Fux, que censurou entrevista de Lula em 2018, diz que a ‘democracia é uma mentira onde imprensa não é livre’

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, defendeu nesta quinta-feira (5) a liberdade de imprensa no Brasil e classificou como "mentira" a democracia em países que criam restrições ao trabalho jornalístico.

“Num país onde a imprensa não é livre, num país onde a imprensa é intimidada, num país onde a imprensa é amordaçada, num país onde a imprensa é regulada, sendo a imprensa um dos pilares da democracia, nesse país, com tantas restrições à liberdade de imprensa, a democracia é uma mentira e a Constituição Federal é uma mera folha de papel”, disse Fux, durante participação no abertura da exposição Liberdade & Imprensa – o papel do jornalismo na democracia brasileira. O evento é realizado pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), em parceria com o Supremo Tribunal Federal.

A defesa enfática do presidente do STF parece destoar de decisão do próprio ministro Luiz Fux de 2018, quando censurou uma entrevista do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos jornalistas Monica Bergamo e Florestan Fernandes Jr., para a Folha de S. Paulo e El País, respectivamente.

Na ocasião, Lula estava preso em Curitiba cumprindo pena pela condenação do ex-juiz parcial Sergio Moro, e tentava disputar as eleições presidenciais. Fux desrespeitou a decisão do também ministro do STF Ricardo Lewandowski, que havia autorizado a entrevista do ex-presidente.

Durante o evento nesta quinta-feira, Luiz Fux defendeu que a liberdade de imprensa permite a autodeterminação da sociedade brasileira para fazer as suas escolhas políticas e sociais. “A Constituição brasileira, no artigo 220, estabelece que a imprensa não poder sofrer nenhuma forma de censura, quer seja ideológica, política ou artística. O espectro da liberdade de imprensa é muito amplo, ela influencia diversos segmentos da sociedade, tem inúmeras repercussões políticas”, ressaltou.

Brasil 247

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