Banco Central indica perda de força em altas de preços de alimentos, energia elétrica, combustíveis e gás, entre outros, nos próximos meses
A inflação vai continuar caindo de forma profunda ao longo deste ano, encerrando 2016 em 6,6%, informou o Banco Central. É uma mensagem de alívio para o bolso do trabalhador e para o orçamento das famílias. A estimativa para a alta de preços em 2016 é, portanto, bem mais baixa que a inflação de 10,67% registrada em 2015.
Ao apresentar ontem (31) a visão do Banco Central sobre o comportamento da inflação, o diretor de Política Econômica da instituição, Altamir Lopes, reforçou que a tendência para os preços é de queda. “O cenário é de desinflação contratada bastante profunda para este ano”, afirmou.
Entre os preços que vão perder impulso de alta estão alimentos in natura, energia elétrica das residências, combustíveis, gás de botijão, gás veicular e alimentos in natura em geral. Também para os preços do setor serviços –como saúde, educação, aluguéis – a autoridade monetária vê uma perda de fôlego importante nos reajustes.
“Estamos confiantes em uma desinflação de dois pontos percentuais no primeiro semestre. Mantemos essa confiança e me parece que o mercado também já compra essa desinflação de dois pontos neste primeiro semestre”, avaliou o diretor.
A perda de fôlego da inflação está sendo influenciada pelo aumento dos juros básicos da economia e pela menor demanda do mercado consumidor. A projeção de preços mais moderados abrange também o ano de 2017. Para o ano que vem, o Banco Central estima uma inflação 4,9%.
Mesmo dando um sinal positivo para os preços, o Banco Central lembra que a inflação estimada ainda ficará acima do centro da meta de 4,5% e que, por isso, a instituição não trabalha com a possibilidade de flexibilização dos juros básicos da economia. Os juros básicos estão em 14,25% ao ano.
Reformas
Ao transmitir uma mensagem de alívio para os preços, Altamir Lopes também disse que as contas externas do Brasil estão melhores este ano em comparação a 2015.
As contas externas, que são as transações do País com o exterior, estão com saldo negativo cada vez mais baixo, beneficiadas pela redução das importações e pelo aumento dos volumes das exportações.
Ao citar esses fatores positivos, o diretor disse, contudo, ser necessária a aprovação de reformas que melhorem as contas públicas e que ajudem a melhorar a confiança na economia brasileira.
Entre as reformas defendidas pelo governo da presidente Dilma Rousseff está a revisão de algumas regras da Previdência Social para redução dos custos com o pagamento de benefícios previdenciários.
O governo da presidente Dilma defende ainda a aprovação da CPMF, um tributo com potencial de arrecadar cerca de R$ 40 bilhões ao ano, ajudando no fechamento das contas públicas.
Em termos da atividade, o Banco Central vê para este ano um recuo de 3,5% da economia.
BC
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