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07
abr
2016

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"O capital não tem partido mas diz uma lenda que a Odebrecht é mais petista e a Andrade Gutierrez (AG) mais tucana.  Seja como for, salta aos olhos das crianças a ausência de referências ao PSDB na delação dos executivos da AG, sendo tão sobejamente conhecidos os negócios que a empreiteira já teve com governos tucanos, especialmente em Minas", diz a colunista Tereza Cruvinel; "O ministro Teori Zavascki não teve escolha ao homologar os termos da delação da Andrade. Quem “selecionou” o que seria delatado foram os procuradores e os delegados.  Em busca da redução de pena, o delator fala o que o torturador, quero dizer, interrogador, quer ouvir.  E a chamada força-tarefa já deixou claro que tem um lado nesta guerra".

TEREZA CRUVINEL 

A chamada “lista da Odebrecht” sumiu do noticiário depois de ter apavorado o mundo político e forçado a disposição das cúpulas partidárias para cortar logo a cabeça de Dilma Rousseff e liquidar com a espadada da Lava Jato. Foi na esteira de sua divulgação que o PMDB resolveu desembarcar do governo e engrossar o cordão do impeachment. Agora, se Lava Jato quiser dar alguma prova de que não se tornou uma ação partidária, deve entregar à opinião pública uma “lista da Andrade Gutierrez”. E não só a de doações legais, que foram aaté mais generosas para o PSDB, mas também aquela que beneficia todos ou quase todos os partidos, com caixa 1 ou caixa 2.

O capital não tem partido mas diz uma lenda que a Odebrecht é mais petista e a Andrade Gutierrez (AG) mais tucana.  Seja como for, salta aos olhos das crianças a ausência de referências ao PSDB na delação dos executivos da AG, sendo tão sobejamente conhecidos os negócios que a empreiteira já teve com governos tucanos, especialmente em Minas.  Também salta aos olhos das crianças que o vazamento da confissão de que doações legais da AG à campanha da presidente Dilma vieram de propinas têm o objetivo de interferir no andamento do processo de impeachment na Câmara, no momento em que o governo começa a recuperar terreno com a montagem de uma nova coalizão.

O ministro Teori Zavascki não teve escolha ao homologar os termos da delação da Andrade. Quem “selecionou” o que seria delatado foram os procuradores e os delegados.  Em busca da redução de pena, o delator fala o que o torturador, quero dizer, interrogador, quer ouvir.  E a chamada força-tarefa já deixou claro que tem um lado nesta guerra.

O efeito de mais este vazamento seletivo, contra o qual Dilma protestou novamente hoje no encontro com mulheres e movimentos feministas, teve um claro efeito político sobre os que votarão no impeachment. Dirão os indecisos: de que adiantará salvar o mandato de Dilma agora se o TSE, sob a presidência de Gilmar Mendes,  pode cassar a chapa Dilma-Temer lá na frente? O fim da crise vai ser apenas adiado.

Mas o jogo segue e ninguém vai entregar os pontos por antecipação.

Brasil 247


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