seg
20
fev
2017

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Nove anos e R$ 239 milhões depois do início de sua construção, a fábrica de derivados de sangue do Instituto Butantan, em São Paulo, nunca funcionou; anunciada em 2008 com pompa e circunstância pelo então governador de São Paulo, José Serra (PSDB), a unidade, com cerca de 10 mil metros quadrados, deveria estar funcionando desde 2010, produzindo medicamentos importantes, hoje importados, para o tratamento de doenças como hemofilia e Aids; auditoria obtida revela que houve erros de planejamento no projeto e que, para a fábrica entrar em operação, será necessário gastar mais R$ 437,6 milhões.

SP 247 – Anunciada em 2008 como como uma obra de importância "histórica" pelo então governador de São Paulo, José Serra (PSDB), a fábrica de derivados de sangue do Instituto Butantan nunca funcionou. Nove anos depois, o projeto já consumiu R$ 239 milhões. Uma auditoria revela que houve erros de planejamento no projeto e que, para a fábrica entrar em operação, será necessário gastar mais R$ 437,6 milhões.

As informações são de reportagem de Eduardo Geraque e Rogerio Gentile na Folha de S.Paulo.

"Com cerca de 10 mil metros quadrados, a unidade deveria estar funcionando desde 2010, produzindo medicamentos importantes, hoje importados, para o tratamento de doenças como hemofilia e Aids.

O principal erro encontrado pela Colorado Consultoria Contábil, que a pedido do governo analisou a situação do instituto presidido pelo imunologista Jorge Kalil, é pueril: a falta de matéria-prima.

Segundo a auditoria, R$ 239,4 milhões foram gastos sendo que até hoje "não foi equacionado o acesso do Butantan ao plasma para fracionamento", o que impede o prosseguimento do projeto.

O país produz, a partir da doação voluntária de sangue, cerca de 400 mil litros de plasma em condições de utilização terapêutica. A lei impede que o plasma a ser processados seja comprado.

Ou seja, como não havia (e nem há ainda hoje) matéria-prima garantida para o Butantan, a montagem da fábrica foi paralisada em 2010.

Com isso, equipamentos comprados há mais de seis anos estão guardados e, segundo a auditoria, "desconhece-se o seu estado operacional visto que, neste intervalo, não foram realizadas inspeções ou manutenções".

A empresa que examinou o Butantan entende que outra grande deficiência do projeto foi o aspecto econômico-financeiro. ‘Não foram apresentados estudos de viabilidade, o que leva à dúvida se foram feitos", diz. "Se foram, certamente não foram feitos de forma profissional.”

Brasil 247


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