A paisagem urbana sofreu profunda transformação com a presença diária de carros abastecendo a população da cidade que pode comprar água

A mais longa e brutal seca prolongada dos 100 anos em Princesa Isabel mudou hábitos e transformou a paisagem, sobretudo urbana, quando a cidade entrou em colapso no abastecimento d’água em junho do ano passado e passou a ser abastecida por carros-pipa e outros veículos, além dos poços perfurados pelo Governo da Paraíba.

O Jatobá II secou, a vegetação virou cinza, praticamente. Plantações foram perdidas. A maioria da população paga pela água que consome. De repente, a cidade teve sua paisagem quase secular mudada na questão hídrica. Na maioria das casas, caixas d’água para armazenar o produto. Poços foram perfurados, cisternas e caixas em alvenria construídas nas residências de uma parcela de moradores, inclusive canalizando água da chuva escassa para tais reservatórios.

Segundo levantamento feito pelo Blog, no mínimo, 60 veículos – entre carros-pipa, F 4000 e camionetes, entre outros, abastecem diariamente a população mais favorecida, que pode comprar água.

Os Distritos de Jericó e de Canaã, no município de Triunfo (PE), são os maiores fornecedores, sobretudo para a população de menor poder aquisitivo. Tavares, Juru e Manaíra, em escala infinitamente bem menor, respondem pela demanda das classes mais abastadas.

A tendência é de o quadro se agravar ainda mais em dezembro, mas ser revertido em janeiro próximo, com a água vinda da transposição do Rio São Francisco, através do Ramal da Adutora do Pajéu, via Flores (PE), às torneiras de Princesa Isabel pela Cagepa.

E, claro, melhorar na estação invernosa, que vai de março a maio na região, com a ajuda do bom José – carpinteiro na Galileia e santo fazedor de chuva no Nordeste, segundo a tradição religiosa popular.