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13
abr
2016

Vital-do-Rêgo-

A prisão preventiva do ex-senador Gim Argelo (PTB-DF) na 28ª etapa da operação Lava Jato, desencadeada nesta terça-feira (12), traz as investigações perigosamente para perto do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo Filho (PMDB). Os dois foram citados na delação premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido), firmada em dezembro do ano passado. No documento, Amaral revelou a existência de um grupo de parlamentares que integrava a Comissão Mista Parlamentar de Inquérito da Petrobras (CPMI), comandada por Vitalzinho, que cobravam “pedágio” das empreiteiras para que os dirigentes delas não fossem convocados.

De acordo com a denúncia, as propinas eram divididas entre Vital do Rêgo, presidente da CPMI; Gim Argelo, vice-presidente, e os deputados federais Marco Maia (PT-RS) e Francisco Francischini (PSDB-PR). De acordo com os documentos disponibilizados pela Justiça, todas as segundas-feiras os empresários das construtoras OAS, Léo Pinheiro; Camargo Correia, Júlio Camargo, e UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, eram obrigados a jantar em Brasília e negociar a não convocação. Pessoa, inclusive, em delação premiada, revelou ter pago R$ 5 milhões aos parlamentares para se livrar de convocação.

No ano passado, após a delação de Delcídio do Amaral ser divulgada, o ministro Vital do Rêgo Filho divulgou nota negando qualquer envolvimento em esquema de recebimento de propina.  Dos parlamentares citados na delação, Gim Argelo é o único sem mandato atualmente e, por isso, sem foro privilegiado, o que possibilitou o mandado de prisão assinado pelo juiz federal de primeira instância, Sérgio Moro. A operação Vitória de Pirro contou com a participação de mais de 100 policiais e cumpriu 14 mandados de busca e apreensão, 2  mandados de prisão e 4 de condução coercitiva.

De acordo com a delação premiada de Delcídio do Amaral, os membros da CPMI obrigavam os empresários a pagarem pedágios para negociar a não convocação para a comissão. Em um dos trechos, Amaral diz que Júlio Camargo se irritou muito com a situação. A CPMI foi concluída sem o indiciamento de nenhum dos empresários. O ex-senador também revelou que em outra CPI da Petrobras, em 2009, esta última comandada por Sérgio Guerra, já falecido, o na época presidente nacional do PSDB também cobrou propina para abreviar as investigações.

Veja alguns trechos da delação:

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Blog do Tião Lucena


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