abstrato. Afirmamos, na prática, o princípio constitucional da autonomia do Ministério Público, respeitando as indicações para o cargo de Procurador-Geral da República definidas nas eleições da Associação Nacional do Ministério Público. Recorde-se que o Procurador-Geral do governo do PSDB arquivou 217 inquéritos criminais envolvendo autoridades e engavetou outros 242, de um total de 626 denúncias recebidas. Por isso era chamado, com toda razão, de engavetador-geral da República.

Ao contrário do que se fazia anteriormente, passamos a escolher a direção do Departamento de Polícia Federal por critério de mérito. Além de garantir a sua autonomia, nosso governo aumentou significativamente o orçamento da PF, ampliou o quadro de agentes e delegados, investiu em melhores salários e novos equipamentos. Criamos as delegacias especializadas no combate à corrupção e desvio de recursos públicos, que já são 17 em todo o país.

Nenhuma análise objetiva, isenta de sectarismo partidário, deixará de constatar que esse conjunto de medidas de controle e transparência, implantado pelos governos do PT, cria fortes obstáculos para o desvio de recursos públicos.

Mas não podemos deixar de fazer a nós mesmo uma pergunta crucial: se fomos tão ousados e determinados para acabar com a fome, reduzir fortemente a pobreza e as desigualdades sociais e regionais, gerar milhões de empregos, fortalecer de modo tão evidente o controle a transparência na administração pública federal – por que não tivemos a mesma ousadia e determinação para reformar o sistema político brasileiro, como reivindica a maioria da população, e estabelecer novos padrões de conduta na vida pública do país?

Reformar a Política brasileira sempre foi um compromisso programático do PT. Sempre sustentamos que é preciso corrigir antigas e notórias distorções do sistema partidário e eleitoral, para que ele se torne mais ético e representativo da sociedade, e também mais aberto à participação cidadã. Ao longo da sua história, como se sabe, o PT fez diversas tentativas nesse sentido, em parceria com outros partidos progressistas, entidades da sociedade civil e movimentos sociais. Em 2004, por exemplo, apresentamos no Congresso Nacional um conjunto de propostas com este objetivo– entre elas, o financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais – que conseguimos levar a votação em 2006, mas foi derrotado pela maioria dos partidos.

A verdade, no entanto, é que, não tendo conseguido mudar o sistema político, acabamos por nos adaptar a ele, passando a reproduzir os comportamentos dos partidos tradicionais que tanto criticamos.

Financiamento empresarial, a raiz do mal – Apesar de previsto na legislação e, portanto, praticado legalmente por todos os partidos, o financiamento empresarial é danoso à independência e à lisura da atividade política.

Não é porque todos os partidos, sem exceção, o praticam que ele se torna menos nocivo, principalmente a partidos como o nosso, que nasceram para lutar não só pela justiça social, mas também por uma política mais limpa e digna.

A Lei 9.504 de 1997, que eliminou todos os limites para as contribuições de empresas, escancarou as portas dos partidos para a influência do poder econômico. Ela foi aprovada num Congresso dominado pela base do governo de então – o PSDB e o atual DEM – na mesma época em que a Constituição foi alterada para permitir a reeleição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

O financiamento empresarial propiciou que as campanhas se tornassem cada vez mais caras e sofisticadas, o que por si só é uma distorção antidemocrática. Nesse contexto, o financiamento de campanhas tornou-se elemento central das relações entre partidos, especialmente na formação de acordos e coligações entre as maiores legendas e seus aliados.

A raiz do mal já poderia ter sido extirpada, desde 2014, se tivesse sido respeitada a vontade dos seis ministros do Supremo Tribunal Federal que votaram pela inconstitucionalidade do financiamento empresarial, em ação proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil. O entendimento da maioria, no entanto, foi sobrestado pelo pedido de vistas de um único ministro, que vem manobrando declaradamente há mais de um ano para manter o status quo.

Mesmo combatendo o financiamento empresarial, nos debates públicos e no Congresso, o PT praticou, nos últimos anos, o que a legislação permite. Recebemos contribuições de empresas, dentro da lei, e fizemos campanhas caras, tão caras quanto as dos demais partidos, que nos criticam de maneira hipócrita.

Basta tomar o exemplo das empresas investigadas na chamada Operação Lava-jato. Nas eleições de 2014, o conjunto dessas 16 empresas fez contribuições a 19 partidos diferentes, no valor total de R$ 222 milhões. Os valores destinados ao PT e ao PSDB são muito semelhantes: R$ 56 milhões e R$ 54 milhões, respectivamente.

