“Os homens sábios usam as palavras para os seus próprios cálculos, e raciocinam com elas, mas elas são o dinheiro dos tolos”.

Thomas Hobbes (1588-1679), filósofo inglês, autor de Leviatã

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03
jun
2015

 

Braços cruzados: servidores da saúde de Campina Grande entram em greve a partir da próxima segunda-feira

Os servidores da saúde de Campina Grande vão cruzar os braços a partir da próxima segunda-feira, por tempo indeterminado. A decisão foi tomada durante assembleia realizada  no auditório da Associação Comercial da cidade.

Na oportunidade, foi discutido sobre medicamentos, material de limpeza e equipamentos de proteção individual, que estão em falta nas unidades de saúde. Foi constatado ainda, que nos postos de saúde, as geladeiras que armazenam as vacinas estão funcionando sem termômetro, impossibilitando assim, aferir a temperatura ideal para conservação das mesmas. Os servidores denunciaram que falta anestesia em mais de 15 consultórios odontológicos, que existem armários enferrujados e falta de macas.

Além desses problemas já citados, a direção do sindicato recebeu a informação de que há a orientação de não fazer pedidos de medicações referente ao mês de junho, já que neste mês os remédios não chegarão às unidades.

Por esses motivos relatados, todos os servidores da saúde irão aderir ao movimento de greve, a partir da próxima segunda-feira (8), por tempo indeterminado. Eles garantem que vão permanecer em breve até que alguma solução seja encontrada por parte da Secretaria de Saúde do município.

PB Agora


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03
jun
2015


Senador faz apelo ao Ministério da Justiça para ajudar o governo da Paraíba na grave crise de segurança pela qual passa o Estado atualmente.                   

O Senador Cássio Cunha Lima (PSDB/PB), fez um pronunciamento no Senado Federal para externar a preocupação e o sentimento que todos os paraibanos estão tendo com a gravíssima situação da segurança pública do estado da Paraíba. Na condição de representante do estado no Senado Federal, dirigiu um apelo ao ministro de Justiça de Estado, para que a Força Nacional possa, em entendimento com o governo do Estado, ser remetida à Paraíba ou que o ministro da Justiça chame o governador para um diálogo objetivando resgatar a paz pública aos paraibanos.

Cássio alerta que a situação da Paraíba é de descontrole absoluto e que é preciso que o Governo Federal, o Ministério da Justiça, através da Força Nacional, adote providências no nosso Estado. “Vamos encaminhar esse pleito, essa solicitação, essa súplica, esse clamor ao ministro da Justiça, para que ele se reúna com o governador e a Força Nacional seja mobilizada e preste socorro à população que se encontra desprotegida e desamparada  por completo, da Paraíba.

O parlamentar alertou que a população da Paraíba vive em um estado de insegurança, de pânico, de medo, de terror.  Ele destacou que em Campina Grande, a situação é ainda mais grave. A cidade, praticamente, vive um momento de estado de sítio. Cássio Cunha Lima lamenta que o Governo do Estado sequer tenha a capacidade de reconhecer a existência do problema. “Ao não reconhecer a existência do problema e trazer declarações de que está tudo em ordem, que a Paraíba vive um ambiente de paz e que tudo não passa de terrorismo da oposição e boatos que são por mim criados, a população fica à mercê da própria sorte”, desabafou.

Para evitar que mais uma vez tentem politizar o seu discurso, o senador paraibano, inclusive, fez questão de pontuar que raramente, leva assuntos tidos como "paroquiais" para o plenário, para não parecer que está transferindo para o Senado da República a disputa e o embate político paraibano e as questões meramente locais.

“Diante de dois graves problemas que a Paraíba vem enfrentando neste instante – segurança pública e abastecimento de água –, eu não posso me calar, até porque, da última vez que ocupei aquela tribuna para tratar da gravidade do descaso, do caos, do abandono em que vive a área de segurança pública no nosso Estado, a nossa querida Paraíba, o Governo atribuiu a um ato de terrorismo da minha parte e de uma sucessão de boatos que eu promovia, como se eu tivesse a capacidade de criar fatos na área de segurança”, lembrou Cássio.

