O Palacete dos Pereiras – considerado talvez o mais importante patrimônio arquitetônico e histórico de Princesa Isabel, permanece sem restauração há quase duas décadas, criminosamente abandonado, à espera de um processo de revitalização que lhe devolvam a condição de ponto de atração turística e o porte vistoso de cartão postal da cidade.
O prédio, construído nos anos 1920, é um dos mais portentosos do interior da Paraíba, quase único em seu arrojado estilo arquitetônico, símbolo do apogeu político e financeiro do caudilho, deputado estadual e empresário José Pereira Lima, o lendário princesense coronel Zé Pereira.
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep), a edificação outrora majestosa é o retrato também da decadência cultural e da desfiguração histórica que assolam o município – território vergonhosamente livre para a autonegação da própria identidade.
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*Território vergonhosamente livre para a autonegação de sua própria identidade*
Frase com a assinatura de Zé Duarte, o mais prosopopeico dos princesenses! Princesa, ou melhor, os princesenses, estão condenados ao esquecimento, a deletação da memoria coletiva. Ao Alzheimer histórico. Dependentes e presos a bruta luta pela sobrevivência, sem lideranças politicas sensíveis a outras questões fora as benesses do poder, são poucas as chances de preservação do pouco que restou de nossa trajetória ao longo de nossa história.
As duas principais familias que ocuparam o poder politico desde a fundação do Municipio são o pior exemplo do descaso com suas próprias histórias. Os Muniz Diniz, e Pereira Lima não demonstram nem agem para a preservação da memória de seus ancestrais.
O poder público não respeita as definições básicas para a preservação do pouco que nos resta. Como diz o velho ditado que “santo de casa não faz milagres”, quem sabe,se no futuro próximo, um “estrangeiro” que valorize o patrimônio cultural dos princesesenses possa nos redimir dessa autonegação e nos apresentar ao mundo: Princesa Isabel, Território Livre da ignorância e de lideranças corruptas e incompetentes.