Colunista do 247 Tereza Cruvinel avalia como "acertados" os primeiros movimentos da presidente Dilma na economia, área para a qual foi anunciada uma nova equipe nesta quinta-feira 27, apesar da "contida frustração do PT e das críticas à esquerda"; "Isso feito, o desafio de Dilma agora é demonstrar que está disposta a mudar e acertar também na gestão política, e os sinais até agora não apareceram", comenta; esse acerto "exigirá também coragem e habilidade", diz a jornalista; "Para além de ministérios e cargos, na devida proporção das forças de cada um, Dilma terá que praticar o prometido diálogo com sua base parlamentar"

247 – Depois de primeiros movimentos "acertados" na área econômica, para a qual anunciou uma nova equipe nesta quinta-feira 27, o desafio da presidente Dilma Rousseff "agora é demonstrar que está disposta a mudar e acertar também na gestão política", afirma Tereza Cruvinel, em seu blog no 247. Segundo ela, os sinais disso "até agora não apareceram".

A jornalista ressalta que não foi a oposição que derrotou o governo na votação do projeto que altera a meta do superávit primário. "Aconteceu porque a coalizão, neste momento, navega no escuro, apesar dos esforços do ministro Berzoini para manter a coesão, ouvir os ressentidos e acalmar os angustiados".

"Acertar na política exigirá também coragem e habilidade. Lidar com o velho abrindo caminho para o novo. O velho, no caso, é a busca da governabilidade através de uma coalizão partidária ampla e o mais leal possível, descontada a infidelidade atávica de nosso elástico sistema de partidos, assegurando neste relacionamento estabilidade, ética e previsibilidade política. O novo terá que ser construído, enfrentando para valer a reforma política que pode levar a novos padrões de governabilidade", avalia Tereza.

A jornalista reforça ainda que, "para além de ministérios e cargos, na devida proporção das forças de cada um, Dilma terá que praticar o prometido diálogo com sua base parlamentar". Além disso, a reforma política é o "compromisso importante" feito por ela durante a campanha. Para Tereza, há ainda um terceiro desafio para Dilma: "mudar sua relação com a sociedade".

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Brasil 247