Assessoria


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03
jun
2015

fachada do prédio da CBF

Por meio de uma curta nota oficial publicada em seu site oficial, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pronunciou-se sobre a decisão do presidente da Fifa, Joseph Blatter, de entregar o seu cargo e convocar novas eleições: "A CBF recebeu o anúncio da renúncia do presidente Joseph Blatter com surpresa. É uma decisão de caráter pessoal e que merece a nossa profunda compreensão", pontuou o texto.

Nas últimas eleições para presidente da Fifa, a CBF se posicionou a favor da reeleição de Blatter: Mauro Carmélio, presidente da Federação Cearense do Futebol e representante da entidade no pleito, admitiu à imprensa ter votado no suíço. O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, decidiu antecipar sua volta ao Brasil e não participou da reunião que elegeu o atual mandatário do futebol mundial.

Marco Polo Del Nero disse que não vai renunciar ao cargo por causa das denúncias de corrupção na entidade. "É impossível renunciar e não vou renunciar porque não tenho nada a ver com isso", garantiu, em entrevista na sede da CBF, na sexta passada (29).

Del Nero, que sucedeu José Maria Marin no comando da entidade, negou ainda que tivesse conhecimento sobre o recebimento de propina, como vem sendo denunciado, com a participação do ex-presidente da CBF, que está preso na Suíça: "Não tive conhecimento em hipótese alguma", contou.

No Senado, foi criada uma CPI para investigar a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o comitê organizador local da Copa do Mundo de 2014. De acordo com o senador Romário, autor do requerimento de criação da comissão, ela será instalada nos próximos dias.

A renúncia foi anunciada nesta terça-feira (2) pelo próprio Blatter durante pronunciamento em Zurique, na Suíça. Nova eleição para escolher o sucessor do suíço será agendada, e a expectativa é que o congresso extraordinário aconteça entre dezembro deste ano e março do ano que vem. Até lá, Blatter continuará no comando da entidade.

Blatter foi reeleito presidente da Fifa na última sexta-feira (29), em meio a uma grande operação internacional contra a corrupção no futebol. O presidente viu-se pressionado a explicar as denúncias de que seus principais dirigentes cobravam propina para negociar contratos de marketing, transmissão de jogos e a escolha dos países-sede da Copa do Mundo. Este seria o quinto mandato do suíço à frente da entidade, que ele comanda desde 1998.

Na manhã da última quarta-feira (27), policiais suíços prenderam, em Zurique, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin, e mais seis dirigentes esportivos da Fifa: Jeffrey Webb, Eduardo Li, Julio Rocha, Costas Takkas, Eugenio Figueredo e Rafael Esquivel. No final da tarde do mesmo dia, o ex-vice-presidente da Fifa Jack Warner entregou-se às autoridades de Trinidad e Tobago, na América Central, mas foi liberado após pagar fiança de US$ 400 mil. O paraguaio Nicolás Leoz, também indiciado, teve prisão domiciliar decretada pela Justiça de seu país.

Nove dirigentes da Fifa e cinco empresários esportivos de várias nacionalidades – entre eles os sete já presos – foram denunciados à Justiça norte-americana, suspeitos de cobrar propinas ao negociar contratos de direitos de transmissão de jogos organizados pela Fifa ou por entidades a ela associadas. As autoridades norte-americanas também investigam indícios de fraude na escolha dos países-sede das duas próximas Copas do Mundo (Rússia, 2018, e Catar, 2022). Segundo a Promotoria de Justiça de Nova York e o FBI (Polícia Federal dos Estados Unidos), o esquema pode ter movimentado pelo menos US$ 150 milhões (mais de R$ 470 milhões) em mais de duas décadas.

EBC


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03
jun
2015

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O deputado estadual, Tovar Correia Lima (PSDB), cobrou nessa terça-feira (2), durante discurso na Assembleia Legislativa (ALPB), que o Governo do Estado, por meio da secretaria de Segurança Pública, monte um fórum de discussão para encontrar alternativas que reduzam o índice de criminalidade na Paraíba. O deputado sugeriu que o fórum conte com a presença de parlamentares.

