sáb
14
jan
2017

globo_ministro da justiça

Reportagem de capa da revista Época, do grupo Globo, classifica Alexandre de Moraes, ministro da Justiça, como "o homem errado no lugar errado"; é uma explícita mensagem da Globo, principal avalista do golpe parlamentar de 2016, para Michel Temer, que tem, no grupo de comunicação da família Marinho, sua principal base de sustentação, uma vez que é rejeitado por mais de 70% dos brasileiros; desde que Temer foi empossado no poder, Globo já pediu demissões de vários ministros – e sempre foi atendida; segundo a reportagem, Carmen Lúcia, presidente do STF, também se queixou de Moraes.

O grupo Globo de comunicação, principal avalista do golpe parlamentar de 2016, quer a cabeça de Alexandre de Moraes, atual ministro da Justiça de Michel Temer.

O recado foi transmitido na capa da revista Época deste fim de semana, em que Moraes é classificado como "o homem errado no lugar errado".

Segundo a Globo, que já pediu demissões de vários ministros e sempre foi atendida, Moraes é hoje um causador de crises para Temer.

De acordo com a reportagem, Carmen Lúcia, presidente do STF, também se queixou de Moraes.

Abaixo, um trecho da reportagem de Alana Rizzo e Talita Fernandes:

O atual, Alexandre de Moraes, está há nove meses na cadeira. Tem mais três meses para alcançar a média de seus antecessores. Caso continue falando e agindo como se ainda fosse secretário de Segurança de São Paulo, alheio à dimensão das encrencas de Brasília e do país, talvez não dure tanto. Desde que assumiu o cargo, Moraes parece deslumbrar-se com a montanha de poder que lhe assomou e ignorar a outra, a dos problemas. Uma semana depois de tomar posse na Pasta, ele não conseguia esconder uma alegria quase infantil em ocupar o cargo.

(…)

Em encontro no fim de semana passado, Cármen não escondeu do presidente sua antipatia por Moraes: “O ministério da Justiça deveria falar menos e fazer mais…”. Temer ouve reclamações semelhantes com frequência.

A reclamação discreta da presidente do Supremo causou preocupação no Palácio do Planalto. Em uma conversa com Moraes, Temer recomendou que ele evitasse ao máximo qualquer altercação com Cármen Lúcia. O presidente viu-se obrigado a explicar o óbvio: o governo só tem a perder ao enfrentar a presidente do Supremo. Especialmente no momento em que a cúpula do Judiciário acumula embates com o Legislativo, toma decisões que afetam diretamente as relações financeiras entre a União e os estados e, não menos importante, está prestes a se debruçar sobre processos da Lava Jato que podem envolver centenas de políticos – sendo muitos ligados também ao atual governo. Temer assegurou ao ministro que, por mais que Cármen Lúcia se reunisse com integrantes do Executivo para buscar soluções para a crise, é ele, Temer, que dará ou não as ordens para qualquer colaboração. Ter de explicar o óbvio da política brasiliense – mais uma vez – para um ministro da Justiça demonstra que o ministro da Justiça está criando crises em vez de resolvê-las.

Temer sabe disso, mas reluta em demitir Moraes por duas razões. Primeiro, porque gosta do subordinado e aposta nele como nome para o Palácio dos Bandeirantes em 2018. Em segundo lugar, porque ele não enxerga alternativa melhor para um cargo tão difícil. O presidente não ignora, igualmente, o peso do desgaste político de outra demissão no alto escalão de um governo ainda frágil.

Brasil 247


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