Volume crítico, forte calor e evaporação da água provocam baixa oxigenação e consequente morte de peixes, comprometendo a potabilidade da água do Jatoba II
O tempo segue seco e quente em Princesa Isabel, onde o açude Jatobá II, que abastece o municípío, registra o menor volume em quase 50 anos após sua construção.
Com apenas 9,6% (620,946 m³) da capacidade máxima (6.487,200 m³), o reservatório sofre os efeitos de dois anos de estiagem prolongada, agravados pelo consumo nada responsável da água que ainda resta e, ainda, pelo abastecimento desordenado de carros-pipa de outros municípios [inclusive de Pernambuco], além da retirada clandestina do produto.
Para piorar a situação, o calor intenso aumenta não só o consumo da água distribuída, como também a evaporação, que é mais rápida no semiárido nos últimos meses do ano, o que deve piorar ainda mais o cenário de devastação que se abate sobre o reservatório, cujo solo do leito vazio, em alguns trechos, já apresenta sais minerais – indícios da salinização que chega à superfície do chão.
Além do mais, a extinção da mata ciliar (vegetação que protege os cursos [cabeceiras] da água e as margens do manancial), piora o quadro, com o aumento do aterramento do açude, o tal assoreamento. Com reduzido volume de água, a baixa oxigenação já começa a afetar o ciclo de vida de peixes (mortandade) e da vegetação aquática (apodrecimento), com o consequente comprometimento da qualidade da água, que, se restar, se tornará no curto espaço de tempo imprópria para consumo das famílias.
A água já começa a apresentar coloração incomum e cheiro atípico.
Para minimizar os efeitos irreversíveis do ‘apocalipse now’ com o colapso total no abastecimento, é preciso que, em meio a outras medidas igualmente indispensáveis, a Cagepa racione a distribuição, a população economize sem freio, a construção civil seja impedida de usar a água do Jatobá II (tratada ou não) e carros-pipa sejam disciplinados.
Caso contrário, teremos um dilúvio de problemas sem solução, pois a esperança na intervenção dos podres poderes mingua a cada gota que o açude, na sua agonia líquida, tem evaporada, subtraída, desperdiçada.
Outrora copioso, agora quase sumido, o Jatobá II ainda chora por nós, inconsolável com a secura das autoridades, com a erosão das leis e, finalmente, vergado, espraia-se inerte ante o imobilismo árido, cúmplice e não menos criminoso de todos ditos cidadãos.
Assim caminham o Jatobá II e Princesa Isabel!
No leito vazio e petrificado do açude, galhos de árvore centenária lembram cruzes
A vasta extensão do leito seco mostra uma paisagem árida, com solo enrugado
A garrafa vazia de água mineral tem aspecto múltiplo de assombração futura
Desaprecie sem moderação, com ilimitada indignação, mais imagens do Jatobá II em sua lenta agonia:
(Fotos: Irismar Mangueira e Iram Pinto)
CADÊ,AS AUTORIDADES!!! EX PREFEITOS E O ATUAL, PADRE, JUIZ AS DEMAIS AUTORIDADES.
SERA QUE ELES ESTAÕ PREOCULPADOS??? NÃO ACREDITO, O POVÃO É QUEM VAI SOFRER
ACORDA POVÃO $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$.
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AGORA É TARDE. O JATOBÁ ESTÁ MORTO. POVO PASSIVO MERECE GOVERNO QUE TEM. BEM FEITO!
agora é tardeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee
vamos fazer alguma coisa minha gente
Vamos pedir a Frei Sérgio que faça alguma coisa e rezar para Nossa Senhora do Bom Conselho nos ajudar
só quero ver quando o açude secar, aí a poica vai torcer o rabo…
as autoridades não ligam pois ganham bem e só bebem água mineral gelada, e nós estamos lascados
Zé Duarte, denuncie aí no seu blog que tem carro-pipa de Pernambuco tirando água para irrigar plantios de cajus e cocos…
Caro blogueiro, essa lama preta só poder óleo dos motores e dos carros-pipas. Acabaram com o nosso açude, um verdadeiro crime ambiental.
ninguém fez nada para evitar que isso pudesse acontecer com nosso açude, o que vamos fazer quando ele acabar de secar????
princesa isabel tá afundada e acabada…
Caro Jornalista: parabéns pela denúncia e bela reportagem. Seu texto dispensa comentários. Aprofunde mais a questão da responsabilidade das autoridades e orgãos sobre essa situação calamitosa.
mais suja que a água do finado jatobá tá a lei em nossa terra, pois ninguém faz nada. que tristeza.
faz muito tempo que essa situação existe, desde o ano passado e as autoridades (?) nunca tomaram uma medida. Princesa Isabel é a casa de ma~e joana, um verdadeiro cabaré….
Quem pode ser responsabilizado por isso???
MEUS DEUS, QUE COISA MAIS TRISTE
Brilhante reportagem, embora triste. Quem viu como nós vimos, o jatobá sangrando furiosoano após ano não pode ter outro sentimento senão de melancolia. Parabéns.