“O que o Estado não pode fazer, é ficar parado, de braços cruzados, esperando que os crimes aconteçam em todos os lugares, até mesmo em escolas. Me coloco a disposição para participar e contribuir com as discussões para que possamos encontrar medidas que nos garantam mais segurança. Hoje está impossível sair de casa com tranquilidade”, destacou o deputado.

Durante discurso, o deputado lembrou os diversos assaltos e crimes praticados por bandidos em todo o Estado e lamentou o arrastão realizado a uma escola de João Pessoa quando dois homens armados invadiram o local por uma janela de uma das salas e passaram nas demais roubando cerca de 80 celulares dos alunos. Fato que rendeu matéria nacional.

“Paraíba se tornou uma terra sem lei, comandada por bandidos, onde o cidadão de bem tem que ficar trancado para não ser vítima de violência. Não podemos ir ao banco, pois corremos o risco de sermos assaltados e assassinados. Não podemos passear pelas ruas e até por nossa orla, pois corremos sérios riscos de ter pertences roubados, sermos machucados e até mortos por bandidos. Não podemos ter nossos comércios, pois somos roubados em qualquer horário do dia e temos sorte quando não perdemos a vida”, disse o parlamentar.

Na ocasião, Tovar Correia Lima apresentou dados do mapa da violência dos bancos que já registrou 68 ocorrências contra agências bancárias no Estado neste ano de 2015. Foram 30 explosões, três assaltos, 17 arrombamentos, seis tentativas de arrombamento e 12 saidinhas de Banco. “A esse número, soma-se mais uma explosão ao banco de Nova Olinda. Além de roubar o dinheiro, ainda crivaram a parede de delegacia de bala”, relatou.

Tovar lembrou ainda que do último domingo para a segunda-feira (1º), três pessoas de uma mesma família passaram mais de dez horas sob o poder de assaltantes de banco na cidade de Mari, Zona da Mata paraibana. Os homens invadiram a casa, que fica ao lado de uma agência bancária, para arrombar a parede da residência, entrar na agência e fugir levando o dinheiro do caixa central.

“Na última sexta-feira (29), a minha Campina Grande viveu momentos de terror. Falo do assalto a um carro forte em plena luz do dia, seguido de tiroteio pelas ruas da Rainha da Borborema, que podemos acompanhar pelas redes sociais. Só tinha visto cenas daquelas em filmes de ação”, revelou o deputado.

Policiais Tovar disse que os policiais tentam fazer a sua parte, mas sem equipamentos adequados e com o efetivo defasado é impossível. “Os bandidos estão reinando na Paraíba, pois não temem a ação do poder público. Assaltam, agridem, roubam, estupram em qualquer lugar e a qualquer hora do dia, pois estão certos de que nada vai os acontecer”, lamentou.

O deputado disse que o povo da Paraíba não aguenta mais ser enganado com dados fantasiosos e manipulados. “Todos nós queremos ações concretas. Faço um apelo dessa tribuna para que o Governo não deixe parte da nossa população ser dizimada pela violência”, finalizou.

Assessoria


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03
jun
2015

Maranhão transfere detentos para presídios federais

A população prisional no Brasil cresceu 74% entre 2005 e 2012. Em 2005, o número de presos no país era 296.919. Sete anos depois, passou para 515.482 presos. A população prisional masculina cresceu 70%, enquanto a população feminina cresceu 146% no mesmo período. Em 2012, aproximadamente um terço da população prisional brasileira estava encarceradas em São Paulo.

De acordo com o levantamento, 38% dos presos estão sem julgamento. Pelo menos 61% deles foram condenados e 1% cumpre medida de segurança. Entre os condenados, 69% estão no regime fechado, 24% no regime semiaberto e 7% no regime aberto.

“Quase metade (48%) dos presos brasileiros recebeu pena de até oito anos. Num sistema superlotado, 18,7% não precisariam estar presos, pois estão no perfil para o qual o Código de Processo Penal prevê cumprimento de penas alternativas”, cita o texto.

