O escândalo da Petrobrás deu vez a outras investigações que pode se transformar no grande escândalo Brasil

Otávio Sitônio

Mais de uma fonte oculta e secreta, dessas que brotam das entranhas da terra, veio me dizer que um grande escândalo em nível nacional está para estourar de uma hora para outra. Parece que é uma empreiteira, carro chefe de consórcios formados e firmados para licitações bilionárias. Há muito tempo empreiteiras elegem e deselegem políticos no Brasil, formando equipes de corretores de obras. São as estradas, ferrovias, hidrelétricas e grandes edifícios que carreiam recursos para a eleição de muitos políticos, sejam da situação ou da oposição.

Com o escândalo da Petrobrás, a moda pode pegar. O governo de Dona Dilma não pode se expor a uma conivência silenciosa com as quadrilhas montadas para garfarem o erário nacional. O Ministério Público e a Polícia Federal, agora independentes, estão aí para investigar as denúncias de corrupção que surgem nas esquinas da informação no Brasil.

Depois do maremoto da Petrobrás, fala-se num terremoto envolvendo uma mega empreiteira, cujas e sujas atividades estão sendo investigadas mais ou menos secretamente pela PF e o MP. Eu não sei quem é, pois só sei do resultado dos jogos do campeonato. E já sei demais. Dia desses Neymar fez cinco golos durante um treino. Vai fazer gol assim na barra da Alemanha.

Há grandes empresas que apostam no campeonato político brasileiro botando fichas nos dois lados, governo e oposição. A praxe é essa, pois, ganhe quem ganhar, a empresa está de cima. E apta a ganhar a licitação superfaturada e combinada entre amigos. Um bota mil, outro dois mil, aqueloutro bota três, ganha quem fez a proposta de mil – só que duas vezes o preço real. Do superfaturamento sai o dinheiro para financiar a campanha de a, bê e cê.

No escândalo da Petrobrás, disse o delator que só um partido não recebeu dinheiro – o Psol. Antigamente, o PT era assim. Ganhe quem ganhar as eleições, o agente ativo da corrupção está de cima. E haja superfaturamento, haja sobrepreço. O escândalo da Petrobrás deu vez a outras investigações que pode se transformar no grande escândalo Brasil, provocando um dominó em cadeia e na cadeia. Naquele bodão do apresentador de TV: “é preciso passar o Brasil a limpo”. Parece que o chiste pegou, feito praga de mãe.

Pois anote aí: um grande, um mega escândalo está para estourar envolvendo uma baita empreiteira. Um escândalo só para ela, só dela. Quem será? Barriga de moça branca, que não se sabe quem é o pai. Na minha terra apareceu uma branca assim, e o pai era um negro. Fazia pouco tempo da abolição. Os negros não passavam nem perto das moças brancas. Pois esse foi queimado vivo, e o menino, quando nasceu, despachado para outro estado. A família da moça comprou um noivo para tapar o buraco.

E se essa onda que começou com a Petrobrás terminar em pizza? Pode ser, pois é a tradição no Brasil. Mas parece que a casa está caindo. Tem diretores e presidentes de empreiteiras na cadeia, comendo o pão que o diabo amassou. No fim do ano, a carceragem não deixou nem vir o jantar da família. Os caras comeram o peru do governo, mal passado, cru, com farinha branca. Parece que os tempos estão mudando.

Você sabe qual é essa empreiteira da qual estão falando em segredo, nas esquinas da boca miúda? Sei não. Digo como aquele jogador de futebola: “só posso dar os prognósticos depois do jogo”. Elas têm muito poder, veja o caso recente da proibição, pelo Supremo, de se dar publicidade aos nomes das empreiteiras envolvidas com trabalho escravo. Mas escravo mesmo é o contribuinte brasileiro, que paga com o suor da cara as obras superfaturadas e nem sempre necessárias, sorteadas entre amigos.

*Jornalista, escritor, poeta, ensaísta, publicitário e membro do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, da Academia Paraibana de Letras e da Academia de Letras e Artes do Nordeste.