O reajuste do salário dos vereadores da Câmara Municipal de Campina Grande ganhou mais um capítulo nesta segunda-feira (19), após o presidente da Casa, Antônio Pimentel (PSD), que atualmente recebe dois salários de vereador (quase R$ 25 mil), se mostrar contrário a proposta de ganhar apenas um salário mínimo (R$ 945,00) a partir de 2017.

Em entrevista a rádio Correio FM, em Campina Grande, o parlamentar deixou claro que nunca, em toda sua vida de trabalhador, recebeu um salário mínimo. Ele lembrou que começou a trabalhar cedo, com 14 anos, mesmo tendo condições de ter uma vida de playboy.

“Eu comecei a trabalhar com 14 anos. Meu pai tinha condições de me dar uma vida de playboy, mas, mesmo assim, quis trabalhar. Tenho carteira assinada de 37 anos, mas nunca ganhei um salário mínimo”, disse.

Sobre a proposta do vereador Alexandre do Sindicato (PHS), que pretende propor à mesa a redução do salário de vereador para um salário mínimo, o presidente afirmou que essa seria uma oportunidade de “jogar o assunto para a galera”.

“Eu não fiz isso sozinho, nem posso fazer só. Há um grupinho tentando fazer politicagem com o meu nome, querendo me apontar como responsável. Fui o único que não me escondi dos jornalistas e da população, afirmou Pimentel sobre o reajuste de salário concedido aos vereadores.

Para Pimentel, o salário mínimo, atualmente, deveria estar em torno de R$ 3 mil, para custear as despesas de forma digna, já que, da maneira que está, é uma “enganação” para o trabalhador.

Pimentel deve se reunir ainda hoje, ou amanhã (20), com todos os vereadores da Casa para tratar novamente sobre o reajuste dos parlamentares, que elevaram os salários na semana passada para cerca de 15 mil reais com direito a 13º salário.
Como presidente da Câmara, Pimentel, além do salário, recebem uma verba pela representação parlamentar na Diretoria da Mesa, o que equivale a mais um salário de vereador.

PB Agora