Os dados estão no estudo Mapa do Encarceramento: os Jovens do Brasil, divulgado hoje (3) pela Secretaria-Geral da Presidência da República. O levantamento foi feito pela pesquisadora Jacqueline Sinhoretto com base nos dados do Sistema Integrado de Informações Penitenciárias (InfoPen), do Ministério da Justiça. Segundo o estudo, o crescimento foi impulsionado pela prisão de jovens, negros e mulheres.

O relatório aponta que 13 estados tiveram crescimento acima da média nacional. Em Minas Gerais, segundo estado em população encarcerada, com 45.540 presos em 2012, o número de presos cresceu 624%. Segundo o relatório, isso se deve a programas que visam a repressão qualificada aos crimes contra a vida e a presídios privatizados instalados no estado. O Rio Grande do Sul teve o menor crescimento, de 29%.

“A análise conjunta das taxas de encarceramento e das taxas de homicídio por estado indica que prender mais não necessariamente reduz os crimes contra a vida, porque as políticas de policiamento enfocam os crimes patrimoniais e de drogas”, aponta o relatório.

Os crimes contra o patrimônio e relacionados às drogas são os mais comuns, segundo o estudo. Somados, atingem cerca de 70% das causas de prisões. Crimes contra a vida responderam por 12%. Segundo o relatório, isso indica que o policiamento e a Justiça criminal não têm foco nos crimes “mais graves”.

Agência Brasil


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03
jun
2015

Desde que a Energisa passou para as prefeituras a gestão da iluminação pública os gestores municipais estão arrancando os cabelos tentando gerenciar o problema que acabaram herdando. Alguns por falta de profissionais capacitados, outros, por falta de recursos, muitos por não saber como gerir. Para tentar dirimir estes problemas, a União Brasileira de Municípios vai criar a Companhia Energética dos Municípios da Paraíba (Comperm-PB) que poderá reunir 216 cidades para gerenciar seus recursos energéticos.

A Ubam deverá reunir os municípios em junho para discutir a forma de aplicar o projeto. “Com a criação as prefeituras vão economizar mais de 50% do que gastam para adquirir o caro e precário serviço prestado pela Energisa”, afirmou Leonardo Santana, presidente da Ubam.

De acordo com Santana, a Energisa já recebeu das prefeituras municipais, só de 2010 a 2014, uma exorbitante soma de R$ 359 milhões, tomando por base as informações do Sistema Sagres, do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba.

Blog do Tião Lucena


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03
jun
2015

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Em entrevista ao Espaço Público, ministro do STF Marco Aurélio Mello afirma que, considerando o artigo 60 da Constituição, que impede a reapresentação de uma emenda constitucional na mesma sessão legislativa, a segunda votação sobre as doações de empresas às campanhas sequer deveria ter acontecido e seu resultado não tem o menor valor legal; texto foi aprovado em manobra do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB); “É uma visão que dá uma perspectiva real de sucesso a uma solicitação de 64 deputados já apresentada ao STF, questionando a PEC do financiamento de campanhas, derrotada por uma diferença de 76 votos na primeira votação”, afirma o jornalista Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília; Mello rejeita ainda o impeachment de Dilma Rousseff; disse que não vê fatos capazes de autorizar uma investigação da presidente; ele também fez críticas ao juiz Sérgio Moro, fazendo ressalvas às delações premiadas da Lava Jato

por Paulo Moreira Leite

No final da entrevista do ministro Marco Aurélio Mello ao Espaço Público, programa da TV Brasil exibido nesta terça-feira, tive a certeza de haver presenciado um depoimento histórico, em companhia dos também entrevistadores Florestan Fernandes Junior e Felipe Recondo.

Com a experiência de quem irá completar 25 anos de Supremo Tribunal Federal, a entrevista de Marco Aurélio foi uma aula de 58 minutos, construída a partir de argumentos lógicos e principios claros, na qual o ministro não perdeu a oportunidade de confirmar uma de suas afirmações favoritas, aquela que diz que “a coragem é a maior das virtudes.” Pela importância do entrevistado, pela relevância dos assuntos que abordou, seu depoimento tem a força de um fato político.

