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18
fev
2015

 

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247 – No País em que o ano começa no pós-Carnaval, o primeiro grande fato político ainda está para ser definido. Como será, afinal, a convivência entre a presidente Dilma Rousseff e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha?

Que eles nunca se deram lá muito bem, isso é de domínio público. O problema é que, nas primeiras medições de força, na fase pré-Carnaval, Cunha e seu rolo compressor aprovaram todas matérias que lhes interessavam. E ficou claro que, ao  trombar de frente com o piloto e sua máquina, o Palácio do Planalto estarão sempre em desvantagem. Em nome da governabilidade, Dilma recebeu conselhos, inclusive do ex-presidente Lula, de buscar uma aproximação com Cunha. E foi o próprio Cunha quem fez um primeiro gesto, ainda que tímido, nessa direção, ao declarar que o PT deve, sim, ter uma cadeira na CPI da Petrobras a ser instalada. Entende-se, agora, que a bola desse jogo está no campo de Dilma.

Em tese, caso assuma uma posição subserviente, o Planalto estará de bem com a Câmara. Mas é claro que, nessa posição, não haveria acordo. Ocorreria uma simples capitulação. Dilma, ex-guerrilheira de fibra, como se sabe, não é política de capitular. Ela terá de mostrar, agora, seu melhor lado de negociadora.

Em meio a dificuldades na economia e risco de racionamento energético, a posição da presidente não é das mais fáceis. O próprio Cunha, no entanto, sabe que não deve radicalizar contra o Palácio do Planalto, sob o risco de criar uma crise que, a depender do elemento povo na rua, pode resultar numa desestabilização de graves consequência.

Dentro desse espaço de responsabilidade institucional está a margem de entendimento entre Dilma e Cunha. A presidente já sabe que terá de abrir mão de grande parte da agenda que planejara para seu governo, enquanto Cunha deverá entender que o regime de governo ainda é o presidencialismo – e não o parlamentarismo, ainda que todos tenha entendido que este será um ano de parlamento extremamente forte. Começar por um frente a frente para aparar o que for possível de divergências pode ser um primeiro gesto positivo. Depende, neste momento, mais de Dilma do que de Cunha.

Brasil 247


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