sáb
25
set
2021

Espécie só é encontrada nos estados da Paraíba e de Pernambuco

cacto Melocactus lanssensianus

Um estudo conduzido por pesquisadores da Paraíba sobre o processo de dispersão de sementes de uma espécie de cacto ameaçado de extinção acaba de ser publicado no periódico internacional Plant Ecology, da editora Springer Nature. O artigo tem como um dos autores o professor Ricardo Koroiva, do Departamento de Sistemática e Ecologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), além de três pesquisadores do Núcleo de Biodiversidade do Instituto Nacional do Semiárido (INSA).

Com financiamento de uma fundação do Reino Unido, a Rufford Foundation, a pesquisa buscou compreender a produção de frutos e o processo de dispersão de sementes do cacto Melocactus lanssensianus, que consta na lista internacional de espécies ameaçadas de extinção da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, na sigla em inglês), e, dessa forma, buscar subsidiar ações para a conservação do exemplar.

Durante o período de um ano, os pesquisadores analisaram esse processo de dispersão de sementes. Koroiva contou que as observações foram conduzidas no município de Tacima – na Pedra do Pão de Açúcar, único lugar da Paraíba onde há populações desta espécie, também encontrada no estado de Pernambuco. Os autores do estudo descobriram que os lagartos – das espécies Tropidurus semitaeniatus e T. hispidus – desempenham um papel essencial para o sucesso reprodutivo da espécie ameaçada.

“Encontramos uma frutificação contínua e duas espécies de lagartos consumindo os frutos. As sementes que passaram pelo trato digestivo dos lagartos apresentaram uma taxa de geminação de 85%, enquanto nas sementes coletadas diretamente dos frutos esta taxa foi de apenas 40%. Assim, os lagartos desempenham um importante papel na dispersão de sementes, incrementando as taxas de germinação” explicou o docente da UFPB.

Sobre essa interação mutualística que beneficia ambas as espécies – lagartos e o cacto –, Ricardo Koroiva explicou ainda que a manutenção desta relação é de fundamental importância para a sobrevivência do cacto Melocactus lanssensianus. Isto tem um caráter especial, haja vista as ameaças humanas presentes no local de ocorrência desta única população na Paraíba, como queimadas e a presença de lixo no município de Tacima”, concluiu.

Ascom/UFPB


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