Sem perder-se em raciocínios rebuscados e terminologia incompreensível, que costumam atazanar aparições públicas de tantas autoridades do judiciário, Marco Aurélio falou com firmeza e segurança a respeito de temas atuais, de alta importância política. Perguntando sobre um possível impeachment da presidente Dilma Rousseff, o ministro disse que não via fatos capazes de autorizar uma investigação da presidente. Sem deixar de manifestar a vontade de que possíveis irregularidades sejam investigadas e esclarecidas, Marco Aurélio deixou claro que duvidava das vantagens, para o país, enfrentar um segundo impeachment desde o retorno das eleições diretas, em 1989.

Uma semana depois que a Câmara aprovou a PEC que autoriza as contribuições de empresas privadas para partidos políticos, em segunda votação em 48 horas, o ministro não teve o menor receio de encarar o assunto, talvez o mais relevante daquela expressão (“reforma política”) que enganosamente dominou as conversas de Brasília nas últimas semanas.

Considerando que o artigo 60 da Constituição impede a reapresentação de uma emenda constitucional na mesma seção legislativa, o ministro lembrou um fato ululante, que sequer deveria ser discutido por pessoas sérias: a regra escrita na Constituição deve prevalecer acima de outras deliberações. Em outras palavras, a segunda votação sequer deveria ter acontecido e seu resultado não tem o menor valor legal.

É uma visão que dá uma perspectiva real de sucesso a uma solicitação de 64 deputados já apresentada ao STF, questionando a PEC do financiamento de campanhas, derrotada por uma diferença de 76 votos na primeira votação. Pela interpretação de Marco Aurélio, baseada em artigos redigidos de forma cartesiana pelos constituintes de 1988, os festejos do rolo compressor de Eduardo Cunha nessa matéria terão vida curta. (Ele também criticou a atitude de Gilmar Mendes em engavetar o voto sobre o tema por um longo período. Lembrou que os pedidos de vistas devem servir para a reflexão do magistrado e incluir um período razoável de tempo — em vez de servir para tentativas de modificar uma situação politica desfavorável).

Em seu conjunto, a entrevista — que será reprisada neste domingo a partir das 23 horas — é uma oportunidade rara de compreender em profundidade um ponto de vista que se opõe a visão hegemônica que tem sido apoiada pela maioria dos meios de comunicação desde o julgamento da AP 470 e também sobre a Operação Lava Jato — onde é fácil enxergar atitudes que lembram um linchamento em praça pública, sem relação com o distanciamento e serenidade que devem acompanhar decisões civilizadas.

Entre seus onze pares no Supremo, Marco Aurélio é hoje o principal porta-voz do pensamento garantista, aquele que, sem deixar de reconhecer a relevância de punir o crime e os criminosos, coloca a defesa dos direitos e garantias individuais como principal obrigação de todo juiz.

Durante o regime militar, este pensamento denunciava os abusos — que incluíam a tortura — como técnica de interrogatório de prisioneiros.

Nos dias de hoje, a defesa dos direitos individuais inclui a condenação de abusos — como longas prisões preventivas — destinadas a convencer prisioneiros a fazer delações que podem diminuir suas penas, num exercício que vários especialistas definem como tortura psicológica.

Em 2012, Marco Aurélio foi um aliado solidário de Ricardo Lewandovski em decisões relevantes, como a defesa do desmembramento do julgamento. Ontem, respondeu a várias questões sobre a AP 470, feitas pelos entrevistadores e também pelo público, através das redes sociais.

O ministro demonstrou uma satisfação — difícil de disfarrçar — por sua postura na época, o que era inteiramente compreensível em minha opinião.

Se, em vez de rejeitar o desmembramento por 9 votos a 2, o Supremo tivesse aceito favorável aquela medida, poderia ter sido possível evitar o vergonhoso final com dois pesos e duas medidas — o julgamento dos réus ligados ao Partido dos Trabalhadores, condenados e recolhidos a Papuda para o cumprimento de suas penas, e os acusados ligados ao PSDB, que até agora sequer receberam uma primeira condenação.

