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13
maio
2016

nvos_baianos

Passado, presente e eles continuam sendo o mistério do planeta: seis jovens músicos que se encontraram na Bahia sem maiores pretensões no final da década de 1960 e acabaram marcando a história da música brasileira. Tanto que "Acabou Chorare” (1972), o mais famoso disco dos Novos Baianos, é considerado um dos melhores álbuns de todos os tempos do Brasil pela crítica especializada.

Após um hiato de 17 anos, Paulinho Boca de Cantor, Moraes Moreira, Baby do Brasil, Pepeu Gomes, Dadi e Luiz Galvão voltam a subir, juntos, em um palco. A formação original dos Novos Baianos se reúne para fechar o Festival Eu Sou a Concha no domingo (15), às 19h, com transmissão exclusiva da TVE Bahia e TV Brasil.

O tão esperado reencontro fez com que os ingressos para o show que reinaugura a Concha Acústica de Salvador se esgotasse em menos de duas horas. No repertório, os grandes sucessos do grupo, como O Mistério do Planeta e A Menina Dança.

O jornalista musical Tárik de Souza considera que os Novos Baianos se tornaram mitos pois criaram um movimento próprio, seguindo o caminho inverso do Tropicalismo. “Enquanto os tropicalistas buscavam o pop internacional, os Novos Baianos se preocuparam em fazer ligação com a música brasileira que não havia no Tropicalismo”. O crítico destaca a fusão do rock com o choro e o samba no repertório dos criadores de Acabou Chorare. “Eles levaram isso à juventude numa época em que eram consideradas coisas antigas. Essa releitura foi possível graças à influência de João Gilberto”, acrescenta..

Para o reencontro no palco, os músicos têm se preparado com o que chamam de “ensaio espiritual”, uma forma de resgatarem a “velha intimidade”, uma marca da trajetória do grupo, cujos integrantes já moraram juntos, com suas respectivas famílias, em um sítio no Rio de Janeiro entre 1971 e 1975. “Muitas risadas, muitos causos são relembrados, enquanto vamos nos entendendo como sempre. Estamos entrando no clima, uma atmosfera de alta voltagem já toma conta dos nossos corações”, escreveu o músico Moraes Moreira em sua página no Facebook.

O entrosamento entre integrantes de qualquer banda é fundamental para seu sucesso e manutenção. “Sem entrosamento, sem uma linguagem em comum, nada dá certo. Assim como os Novos Baianos, Legião Urbana, Titãs, Paralamas do Sucesso e Los Hermanos também explodiram e marcaram o cenário pelo fato de trazerem uma mensagem coesa”, argumenta Tárik.

Nova geração

A obra dos Novos Baianos representou uma ruptura com o cenário musical que a precedeu, segundo Tárik de Souza. Ao analisar o panorama atual, o especialista observa que o grupo paulista Passo Torto apresenta atonalismos e dissonâncias no contexto musical assim como o fez o emblemático grupo baiano. “Eles trazem muitas coisas novas musicalmente. É uma banda bem interessante tanto em conjunto como individualmente”, indica.

EBC


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