qua
07
mar
2012

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Em operação há mais de quatro décadas, o sistema de abastecimento de água de Princesa Isabel foi projetado nos meados dos anos 1960 para uma demanda de consumo não superior a duas mil ligações residenciais. De lá pra cá, a novidade é aparecer regularmente água nas torneiras, inclusive nas novas periferias.

Hoje, com aproximadamente seis mil unidades consumidoras, atividades comerciais em alta e crescimento físico e populacional muito acima da média das urbes interioranas, a cidade de Princesa Isabel sofre os efeitos de um sistema de abastecimento de água técnica e operacionalmente ultrapassado, enferrujado mesmo, que a deixa refém de uma diretriz governamental perversa e igualmente insensível.

O que mais indigna, no entanto, é assistir a tudo isso sem que se registre uma articulação efetiva entre a sociedade civil e as instituições públicas politicamente aptas e legalmente habilitadas para a defesa intransigente de um direito líquido de todos. Até parece que só agem em legítima defesa, e não em defesa da cidadania covardemente usurpada.

Mote para discurso demagógico de candidatos, eleitos e oportunistas de todo naipe, o sistema taí, velho, emperrado, obsoleto, ultrapassado tal qual a longa geração de políticos e governantes cínicos que se revezeram no poder e fizeram de sua decantada ampliação e modernização nunca realizadas ponte para seus nada transparentes projetos políticos e eleitorais.

Até quando tudo isso vai continuar, não sei. Mas sei que, um dia talvez, uma lata d’água, com todo o açude Jatobá dentro, pode cair na cabeça de algum governante obtuso ou de um burocrata corrupto. Quem sabe se, se assim acontecer, não pode ser a gota d’água que falta.


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2 respostas para “Lata d’água na cabeça, lá vamos nós, todo dia”

  1. JOÃO SOARES MARTINS disse:

    APOIO TOTALMENTE A MATÉRIA E O COMENTÁRIO ACIMA.QUE CHEGUE LOGO A TERCEIRA FORÇA POLITICA P Q TENHAMOS MAIS OPÇÕES POLÍTICAS.

  2. Francisco Florencio disse:

    SOLUÇÃO 1 – Democracia e isonomia na falta d’agua. Se não tem agua pra um, não tenha agua pra ninguem. Quando faltar agua para as casas do prefeito, vereadores, juiz, promotor, padres, comerciantes, etc, o problema será resolvido.
    SOLUÇÃO 2 – Privatizar a Cagepa. A Energisa é o exemplo. O Estado é incompetente, ineficiente e corrupto para administrar empresas. Seu papel deve ser o de controlar a concessão.
    SOLUÇÃO 3- Obter decisão judicial que obrigue a Cagepa a indenizar a todos os que usarem outras fontes de agua potável, quando faltar o suprimento devido por ela, seja em forma pecuniária, seja por crédito direto nas contas de água futuras. Agua é serviço essencial, bem fundamental, devido pelo Estado, previsto na Constituição. Só falta o Promotor Público comprar a briga!

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