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06
fev
2019

Sakamoto

O jornalista Leonardo Sakamoto denuncia que o pacote da Reforma de Guedes e Pacote de Moro tratam pobres como "dano colateral"; "Esses grupos não são tratados pelo poder público – e, atenção, isso não é uma crítica apenas ao poder público de plantão, mas também aos outros que o antecederam – como protagonistas, nem mesmo como atores coadjuvantes desses processos, mas apenas figurantes. E o que acontece com figurantes, de quem poucos se lembram, não importa", critica.

247 – O jornalista Leonardo Sakamoto, em seu blog no UOL, afirma que "Paulo Guedes e Sérgio Moro, ministros fiadores do governo Jair Bolsonaro diante do poder econômico e de setores da opinião pública, começaram a colocar seus blocos na rua com textos preliminares da Reforma da Previdência e a proposta de alterações legislativas contra o crime organizado e a corrupção".

"Não se questiona a importância da atualização de nosso sistema de aposentadorias, considerando o envelhecimento da população e a situação fiscal do país, muito menos a relevância de mudar uma realidade que produz 64 mil mortes violentas por ano – baixas mais numerosas que muitas guerras mundo afora", critica.

Segundo Skamoto, "esses grupos não são tratados pelo poder público – e, atenção, isso não é uma crítica apenas ao poder público de plantão, mas também aos outros que o antecederam – como protagonistas, nem mesmo como atores coadjuvantes desses processos, mas apenas figurantes. E o que acontece com figurantes, de quem poucos se lembram, não importa".

"Os mais vulneráveis deveriam ser protegidos em uma reforma que diz querer acabar com "privilégios". Mas propostas preliminares circulam defendendo que seja pago menos do que um salário mínimo como assistência, como é hoje, a idosos abaixo da linha da pobreza. Ou sugerindo que trabalhadores rurais da agricultura familiar, catadores de babaçu, pescadores artesanais passem a seguir regras de contribuição de quem trabalha em escritório com ar condicionado e não precisou suar desde cedo. Isso sem falar na sugestão para idade mínima de aposentadoria de 65 anos, tanto para homens quanto para mulheres, com o mesmo tempo de contribuição – o que é ignorar a vida reprodutiva e a jornada dupla", expõe.

"Da mesma forma", diz Sakamoto, "qualquer política de combate ao crime organizado digna deveria ser pensada visando, em primeiro lugar, à proteção da vida dos mais vulneráveis. Mas entre as propostas apresentadas no pacote, o item sobre o excludente de ilicitude e a legítima defesa relaxa a punição a agentes de segurança que "em conflito armado ou em risco iminente de conflito armado, previne injusta e iminente agressão a direito seu ou de outrem". Por mais que o ministro Moro tenha dito que isso não é uma licença para matar, especialistas em segurança pública afirmam que a medida coloca em risco a vida de moradores inocentes e facilita a execução sumária, sem reduzir o crime. Com maior letalidade policial, consequentemente, o tráfico ficará mais violento, acirrando a ideia de guerra, em favelas onde milhares já são abatidos todos os anos".

Brasil 247


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