ter
18
jan
2022

Tedros-Adhanom

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, está preocupado com as previsões otimistas sobre o fim da pandemia que vêm se multiplicando nos últimos dias. Ao falar do aumento fulgurante de novos casos provocado pela variante ômicron, o especialista advertiu sobre a possibilidade de surgimento de novas cepas.

"A ômicron continua se espalhando pelo planeta. Não se enganem, a ômicron provoca hospitalizações e mortes, e mesmo os casos menos graves submergem os estabelecimentos de saúde", declarou Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante coletiva de imprensa na sede da OMS em Genebra.

Por isso, o diretor-geral da organização pede prudência por parte de autoridades que vêm fazendo previsões otimistas sobre a doença. "Essa pandemia está longe do fim e, considerando o inacreditável crescimento da ômicron no mundo, é provável que novas variantes apareçam", reiterou.

O Reino Unido anunciou recentemente ter atingido o pico de contaminações e vem registrando uma diminuição nas hospitalizações. Já a França calcula que atingirá o ápice de contágios em alguns dias. Esses dados, no entanto, precisam ser relativizados, disse Ghebreyesus.

"Em alguns países, casos de Covid-19 parecem ter chegado a um pico, o que suscita esperanças que o pior desta onda passou, mas nenhum país se livrou até agora da ômicron", lembrou.

Depois de uma onda fulgurante da variante na Europa, a América Latina é o novo alvo da ômicron. A Argentina é o país que mais registra casos na região: entre os dias 8 e 15 de janeiro, o país acumulou 2.481 casos por milhão de habitantes. No total, 63% dos testes atestam positivo diariamente no país que tem também a maior taxa de positividade à Covid-19 no mundo.

Doença endêmica?

Na Europa, várias autoridades vêm se pronunciando sobre a possibilidade de a Covid-19 se tornar endêmica, como a gripe. É o caso do chefe da estratégia vacinal da Agência Europeia de Saúde, Marco Cavalieri, que afirmou, em 11 de janeiro, que será preciso aprender a conviver com a doença. "Com o aumento da imunidade entre a população e com a ômicron, haverá muito mais imunidade natural além da vacinação. Avançaremos rapidamente a um cenário que será mais próximo da endemicidade", declarou.

Já o ministro da Saúde da Suíça, Alain Berset, disse recentemente que a variante ômicron poderá ser "o começo do fim" da pandemia. A Espanha também tem a intenção de gerenciar esta nova etapa da crise sanitária como uma epidemia de gripe sazonal, e protegendo a população mais frágil. Por isso, a ministra espanhola da Saúde, Carolina Darias, convocou os líderes europeus a modificar o sistema de registro de contágios e a buscar "novos horizontes".

O diretor-geral da OMS acredita que é cedo para esse tipo de previsão. "A ômicron pode ser menos grave, em média, mas o discurso de que se trata de uma variante benigna é enganador, prejudica a resposta global e custa vidas", disse.

Ghebreyesus também expressou sua preocupação com as baixas taxas de imunização contra a Covid-19 em vários países. "As pessoas correm o risco de desenvolver formas graves da doença ou de morrer se não se vacinarem", enfatizou.

Brasil 247


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