dom
26
abr
2015

O Hospital de Doenças Infectocontagiosas Clementino Fraga, que integra a rede hospitalar do Estado teve, mais uma vez, o seu trabalho de diagnóstico, combate, tratamento e prevenção a hanseníase  reconhecido pela ONG internacional Netherlands Hanseniasis Relief no Brasil (NHR).

De acordo com o representante da NHR no Brasil, Duane Hinders, a Paraíba foi escolhida para receber a visita dos avaliadores por causa do excelente trabalho desenvolvido, nos últimos anos, em parceria com a ONG holandesa. “O estado da Paraíba vem demonstrando aspectos interessantes e inovadores nos grupos de autocuidado e prevenção das incapacidades”, explicou Duane. A diretora geral do Clementino Fraga, Adriana Teixeira, lembrou que a ONG NHR Brasil doou a máquina usada na oficina de calçados adaptados para os pacientes de hanseníase do hospital.

Adriana Teixeira  disse que  esse  reconhecimento  mostra o trabalho  que vem sendo realizado pelo Governo do Estado não só  com relação a hanseníase como também a outras doenças. “ No caso da hanseníase, a Paraíba é o único estado do país que disponibiliza uma oficina de  calçados adaptados para pacientes com hanseníase. Outros estados chegaram a começar o trabalho, mas nenhum seguiu em frente, só a gente”, ressaltou.

O serviço disponibilizado aos pacientes é coordenado pelo sapateiro José Augusto, que chegou a fazer um curso em São Paulo para aprender a confeccionar os calçados. Ex-portador da doença, ele  contou que sentiu a necessidade de ajudar outros pacientes que tinham dificuldades de andar devido às sequelas deixadas pela enfermidade e por isso decidiu levar à frente o projeto. 

Para a confecção dos calçados, o hospital disponibiliza o material e José Augusto a mão de obra. “A cada peça produzida, eu me sinto cada vez mais realizado”, contou.

Projeto Clementino Itinerante – Adriana Teixeira ressalta a importância do diagnóstico precoce da doença, pois existe o risco de sequelas. “A hanseníase tem cura e o paciente, no período de seis meses até um ano de tratamento, pode ficar totalmente curado, sem nenhum dano. Isso depende do tempo que ele passou para ser diagnosticado. Existe esse retardamento na descoberta da doença, então quando eles finalmente descobrem é quando já apresentam alguma sequela. Muitas vezes a pessoa vê e acha que aquela manchinha que apareceu no corpo não é nada demais, então eles não têm essa preocupação em vir até a unidade de saúde para iniciar o tratamento”, alertou.

Por esse motivo, Adriana ressalta a importância do Projeto Clementino Itinerante, aonde uma equipe multidisciplinar composta por assistentes sociais, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, bioquímicos entre outros profissionais de saúde vão até as comunidades, realizando testagens para detectar HIV, hepatites, glicemia e problemas de pressão, e fazer aconselhamentos.

“O Clementino Itinerante é um projeto que a gente implantou, desde 2011, e que trouxe um resultado muito positivo. A gente sai do hospital para fazer essa busca ativa. Muitas vezes, a gente está em aldeias, em assentamentos, em lugares aonde dificilmente aquelas pessoas viriam até nós”, explicou a diretora.

Paraiba.com.br


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