Com orações, velas e até lágrimas, as famílias fazem nesta quarta-feira (2), Dia de Finados,(2), as homenagens aos parentes e amigos no centenário cemitério público Campo Santo, em Princesa Isabel.
Na manhã deste feriado religioso, entre 9h e 11h, a circulação de pessoas e veículos era muito pequena na comparação com a mesma data do ano passado. A exemplo dos anos anteriores, gatos e cachorros continuam alojados em túmulos sem qualquer inquietação.
Os donos de bancas de comida, velas, flores artificiais, capelas, cruzes e arranjos funerários, entre outros produtos vendidos na data, reclamam do fraco movimento registrado nas primeiras horas da manhã de hoje. A movimentação também estava mínima, parada mesmo, até para o ponto de mototáxi.
Na visitação aos túmulos, com a tradicional queima de velas e ornamentação temática, a repetição de uma cena comum que sempre marca o ritual da veneração póstuma era incomum: poucas pessoas chorando e consoladas por outras.
Dentro e fora do cemitério, crianças e profissionais oferecem produtos e serviços, como velas, limpeza e pintura de sepulturas. A falta de água e a má conservação cemiterial provocaram reclamação de muitas pessoas que foram ao local prestar as homenagens aos parentes. Sem iluminação, pintura geral e outros cuidados para o dia destinado à celebração dos mortos, o cemitério era mesmo um cemitério, quase vazio.
No meio de poucos viventes, dois chamavam a atenção: um padre da Igreja Católica e um pastor da Igreja Universal. O primeiro admirando o mausoléu do genial violonista princesense Canhoto da Paraíba (quem sabe talvez rezando fervorosamente para ouvir naquele quase deserto as notas celestiais do imortal instrumentista); o segundo, na unção do óleo, procurava arrebanhar almas vivas para fazer prosperar sua universal crença de que a salvação também é terrena.
A convicção dos ambulantes é de que, a partir do fim da tarde, haja fluxo maior e concentrado de pessoas, sobretudo às 19h, na celebração da missa em homenagem especial aos mortos.
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