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01
jul
2015

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a apurar as causas, razões, consequências, custos sociais e econômicos da violência, morte de desaparecimento de jovens negros e pobres no Brasil, da Câmara dos Deputados, se instala em João Pessoa na sexta-feira (3), a partir das 14 horas, no auditório da Fecomércio, localizado no Centro. Segundo o deputado federal e vice-presidente da CPI, Wilson Filho (PTB), a realização de audiência na Capital acontece pelo elevado número de jovens assassinados no Estado.

Dados do estudo Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racial apontam que um jovem negro tem 13 vezes mais chances de ser vítima de homicídio do que um jovem branco na Paraíba. “Esse é o maior índice de todo o País, por isso, é de fundamental importância que a CPI também se faça presente em um Estado em que parte da população jovem negra vem sendo dizimada pela violência”, ressaltou Wilson.

A reunião faz parte da série de audiências que a CPI tem feito nos Estados para levantar diagnósticos, informações, oitivas e diligências para auxiliar os trabalhos da comissão. O debate na Paraíba será conduzido pelo presidente da CPI, deputado Reginaldo Lopes. Os deputados já estiveram em Alagoas, na Bahia e no Rio de Janeiro.

“A comissão, sob a presidência de Reginaldo Lopes (PT-MG), vai investigar as estratégias usadas pelo tráfico, por grupos paramilitares e pelas milícias. É preciso dar respostas à sociedade e também desmontar o crime organizado para evitar mais chacinas, principalmente de jovens negros”, disse o deputado.

Antes da audiência pública, marcada para às 14h, os integrantes da Comissão farão diligência à comunidade Marco Moura, no Bairro do Tibiri II, município de Santa Rita para colher depoimentos de familiares de vítimas da violência e representantes de movimentos sociais. Devem participar dos trabalhos em João Pessoa, os deputados Reginaldo Lopes (PT-MG), Rosângela Gomes (PRB-RJ), Damião Feliciano (PDT), delegado Edson Moreira e Wilson Filho (PTB).

Mapa da Violência – Segundo o deputado Wilson Filho, dados apresentados durante instalação da comissão na Câmara dos Deputados mostram que os homicídios são hoje a principal causa da mortalidade de jovens entre 15 e 24 anos no Brasil e atingem, em especial, negros do sexo masculino, moradores das periferias e áreas metropolitanas, segundo o Mapa da Violência de 2014.

“É muito preocupante a realidade vivida hoje pelos jovens do nosso País, principalmente se ele for negro. O estudo apresentado também aponta para um novo padrão da mortalidade juvenil: epidemias e doenças infecciosas foram substituídas, ao longo das últimas seis décadas, por acidentes de trânsito e homicídios”, destacou o parlamentar.

Plano Nacional – Wilson Filho lembrou que um dos objetivos da comissão é apresentar um Plano Nacional de Enfrentamento à Homicídios e Violações de Direitos de Jovens Negros e Pobres, estabelecendo programas, ações e metas que possam ser acompanhadas de dez em dez anos e fiscalizadas pela sociedade civil. “Não podemos fechar os olhos diante de tantas vítimas de violência, pois sabemos que elas têm cor (negros), idade (jovens) e gênero (homens). Temos diagnósticos e precisamos agora da implementação de políticas públicas”, defendeu.

Assessoria


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