sáb
24
jan
2015

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Capa de Veja deste fim de semana sinaliza o tom que será adotado pelas famílias midiáticas nas próximas semanas; embora a crise da água pareça ser mais urgente do que a de energia, os dois problemas serão somados; assim, a conta do eventual racionamento de água em São Paulo, que recairia sobre o governador Geraldo Alckmin, potencial candidato do PSDB à presidência da República em 2018, será dividida com a presidente Dilma Rousseff (ainda que não ocorra restrição na oferta de energia elétrica); o que está em jogo é a disputa política; Alckmin e Dilma, no entanto, devem trabalhar em conjunto pela solução da crise da água em São Paulo, realizando investimentos na interligação de bacias

247 – De uma torneira seca, projeta-se a imagem de uma lâmpada que se apaga. Assim, a crise de abastecimento de água no Sudeste, que já atinge os estados de São Paulo, onde a situação é mais crítica, mas também Minas Gerais e Rio de Janeiro, se casa com o suposto racionamento de energia que, de acordo com as previsões de parte da imprensa brasileira, será inevitável.

Com isso, uma conta que recairia sobretudo sobre os ombros do governador Geraldo Alckmin, potencial candidato do PSDB à presidência da República em 2018, passa a ser dividida, também, com a presidência Dilma Rousseff.

Essa parece ser a estratégia de determinados grupos de comunicação, a começar pela revista Veja, que, em sua capa desta semana, divide a fatura dos dois "racionamentos", ainda que o risco de escassez de água nas torneiras pareça ser bem maior do que o de falta de energia nas tomadas.

Em seu editorial, produzido por Eurípedes Alcântara, Veja pede até tolerância. "O momento é muito mais de tolerância, cooperação e engenhosidade individual, de modo que, coletivamente, atravessemos os meses difíceis que teremos pela frente", diz o texto. "Se cada um dos brasileiros passar a consumir metade da água e da energia elétrica a que se acostumou nos tempos de abundância, a crise será superada em menos tempo e com menos sofrimento".

Disputa política

Naturalmente, fosse o outro o contexto político, o discurso de Veja e de outros meios de comunicação em relação à crise da água seria bem mais duro. Ontem, na charge de Chico Caruso, o jornal O Globo praticamente atribuiu à presidente Dilma Rousseff a responsabilidade pela seca nos reservatórios (leia mais aqui). Com isso, o que está em jogo é apenas a disputa política de 2018. Se o PSDB, que governa São Paulo há mais de vinte anos e governou Minas nos últimos doze, sairá abalado da crise hídrica, que a conta, ao menos, seja repartida com o PT.

Independentemente da disputa midiática, o fato é que os governos federal e estadual devem trabalhar em conjunto. Ontem, a presidente Dilma Rousseff incluiu no PAC uma das principais obras necessárias para garantir o abastecimento de água em São Paulo: a interligação do reservatório Jaguari-Atibainha (leia aqui).

Brasil 247


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