Um partido diferente, como o PT sempre foi, não pode continuar acomodado a esta situação. Publicamente e no Congresso Nacional, propomos o financiamento público exclusivo das campanhas. Mas, enquanto ele não se viabiliza, ou até que não se vede o financiamento empresarial, temos de agir, mais uma vez, com ousadia e coragem. Trata-se de repudiar concretamente o rebaixamento da política pelo financiamento empresarial. Dar o exemplo, que é o mais forte dos argumentos, na política e na vida. Por isso, estamos propondo que, a partir de agora, as instâncias do PT não mais aceitem contribuições de empresas para sua sustentação.

Essa é uma decisão difícil de ser tomada por um grande partido, especialmente quando ele tem a responsabilidade de defender um projeto histórico de transformação do país. Mas é um passo necessário, que vai nos diferenciar novamente das estruturas viciadas que sempre criticamos, do sistema político que o PT nasceu para modificar. Nós sabemos que só vale a pena fazer política de cabeça erguida, e isso implica em romper com uma prática que a sociedade já condenou.

Por isso propomos ao Diretório Nacional:

– Suspender, imediatamente, o recebimento de qualquer tipo de contribuição de empresas;

– Levar essa proposta a debate e deliberação no V Congresso do PT;

– Conclamar os partidos aliados a se unirem ao PT nessa opção;

– Fortalecer ainda mais a mobilização política e social por uma reforma política que estabeleça o financiamento público exclusivo das campanhas eleitorais.

A partir desse exemplo, estaremos contribuindo para recuperar a credibilidade da Política como agente de mudança social. Estaremos dizendo ao nosso povo que é possível mudar e melhorar a política, ao invés de simplesmente negá-la como fazem os manipuladores e os autoritários.

E estaremos dando um passo importante para revigorar internamente o PT, pois o financiamento empresarial foi a porta de entrada no partido de muitos desvios da política tradicional, que tanto criticamos.

A concentração quase exclusiva da atividade partidária na disputa político-eleitoral-institucional acarretou um duplo desvio. Primeiro, abriu um imenso vazio teórico, de análise, reflexões e iniciativas sobre o que vem acontecendo no Brasil e no mundo. Segundo, porque a conquista de votos não tem se misturado à luta de massas, de tal sorte que se possam criar condições de construir uma força política organizada e estável, um verdadeiro bloco histórico capaz de inverter a correlação desfavorável na sociedade e de impulsionar mudanças estruturais.

É preciso mudar o PT para continuar mudando o Brasil.

A tentativa de criminalizar o PT – Há quase dez anos as elites conservadoras tentam arbitrariamente criminalizar o PT e seus legítimos governos, desrespeitando o que existe de mais sagrado na democracia – o voto popular e o Estado de Direito.

Quando ganhamos pela primeira vez as eleições presidenciais, em 2002, as oligarquias dominantes tentaram inicialmente nos cooptar para a sua fracassada agenda neoliberal. Queriam domesticar o nosso partido para que ele não cumprisse os seus compromissos de vida com os trabalhadores e os pobres, e se limitasse a gerir sem mudar uma das sociedades mais cruéis e injustas do planeta. Queriam fazer conosco o que já tinham feito com governos anteriores, impondo ao país, por meio de seus monopólios de comunicação, a agenda antipopular e antinacional rejeitada nas urnas.

Não puderam deixar de reconhecer, naturalmente, a seriedade e a capacidade de sacrifício com que enfrentamos a crise herdada dos governos tucanos, debelando a inflação de dois dígitos e o descontrole fiscal que havia elevado a dívida pública a 62% do PIB. Mas quando dissemos, no final de 2004, ao livrar o país da tutela do FMI, que o necessário rigor fiscal e monetário não era incompatível com desenvolvimento, geração de empregos, aumentos salariais, distribuição de renda e inclusão social, começaram a voltar-se contra nós.

Quando perceberam que o Estado, sob a nossa liderança, não serviria mais unicamente aos privilegiados, e sim a toda a população, sobretudo aos mais carentes, e que as elites deixariam de se beneficiar com exclusividade dos fundos públicos, desencadearam contra o PT e o governo federal uma verdadeira campanha de cerco e aniquilamento que agora se intensifica.

