sáb
25
jun
2016

janot

Ao comentar a entrevista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao jornal Washington Post, o jornalista Fernando Brito diz que, em ao menos um trecho, Janot deveria ter ficado calado, quando disse que mantém "uma pistola na mesa de cabeceira, com três cartuchos carregados com 14 balas em cada um"; "Este tipo de arroto de valentia só expõe uma instituição que deveria se pautar pela prudência e pelo recato, agindo quando tem de agir e calando sobre todo o resto. E não pretendendo ser uma corporação de valentes arrogantes. Valentia é fazer o que se tem de fazer, não gargantear", diz Brito.

Por Fernando Brito, do Tijolaço A entrevista de Rodrigo Janot ao The Washington Post, reproduzida pelo Yahoo, foi, em geral, sóbria e equilibrada.

Com um trecho que deveria fazer muita gente dobrar a língua: "todas as investigações relacionadas à Petrobras, suborno e corrupção não comprometem a presidenta Dilma".

E outro, em que era prudente ter ficado calado: "Eu mantenho uma pistola por minha mesa de cabeceira, com três cartuchos carregados com 14 balas em cada um."

Bravata feia, Dr, Janot.

Em primeiro lugar, a esta altura, o senhor deveria estar – e deve estar, mesmo – contando com proteção policial 24 horas por dia, saiba ou não de ameaças.

Se sabe, então, é pior ainda, porque deveria estar procedendo judicialmente contra quem as faz ou insinua.

Em segundo lugar, que anunciar que está com uma pistola e um paiol de munição na mesa de cabeceira é de uma tolice sem par, algo que só serve para informar um suposto possível autor de atentado e dificultar reação a ele.

Se alguém pensa em atacá-lo, agora tem uma vantagem dada assim, de graça. Vai saber que não pode deixa-lo reagir.

O senhor é Procurador Geral da República, não Wyatt Earp, um cowboy que dá cem tiros de uma vez. Nem o Brasil um OK Corral.

Este tipo de arroto de valentia só expõe uma instituição que deveria se pautar pela prudência e pelo recato, agindo quando tem de agir e calando sobre todo o resto.

E não pretendendo ser uma corporação de valentes arrogantes. Valentia é fazer o que se tem de fazer, não gargantear.

É como aquela cena ridícula em que ele segura um cartaz dizendo ser ele a esperança do Brasil.

Brasil 247


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