sex
30
jan
2015

 

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Apontado como chefe do "clube da propina", o empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, questiona porque duas das maiores construtoras do País, a Odebrecht, de Marcelo Odebrecht, e a Andrade Gutierrez, de Otávio Azevedo, vêm sendo poupadas pelo juiz Sergio Moro, que conduz a Operação Lava Jato; "A denúncia sustenta que a dita organização criminosa era constituída, entre outras empreiteiras, pela Odebrecht e Andrade Gutierrez. Ocorre que não se vê nenhum controlador ou mesmo executivo destas empresas no polo passivo desta ação penal", diz trecho de sua defesa; a questão é, de fato, intrigante; Paulo Roberto Costa confessou ter recebido R$ 59 milhões da Odebrecht, naquela que foi a maior de todas as propinas já descobertas no País; a Andrade, além de sócia da Cemig, num acordo costurado pelo PSDB-MG, é a empreiteira mais ligada ao lobista Fernando Baiano

247 – A defesa do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC Engenharia, que vem sendo apontado como chefe do "clube da propina", questiona, indiretamente, a lisura do juiz Sergio Moro. O motivo é o fato de duas das maiores empreiteiras do País, a Odebrecht e a Andrade Gutierrez, não terem sofrido qualquer tipo de punição no âmbito da Operação Lava Jato.

"A denúncia sustenta que a dita organização criminosa era constituída, entre outras empreiteiras, pela Odebrecht e Andrade Gutierrez. Ocorre que não se vê nenhum controlador ou mesmo executivo destas empresas no polo passivo desta ação penal", diz trecho do documento, assinado pelo advogado Alberto Zacharias Toron.

A ausência da Odebrecht da Lava Jato é, de fato, intrigante. Segundo Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, que é peça central da investigação, foi a Odebrecht quem depositou nada menos que R$ 59 milhões em propinas para ele, em diversas contas abertas no exterior. Em dezembro deste ano, foi noticiada a informação de que a empreiteira comandada por Marcelo Odebrecht pressionara o senador Aécio Neves (PSDB-MG) para esvaziar as investigações sobre a Petrobras (leia mais aqui).

A Andrade Gutierrez, por sua vez, é a empreiteira mais próxima ao senador tucano. Foi a maior doadora de Aécio na campanha presidencial de 2014 e também se tornou sócia da Cemig, com um acordo de acionistas que a favorece. De acordo com as delações de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, a empreiteira mineira, comandada por Otávio Azevedo, é a mais próxima ao lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, que seria operador do PMDB. Embora tenha sido aberto um inquérito contra a empreiteira, nenhum de seus executivos sofreu qualquer punição até agora.

Em sua defesa, a UTC também mencionou diversos políticos como testemunhas de defesa. São eles: o ministro da Defesa, Jaques Wagner, o deputado e candidato à Presidência da Câmara Arlindo Chinaglia (PT-SP), o ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo, o secretário de Saúde da cidade de São Paulo, José de Filippi Júnior e os deputados federais Paulo Pereira da Silva (SD-SP), Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP) e Jutahy Júnior (PSDB-BA) e o ex-deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP).

Brasil 247


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