Incapazes de nos derrotar nas urnas, os eternos “donos do poder” – na expressão lapidar do grande jurista Raymundo Faoro – apelaram para campanhas de desmoralização e intimidação, como haviam feito com Getúlio Vargas, em 1954; em 1955, com Juscelino Kubitschek – de quem diziam: “JK não pode ser candidato; se for, não pode ser eleito; se eleito, não pode tomar posse; se empossado, não pode governar” – e, em 1964, com João Goulart, quando mergulharam o País nas trevas da ditadura civil-militar.

Campanhas urdidas e coordenadas em nível de estado maior pelas classes dominantes tanto foram exitosas no Brasil como lá fora. Seja para destruir governos democráticos, seja para proscrever partidos de esquerda ou para censurar ideias e movimentos progressistas. Ainda de memória recente, embora do século passado, a odiosa praga do macarthismo nos Estados Unidos e o forjado incêndio do Reichstag, na Alemanha dos anos 1930, que abriu caminho para a ascensão de Hitler.

Com método, obstinação e grandes recursos midiáticos, as classes dominantes transformam o boato em notícia, a suspeita em denúncia, a calúnia em verdade. Hierarquizam calculadamente o noticiário, destacando e apresentando de forma escandalosa os desvios imputados a pessoas do nosso partido, não importando que sejam reais ou inventados. Omitem ou escondem, seletivamente, as denúncias contra os partidos que os servem, por mais graves que sejam. Tentam cobrir o PT com a lama de sua hipocrisia.

Aqueles que sempre se beneficiaram das distorções do sistema e que construíram sua riqueza e poder à sombra da ditadura, passaram a nos atribuir todas as mazelas crônicas da política brasileira. Quando descobriam que nosso Partido é sério, mas não é domesticável, colocaram o PT, e só o PT, no banco dos réus. Mesmo que para isso tenha sido necessário torturar os fatos, violar a jurisprudência e afrontar a consciência jurídica do país, como ocorreu em vários momentos da Ação Penal 470.

Nenhum outro partido sofreu uma campanha de desmoralização tão furiosa quanto a que se fez contra o PT ao longo daquela ação penal. Nada se fez, minimamente comparável, em relação a escândalos como a corrupção nas obras do Metrô nos governos do PSDB de São Paulo, ou do desvio de dinheiro público para campanhas eleitorais do PSDB e do DEM na Lista de Furnas e nos chamados mensalões de Minas e do Distrito Federal.

Em 2005, acharam que bastaria fazer-nos “sangrar até morrer” e que, assim, o poder voltaria naturalmente a suas mãos. Estavam convencidos de que o sonho de um governo popular no país seria algo passageiro e irrelevante.

A ação penal 470 foi utilizada, ao longo de quase sete anos, para desgastar a imagem do PT e tentar criminalizá-lo. O julgamento daquela ação ocorreu com inédita pressão da mídia sobre os membros do STF e a prevalência de aberrações jurídicas como a aplicação da tese do “domínio do fato”, repelida pelo seu próprio autor, o jurista alemão Cal Roxin. Desde então, tornou-se desnecessário apresentar provas ou garantir o contraditório, quando se trata de apontar o dedo contra o PT.

Foi nesse ambiente de arbitrariedade que o PT e o nosso governo tornaram-se alvos políticos da chamada Operação Lava-Jato. Conduzida por agentes do Estado que sequer disfarçam seu engajamento partidário, essa operação avançou pela trilha de violência jurídica aberta no julgamento da AP 470. Criminosos apanhados numa rede de evasão fiscal e lavagem de dinheiro – há muito conhecida pelo Judiciário e pelo Ministério Público do Paraná – são premiados com privilégios penais e até financeiros, em troca de depoimentos que possam incriminar o PT e o governo. Bandidos reincidentes são transformados em heróis, fazendo acusações sem provas, bastando que apontem para o PT e o governo.

É essencial para o país investigar desvios na Petrobras – e em qualquer outro setor – e punir com rigor quem os tenha comprovadamente cometido. Mas fica cada dia mais evidente o proveito político-partidário a que a investigação tem servido. Por que razão elas não se estendem às conexões do esquema com políticos e governos da oposição – que são muitas e notórias. Por que o vazamento seletivo de depoimentos capazes de manchar o PT, e tão somente o PT?

A transformação de um processo em espetáculo de mídia, o constrangimento que se tenta impor ao direito de defesa, a abolição do princípio da presunção de inocência e as arbitrariedades cometidas, supostamente em nome do combate à corrupção, constituem uma ameaça não ao PT, mas à consciência jurídica da Nação. Estamos assistindo ao nascimento de um estado de exceção dentro do estado de direito, e contra isso o PT lutará, ao lado das forças democráticas da sociedade.”

Brasil 247


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