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04
nov
2020

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Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz (Foto:Agência Senado | Divulgação/Polícia Civil)

Assessora de Flávio Bolsonaro na Alerj, Luiza Sousa Paes confessou que nunca atuou como funcionária do parlamentar e também era obrigada a devolver mais de 90% do salário. Ela admitiu transferências para Fabrício Queiroz, que está preso e trabalhava para o filho do presidente.

Assessora de Flávio Bolsonaro (Republicanos) quando o atual senador cumpria um mandato na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Luiza Sousa Paes confessou que nunca atuou como funcionária do filho do parlamentar e também era obrigada a devolver mais de 90% do salário.

Ela apresentou ao Judiciário extratos bancários para comprovar que, entre 2011 e 2017, entregou por meio de depósitos e transferências cerca de R$ 160 mil para Fabrício Queiroz, ex-chefe da segurança de Flávio e apontado como operador do esquema de desvios de salários. É a primeira vez que um ex-assessor admite o esquema ilegal no gabinete do filho de Jair Bolsonaro.

O Ministério Público do estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou Flávio Bolsonaro e Queiroz por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

De acordo com o jornal O Globo, Luiza foi nomeada entre os assessores de Flávio em 12 de agosto de 2011 e permaneceu até 11 de abril de 2012. Depois, foi nomeada em outros setores da Assembleia: na TV Alerj e no Departamento de Planos e Orçamento.

Em depoimento, ela afirmou tinha como obrigação devolver valores referentes a 13º, a férias, ao vale-alimentação e até o valor recebido pela Receita Federal como restituição do imposto de renda. O valor do vale-alimentação, cerca de R$ 80 diariamente, era depositado nas contas dos funcionários da Alerj sem registro ou desconto no contracheque.

A ex-assessora disse, ainda, ter conhecido outras pessoas que viviam situação semelhante à dela, ou seja, nomeadas sem trabalhar. Citou as duas filhas mais velhas de Fabrício Queiroz, Nathália e Evelyn, e Sheila Vasconcellos, amiga da família do policial. De acordo com as investigações, os dados financeiros das três já identificavam que elas tinham devolvido para Queiroz R$ 878,4 mil.

Queiroz

Queiroz foi preso no dia 18 de junho em Atibaia (SP), onde estava escondido em um imóvel que pertence a Frederick Wassef, então advogado de Flávio – depois ele deixou a defesa do parlamentar.

Segundo o Coaf, Queiroz fez movimentações financeiras atípicas. Foram R$ 7 milhões de 2014 a 2017, apontaram cálculos do órgão.

No primeiro semestre deste ano, o procurador da República Sérgio Pinel afirmou ter encontrado “fortes indícios da prática de crime de lavagem de dinheiro” envolvendo Flávio. O Ministério Público do Rio (MP-RJ) investiga o possível esquema de rachadinha no antigo gabinete de Flávio na Alerj desde 2018 e já disse ter encontrado indícios de que o senador lavou R$ 2,27 milhões com compra de imóveis e em sua loja de chocolates.

O ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) também depositou 21 cheques na conta de Michelle, entre 2011 a 2016, totalizando R$ 72 mil. Márcia Aguiar depositou outros seis, totalizando R$ 17 mil.

Brasil 247


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