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28
mar
2019

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O ex-candidato à presidência Ciro Gomes quebrou sua promessa de não criticar o governo Bolsonaro antes dos cem dias e disparou contra o ex-capitão: "é um imbecil"; Ciro ainda disse que a prisão do ex-presidente Michel Temer foi uma aberração e que, embora ele merecesse estar preso há 20 anos, o timing da operação Lava Jato lhe pareceu equivocado; ele disse: "não estou a defender Michel Temer, estou a defender a Constituição brasileira, a ordem jurídica que no Brasil tem sido muito violentada ultimamente".

247 – O ex-candidato à presidência Ciro Gomes quebrou sua promessa de não criticar o governo Bolsonaro antes dos cem dias e disparou contra o ex-capitão: "é um imbecil". Ciro ainda disse que a prisão do ex-presidente Michel Temer foi uma aberração e que, embora ele merecesse estar preso há 20 anos, o timing da operação Lava Jato lhe pareceu equivocado. Ele disse: "não estou a defender Michel Temer, estou a defender a Constituição brasileira, a ordem jurídica que no Brasil tem sido muito violentada ultimamente."

A reportagem do jornal Diário de Notícias destaca trechos da entrevista que fez com Ciro Gomes:

"Porque ainda que choque um país de cultura civilizada e avançada como é Portugal, Michel Temer merecia ser condenado e estar preso há dez ou 20 anos. Mas até hoje não foi ainda formalizada nenhuma condenação. A regra nos países civilizados do Estado de direito democrático é a liberdade. As prisões excecionais dão-se em casos muitos específicos. E nenhum dos factos imaginados pela lei, como a ameaça de fugir, evidência de que está a destruir provas, coagindo testemunhas ou perturbando a ordem pública, nem uma dessas situações excecionais, estava desenhada em redor de Michel Temer. Portanto, não estou a defender Michel Temer, estou a defender a Constituição brasileira, a ordem jurídica que no Brasil tem sido muito violentada ultimamente."

"A Lava-Jato teve um impacto publicitário no começo que se está a esvair muito rápido. Bolsonaro recrutou o [juiz Sérgio] Moro por uma razão publicitária. Parecia que o xerife da nação, o grande vergalhão moral da nação, estava aceitando participar num governo que parecia ser a sanção, a demonstração que seria um governo que se constituiria originalmente contra a corrupção e os maus costumes no Brasil. Na sequência, os factos foram evidenciando que tudo isso são ilusões, porque a corrupção é um fenómeno mais complexo e tem de ser enfrentado com muito mais sofisticação do que com esses casos de publicidade."

"Aí aconteceram casos graves. Por exemplo, o ministro-chefe do governo, Onyx Lorenzoni, é confesso de ter feito fraude com dinheiro de campanha que é basicamente a razão pela qual a Lava-Jato começa a entrar na política. E Moro relativizou completamente, chegando a dizer que dinheiro fraudulento numa campanha não é assim um crime tão grave quanto achava no passado que era. Depois, o filho do presidente e o próprio presidente, com a mulher envolvida, começam a envolver-se com milícias. Isto é uma coisa completamente constrangedora, com muito dinheiro público envolvido, dinheiro subtraído do salário de funcionários-fantasmas. E o Moro permanece absolutamente calado, lavando as mãos, como se não houvesse responsabilidade dele nisso. E há responsabilidade dele nisso. Na medida em que se está erodindo muito rapidamente essa imagem publicitária e está semeada aí uma tensão: ele vai preservar a sua imagem e vai-se demitir do governo ou vai afundar junto com o governo? Me parece que é muito mais o tipo oportunista e agarrado nos media, nos holofotes da publicidade. A tendência é sair do governo."

Brasil 247


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