seg
18
nov
2019

Princesa Isabel 001

Por Francisco Florêncio*

Hoje, pelo menos na mídia oficial, nas redes sociais, panfletos, folders e na decoração das ruas da cidade de Princesa Isabel, comemora-se 98 anos da sua emancipação política e administrativa. 99.99 % da população do Município não tem a mínima ideia do porque dessa data e as suas origens. Para uns, é feriado, é lazer e descanso à vista. Para outros é prejuízo, pois deixam de produzir, vender e tem de pagar aluguel, pessoal de folga, etc. Quase sempre estas datas saem das cabeças criativas ou ociosas de políticos (pela falta de assuntos mais sérios) ou de pessoas mais ou menos letradas, que tentam convencer a sociedade, o que consideram momentos importantes na cronologia do seu pequeno mundo. Vejamos a nossa história:

Em 1987, numa revistinha local, ficou registrado – erroneamente – que a emancipação de Princesa ocorrera em 18 de novembro de 1921, quando da ”elevação à categoria de cidade”, por conta da Lei Estadual 540, dessa data. A partir de 1991, na administração Assis Maria, consolida-se como data comemorativa , até tornar-se feriado municipal, o que vem sendo feito até a data atual. Em 2018, publiquei um livreto, onde provei – por A+B, que a data de 1921, não correspondia à EMANCIPAÇÃO do Municipio, mas tão somente que a então Vila da Princesa passou a ser a Cidade de Princesa (tudo que mudou: passou a ter 2 vereadores a mais. Grande coisa!). Provei também, que a dita EMANCIPAÇÃO ( que significa libertação, alforria, que pode administrar seus bens livremente), ocorreu quando a então Povoação do Bom Conselho (nome antigo do lugar), se DESLIGOU da Vila do Piancó, aonde esteve atrelado desde as origens (1766) e passou a ser VILA DA PRINCESA. Quando isso aconteceu? Em 26 de novembro de 1875, pela LEI PROVINCIAL Nº 597 DE 26 DE NOVEMBRO DE 1875. Tudo isso está descrito no livreto de minha autoria, publicado em 2018, que o leitor pode acessar neste blog do Zé Duarte, ou no meu www.históriadeprincesapb.blogspot.com.

Tem mais: Em dezembro de 2018, a Câmara Municipal de P. Isabel aprovou lei que definia todas as datas comemorativas históricas do Municipio, por proposta do Vereador Irismar Mangueira. Por unanimidade. Como previsto, seguiu para aprovação do Prefeito. Este, mal assessorado, nem tomou conhecimento da referida lei, nem para promulga-la, nem veta-la. Decorrido o prazo legal de 15 dias, sem veto, a lei deveria ser automaticamente promulgada pela própria Câmara, como prevê a Lei Orgânica Municipal. Tambem não foi feito isso. Resumindo: O Municipio pode estar emancipado a 144 anos, mas continua em menoridade em organização política e administrativa. No estágio de aldeia!

Finalmente: nada disso é importante!! 21 de Fevereiro, 1º de Maio, 13 de Maio, 28 de Junho, 7 de Setembro, 12 de Outubro, 15 de Novembro, 19 de Novembro, 2 de Dezembro, 25 de Dezembro, e tantas outras, que são meras datas, feriados, dias santos ou não. Poucos sabem as razões das origens. Só sabem que são dias de festa, lazer e preguiça. O que todo mundo sabe, é que os três dias anteriores a quarta feira de cinzas é o carnaval! Aí, nem o Presidente da República, quiçá um Prefeito, ousam mudar a data!

Para mim, o Município de Princesa Isabel foi EMANCIPADO em 26 de Novembro de 1875, ou seja, a 144 anos, neste ano de 2019. E que em 18 de Novembro de 1921, a Vila da Princesa passou a ser cidade, a exatos 98 anos. Rejeito as disposições ao contrário.

Francisco de Carvalho Florencio

(Sócio honorário do Instituto Histórico Geográfico Paraibano. Atualmente exilado no vizinho Território Livre de Miami.)

Link para acesso ao livreto PROCESSO HISTÓRICO DA EMANCIPAÇÃO POLÍTICA, ADMINISTRATIVA E JUDICIÁRIA DO MUNICIPIO DE PRINCESA ISABEL

http://historiadeprincesapb.blogspot.com/2017/12/processo-historico-da-emancipacao.html

* Princesense, Francisco Florêncio é, sem dúvida, o mais aparelhado pesquisador de Princesa Isabel. Apresentá-lo é chover no molhado. Para a compreensão do trabalho de fôlego realizado por ele, é necessário estudar seus escritos, que o inserem como um verdadeiro construtor, divisor de águas no resgate da História de Princesa Isabel, sendo ele próprio, patrimônio vivo da velha província.


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