O líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Hervázio Bezerra do PSB, tem uma tese que converge com a opinião do líder da oposição na Câmara Municipal de João Pessoa, vereador Bruno Farias (PPS): as denúncias de desvio de dinheiro na obra de revitalização do Parque Solon de Lucena, cujas investigações estão sendo conduzidas pela Controladoria Geral da União (CGU), pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal (PF) enfraqueceram o projeto político do prefeito Luciano Cartaxo (PSD).

De acordo com ambos, aliados estão se afastando do prefeito, devido à gravidade das denúncias – laudo técnico da PF aponta desvio superior a R$ 6,4 milhões. Bruno Farias, conforme registrou à coluna, afirma que vereadores da base do prefeito – seriam três – vão assinar o requerimento que pede a instalação da CPI da Lagoa e ingressar na bancada de oposição. Para Hervázio, o escândalo teria ‘sepultado’ uma eventual candidatura de Cartaxo ao Governo do Estado pelo bloco de oposição.

“Ele perdeu a vaga para Romero Rodrigues” [prefeito de Campina Grande], avaliou Bezerra. Esta semana, a bancada de oposição na Câmara Municipal vai requisitar à PF informações sobre o processo de investigação. De fato, aliados de Luciano Cartaxo estão tomando caminhos inversos ao seu. Exemplo disso é Eliza Virgínia (PSDB), integrante da bancada governista na Câmara Municipal de João Pessoa, mas cada vez mais próxima do prefeito Romero Rodrigues. Até a presidente do Legislativo campinense, Ivonete Ludgério, do mesmo partido de Cartaxo, defende a candidatura de Romero e não a de Cartaxo.

Caso Romero Rodrigues concretize o sonho de Eliza Virgínia de ocupar cadeira na ALPB – vai convocar Tovar Correia Lima para uma secretaria – o apoio da vereadora às pretensões políticas do prefeito estaria selado. Com esta operação, Marmuthe Cavalcanti assumiria vaga de Eliza na Câmara. Ele estaria magoado por não ser sido convocado para cargo na prefeitura da capital.