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14
abr
2015

A II Bienal Brasil do Livro e da Leitura de Brasília começa hoje (11), no Museu da República, o nome internacional do evento, Eduardo Galeano, recebe homenagem e profere palestra (Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O escritor uruguaio Eduardo Galeano, que morreu nessa segunda-feira (13), tinha no Brasil um grande amigo que considerava como irmão. Eric Nepomuceno foi responsável por introduzir a obra dele no Brasil. “É uma figura exemplar, uma figura singular, acho que é o último dos grandes”, reflete Nepomuceno, sobre o legado deixado pelo amigo.

Reponsável pela primeira publicação de um conto de Galeano no Brasil em 1974, Nepomuceno soube da morte do amigo por volta das 9h dessa segunda-feira, por meio de um telefonema.“Eu sabia que ele estava indo embora desde sexta-feira”, conta.

Em entrevista por telefone ao Portal EBC, Nepomuceno lembra da última vez que esteve com Galeano, em janeiro deste ano.“De uma certa forma eu não sabia que era uma despedida. Eu sabia que ele estava doente, magrinho, essas coisas todas, mas achei que ia dar tempo. Eu estava indo pra lá [Montevidéu] quarta-feira agora para vê-lo e agora estou indo para me despedir”.

O corpo do escritor deve ser cremado nesta quarta-feira (14). Nesta terça haverá uma cerimônia íntima para familiares e amigos e no período da tarde o corpo de Galeano segue para o Congresso Nacional do Uruguai, onde haverá uma cerimônia pública em sua homenagem.

“Reagir”, repete Nepomuceno ao final de um exercício de síntese para explicar o que representou para ele o escritor e amigo Galeano.

“Se eu tivesse que resumir Eduardo em uma palavra ou em duas, seria o indignado, o que não se resignou. Ele teve até o fim uma profunda esperança, uma fé cristalina de que existe um outro mundo e que a gente não pode se conformar”.

Para o escritor brasileiro, a vida de Galeano foi dedicada a entender que existe uma memória que tem de ser resgatada. “O passado é uma coisa viva, não é uma peça de museu”, ressalta.

Nepomuceno conheceu Galeano em 1973, quando o escritor já havia publicado sua obra mais conhecida “Veias Abertas da América Latina”. Na época Galeano era diretor da revista cultural e politica Crisis, fundada por Federico Vogelius.

Nepomuceno foi convidado a colaborar na revista e a relação entre os dois se intensificou ao longo dos anos. “Eu lembrar do Eduardo é lembrar dos últimos 42 anos da minha vida, é uma coisa absolutamente permanente”, pontua.

EBC


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