Pesquisa da UFPB em parceria com UFGD descobre nova espécie de peixe piaba

Um estudo coordenado pela pesquisadora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Profa. Manoela Marinho e pelo pesquisador da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) Prof. Fernando Dagosta foi responsável pela descrição e catalogação de uma nova espécie do peixe piaba, que é um tipo de peixe encontrado nos rios do Brasil. A nova espécie foi descoberta no rio Salobra, em Nobres, ponto turístico do Mato Grosso.

Durante três anos, a pesquisa foi conduzida no Laboratório de Sistemática e Morfologia de Peixes do Departamento de Sistemática e Ecologia (DSE) do Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN) da UFPB. No laboratório, as características anatômicas externas (coloração, quantidade de escamas, raios de nadadeiras) e internas (ossos) foram estudadas e comparadas com outras espécies do grupo. Também foram realizadas observações subaquáticas da nova espécie.

Batizada como Astyanax nobre – em referência ao município onde foi encontrada, Nobres, no Mato Grosso , a nova espécie se diferencia das outras, principalmente, pelo padrão de coloração, que consiste em uma faixa médio-lateral escura fina e bem definida no corpo, estendendo-se da cabeça até a base da nadadeira caudal, e também por possuir uma mancha umeral verticalmente alongada. Em vida, Astyanax nobre possui as nadadeiras caudal e dorsal alaranjadas e a parte superior do olho vermelho.

Segundo a Profa. Manoela Marinho, do Departamento de Sistemática e Ecologia da UFPB, é crucial que todas as espécies sejam descritas e catalogadas para que, dessa forma, sejam conhecidas e preservadas. A pesquisadora explicou que a descoberta de uma espécie nova em um ponto turístico subaquático, relativamente próximo a um grande centro urbano, mostra que mesmo as espécies de peixes observadas diariamente por centenas de pessoas em águas límpidas podem não ter uma identidade taxonômica formal.


Profa. Manoela Marinho/Departamento de Sistemática e Ecologia

O projeto contou com financiamento da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq), em parceria com a Secretaria de Estado da Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba (Seect).

“A descoberta evidencia o quanto a megadiversa ictiofauna de água doce brasileira ainda precisa de esforços adicionais de coleta e investimentos para identificar e descrever novos táxons (sistemas de classificação científica). Assim, podemos compreender o mundo natural e preservá-lo”, destacou a Profa. Manoela sobre o estudo que teve sua amostragem realizada no Recanto Ecológico Lagoa Azul, em Bom Jardim, no Mato Grosso.

A pesquisadora pontuou que, sem as coleções científicas do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP) e da UFPB, a pesquisa seria impossível de ser realizada, pois não haveria material comparativo disponível para compreender se, de fato, trata-se de uma nova espécie.

“As universidades no Brasil são as principais responsáveis por manter as coleções biológicas, que são acervos de material botânico e zoológico utilizados para fins diversos, como educação, saúde, conservação e pesquisa científica”, destacou.

Ascom/UFPB

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