O diplomata e acadêmico brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro criticou, em declaração ao site Nocaute, o protagonismo da primeira-dama frente ao programa Criança Feliz; "Primeiro porque essa tradição vem do tempo em que nas monarquias as rainhas mulheres dos reis tinham essa função benemérita e filantrópica", diz ele, que acrescenta: "Crianças e adolescentes precisam de políticas tocadas por profissionais. E não por amadores. Por mais excelsas que sejam as primeiras damas”.

A sagração da esposa do presidente-não-eleito Marcela como Embaixadora para as Crianças é absolutamente grotesca e ridícula. Primeiro porque essa tradição vem do tempo em que nas monarquias as rainhas mulheres dos reis tinham essa função benemérita e filantrópica. Restaurar essa tradição é bastante coerente com um regime que resolveu ter como moto, como legenda a ordem e o progresso. É a mais reacionária das manifestações do pensamento positivista.

Em segundo lugar porque o que as crianças, desde a primeira infância, as crianças e os adolescentes precisam são políticas que devem ser tocadas por profissionais. E não por amadores. Por mais excelsas que sejam as primeiras damas no governo federal ou nos estados. Já há uma tradição consolidada de políticas de primeira ordem acumuladas por exemplo pela Unicef no Brasil e por diversas entidades dentro do governo e dentro do Conselho. O pior foi que o presidente-não-eleito anunciou como primeira tarefa para a Embaixadora para as Crianças realizar um chá para encontrar as outras ditas primeiras damas e as prefeitas, para desse modo levar para Brasil afora essa bandeira da Embaixadora para as Crianças.

Por favor, esperem porque o pior ainda está por vir. Esta é a situação que nós estamos nessa república bananeira do governo golpista no Brasil. Muito obrigado.

Brasil 247