Aeroporto de Recife, estatal e superavitário, é privatizado para outra estatal, espanhola

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A vice-governadora de Pernambuco e presidenta nacional do PCdoB, Luciana Oliveira, apontou o absurdo da venda; "A Aena, que arrematou o bloco Nordeste no leilão, é uma empresa pública que participa da gestão de aeroportos em todo mundo. O aeroporto do Recife deixa de render frutos a uma estatal brasileira para passar a uma estatal espanhola. Mas a questão não era a ineficiência estatal?!", questionou.

247 – O Aeroporto Internacional Gilberto Freyre, no Recife, foi privatizado na manhã dessa sexta-feira 15, em leilão realizado na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), por R$ 1,9 bilhão. Outros seis aeroportos do Nordeste também foram privatizados, mas Recife era a joia da coroa.

O terminal da capital pernambucana é o que tem a maior movimentação de passageiros do Norte e do Nordeste e apresenta lucro anual de R$ 130 milhões. A venda foi feita para outra estatal, espanhola, e especializada em administração de aeroportos. O fato de o aeroporto ser superavitário e ainda ter sido vendido para outra estatal gerou críticas nas redes sociais.

A vice-governadora de Pernambuco e presidenta nacional do PCdoB, Luciana Oliveira, por exemplo, apontou o absurdo da venda.

 

Leia mais sobre o leilão dos aeroportos realizado nesta sexta-feira 15:

Aeroportos foram arrematados com ágio médio de 986%

Por Luciano Nascimento, repórter da Agência Brasil – O leilão de privatização de 12 aeroportos superou a outorga estipulada pelo governo de R$ 2,1 bilhões. No total, os lances pelos três blocos somaram R$ 2,377 bilhões. Os terminais estão localizados nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, e, juntos, recebem 19,6 milhões de passageiros por ano, o que equivale a 9,5% do mercado nacional de aviação. O investimento previsto para os três blocos é de R$ 3,5 bilhões, no período de 30 anos.

O ágio médio, diferença entre o mínimo fixado pelo governo para pagamento inicial, e a soma dos lances vitoriosos, foi de 986%.

Em um certame marcado por muitas ofertas, a disputa maior se concentrou no bloco do Nordeste entre o grupo espanhol Aena Desarrollo Internacional e o grupo suíço Zurich Airport. O grupo espanhol saiu na frente com oferta de R$ 1,850 bilhão. Próximo ao final do leilão, o grupo suíço ofereceu R$ 1,851 bilhão pelo bloco. O lance foi coberto logo em seguida pela Aena, que ofereceu R$ 1,900 bilhão, e levou o bloco.

O leilão desta sexta-feira (15), realizado na B3, em São Paulo, foi o primeiro no modelo de blocos. Até então, os terminais vinham sendo leiloados individualmente. Segundo o governo, a organização dos terminais em três blocos está relacionada a uma maior vocação de uso dos terminais: os do Nordeste para o turismo, os do Centro-Oeste, para o agronegócio, e os do Sudeste, para atividades empresariais ligadas ao setor de energia, como petróleo e gás.

Brasil 247

Comentários (2)
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  • Edivaldo Virgulino

    Muito bom acabar com cabides de empregos para políticos. Que continue a privatizar. A concorrência é saudável em qualquer país sério!!

    • Luiz Barbosa

      É mesmo bolsomínion, inclusive a atual operadora do GIG, que é privada, vai devolvê-lo ao poder público. Para comer filezinho doado pelo governo nesses leilões de privatização, qualquer mamateiro quer. Mas quando é para roer o osso quando a empresa privatizada passa por adversidades, a pilantragem do capital especulativo vem pedir socorro ao governo. Assim fica fácil até para moa!
      Se as empresas privadas são eficientes, porque elas mesmas não constroem seus aeroportos?