A entrevista ao Espaço Público foi realizada dois meses depois que o ministro publicou um artigo chamado “Prender e Soltar”, no qual deixava claro seus questionamentos às longas prisões preventivas em vigor em nosso sistema prisional e também na Lava Jato. Ontem, respondendo a uma questão colocada pelo advogado Nelio Machado, Marco Aurélio fez críticas sempre respeitosas mas diretas ao juiz Sérgio Moro. Falando com a segurança de quem domina os próprios argumentos e estudou demoradamete o ponto de vista adversário, fez ressalvas às delações premiadas, lembrando que o depoimento de um co-réu mais pode ser visto como única prova para sustentar uma acusação criminal. Marco Aurélio deixou claro ter sérias dúvidas sobre o destino das acusações quando forem examinadas por tribunais superiores, inclusive pelo STF.

O ministro ainda lembrou um ponto de princípio do Estado de Direito, que determina a sep

aração entre o trabalho de investigar, acusar e julgar, para deixar claro seu inconformismo com a supremacia do Ministério Público, que comanda a investigação e depois faz a acusação. Empregando o bom senso que alimenta boa parte de seus argumentos, Marco Aurélio recordou um aspecto óbvio: por mais bem intencionado que seja, o sujeito encarregado de montar uma acusação está condenado a dirigir uma investigação — que deveria ser neutra e isenta — para seus propósitos finais.

Claro que, na condição de apresentador do Espaço Público, sou suspeito para falar. Mas duvido que seja possível negar que Marco Aurélio Mello produziu 58 minutos imperdíveis sobre Direito, Justiça e Cidadania.

Brasil 247


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ter
02
jun
2015

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O consagrado jornalista, escritor e historiador princesensese Paulo Mariano, 81, relança, no próximo dia 21, em Princesa Isabel, o livro Princesa Antes e Depois de 30.

O evento acontecerá às 19h, no Espaço Nordeste Princesa Isabel (antiga Sanbra), e terminará com uma sessão de autógrafos.

Publicado originalmente em 1991, Princesa Antes e Depois de 30 é relançado pela editora pessoense Ideia, em edição revista e ampliada, novo projeto gráfico, com apresentação do também escritor e poeta Luiz Nunes  e capa de Emmanuel Arruda.


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ter
02
jun
2015

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A deputada estadual, Camila Toscano (PSDB), cobrou do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde, a aquisição de uma ambulância de suporte avançado para o Hospital Regional de Guarabira. A unidade recebeu uma ambulância que não serve para o transporte de pacientes estado grave e entubados. O requerimento com a solicitação do veículo foi aprovado pela Assembleia Legislativa da paraíba (ALPB) nesta terça-feira (2).

“Os pacientes em estado grave continuam sendo transferidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Guarabira, pois a unidade não dispõe desse tipo de ambulância desde janeiro”, disse a tucana.

A parlamentar explicou que quando um paciente em estado grave precisar uma avaliação de neurologista, por exemplo, para depois voltar a Guarabira, não tem como ir porque a ambulância do Samu não pode esperar, tendo em vista que quanto mais tempo se fica em espera a região fica toda descoberta.

“Hoje mesmo temos o caso de um paciente no Hospital Regional precisando de transferência, o Samu está sem ter como liberar a transferência porque não tem vaga no Trauma e o Regional está sem ambulância desde que o contrato com a empresa antiga foi suspenso e nenhuma outra foi contratada”, relatou.

A Unidade de Suporte Avançado (USA), segundo destacou a deputada, precisa ter respirador mecânico e desfibrilador. Outro diferencial é a equipe que precisa ter obrigatoriamente médico e enfermeiro, além do condutor. Na ambulância básica tripula só enfermeiro e condutor.

Hospital Regional Camila vem denunciando na ALPB a falta de estrutura no Hospital Regional de Guarabira. A unidade quase teve o serviço de hemodiálise suspenso, o aparelho de ultrassonografia só funciona em alguns dias da semana, o aparelho de raio-x estava encaixotado há quatro meses, pois faltava instalação elétrica.

A unidade hospitalar não conta com médicos especialistas. Os pacientes da hemodiálise, que passam mal durante o tratamento, não podem contar com o atendimento de um nefrologista, por exemplo.  Além disso, faltam itens básicos de funcionamento como é o caso de lençóis.

Assessoria


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