sáb
30
jan
2021

3

Uma pesquisa desenvolvida na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) revelou novas possibilidades de produção de membranas cerâmicas a partir de matérias-primas naturais – como a argila – e resíduos industriais. As membranas, utilizadas para processo de filtração, apresentaram capacidade média de remoção de 89% das partículas presentes, além de serem mais baratas e mais sustentáveis do que as membranas cerâmicas comercializadas atualmente, à base de matérias-primas sintéticas.

O estudo foi desenvolvido no Laboratório de Materiais Cerâmicos do Departamento de Engenharia de Materiais da UFPB, com o apoio da Reitoria, em parceria com outros laboratórios da própria instituição, além da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e do Instituto Federal da Paraíba (IFPB).

De acordo com a coordenadora do Laboratório de Materiais Cerâmicos e uma das inventoras do produto, Profa. Liszandra Campos, as membranas produzidas na UFPB têm a vantagem de apresentar propriedades mais promissoras como a vida útil longa e elevada estabilidade térmica, comparando com aquelas produzidas à base de matérias-primas sintéticas.

Além disso, são mais sustentáveis por utilizarem matérias-primas que, a exemplo da argila, existem em grande quantidade na região Nordeste – principalmente na Paraíba, em Pernambuco e no Rio Grande do Norte – e são adequadas para a produção de materiais cerâmicos.

“Por isso a relevância do estudo das membranas cerâmicas obtidas a partir do uso dessas matérias-primas, buscando minimizar os custos de sua produção, com foco na sustentabilidade social, econômica e ambiental”, destacou Liszandra.

Estudos realizados entre 2015 e 2018 por esse laboratório da UFPB com amostras de água bruta do sistema de abastecimento da cidade de Campina Grande apontaram que as membranas produzidas para microfiltração, ultrafiltração e nanofiltração, em processos de obtenção de água potável, foram eficientes, conforme normas e critérios do Ministério da Saúde.

Dando prosseguimento aos trabalhos do grupo liderado pela professora Liszandra Campos, em 2019 um estudo do aluno de mestrado Felipe Batista testou a aplicação de membranas produzidas à base de argila e de resíduo da usina sucroalcooleira no tratamento de efluentes têxteis, obtendo resultados bastante promissores que atestaram eficiência do produto na filtração dos efluentes (veja o antes e depois na imagem).

UFPB3

 

Além do tratamento de efluentes industriais e residenciais, o processo de filtração por membranas cerâmicas é amplamente empregado em diversos setores da indústria, a exemplo da indústria farmacêutica e de biotecnologia, química, metalúrgica, têxtil e de papel.

O pedido de patente para obtenção da membrana cerâmica já foi registrado pela UFPB, por meio da Agência de Inovação Tecnológica (Inova), que busca parcerias para viabilizar sua produção e comercialização. Os outros inventores envolvidos são os professores Ricardo Dutra e Daniel Macedo e os estudantes Rivaildo Andrade, Joseneto Souza e Caio Lopes.

Ascom/UFPB


  Compartilhe por aí: Comente

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *



Ir para a home do site
© TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. É PROIBIDA A REPRODUÇAO PARCIAL OU TOTAL DESTE SITE SEM PRÉVIA AUTORIZAÇAO.
Desenvolvido por HotFix.com.br