O senador Maranhão está silencioso. Em outros tempos, já teria deitado falação e ameaçado com as trombetas do inferno os atrevidos que contestassem sua liderança. Hoje a pancada do bombo mudou. Ele já não reina absoluto e sabe disso. Apostou em gente errada e se deu mal. Do seu lado a gente vê apenas um Manoel Júnior sem sustança e um Antonio de Souza sem eco. Por isso o mutismo, o silêncio.

Houve quem dissesse hoje que Zé desagregou e diminuiu o PMDB com suas guerras. Verdade cristalina. Zé assumiu o PMDB em 98, tomando-o de Ronaldo, e de lá pra cá transformou-o em coisa sua. Quem divergiu dele, foi convidado a sair. E de lá saíram os Cunha Lima, Gervásio Maia, Trocolli Júnior, Ney Suassuna se não saiu teve vontade , isso tudo porque o senador passou a considerar a legenda uma propriedade particular, sem admitir contestação.

Chegou, porém, a hora da onça beber água. Apareceu um senador bem posicionado no ranking nacional, amigo do presidente, ouvido pela imprensa do país, rico e poderoso feito Zé, e disse, olhando no olho do rei de Araruna que ele não é o dono da legenda, não é o O do borogodó. Zé achou que poderia fazer com Lira o que fez com os outros e mandou seu tesoureiro dar o recado. O tiro saiu pela culatra. O tesoureiro teminou batendo pino e desdizendo o que disse em momento de rara arrogância.

Hoje Lira tem três federais e dois estaduais ao seu lado, Zé tem Ontoim de Souza e Manoel Júnior. Não dá nem pra comparar. Se Temer tiver que escolher, não terá a menor dificuldade. Se o Diretório Nacional for obrigado a se pronunciar, todo mundo sabe de que lado ficará. Zé tá só. Só na buraqueira do abandono. E se não pedir enquadramento dele próprio já já, perde até os Paulino de Guarabira e ficará restrito à suplência de Olenka.

Blog do Tião Lucena