sex
05
jul
2019

Foto_ Lula Marque-STF

Uma das revelações mais bombásticas da reportagem Intercept-Veja desta sexta é o fato de Moro ter mentido ao ministro do STF Teori Zavascki, negando a existência de parlamentares num dos processos que ele julgava; na verdade, ele sabia da presença de parlamentares, o que implicava envio do caso a Brasília, o que ele não fez.

Novas revelações do Intercept Brasil apontam que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, mentiu ao ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki para manter um dos casos em Curitiba (PR), onde ele (Moro) julgava os processos da Operação Lava Jato em primeira instância quando era juiz. A reportagem foi publicada em parceria com a Veja.

A conversa era referente ao caso de Flávio David Barra, preso em 28 de julho de 2015, quando presidia a AG Energia, do grupo Andrade Gutierrez. Sua detenção ocorreu na Operação Radioatividade, relacionada a pagamentos de propina feitos por empreiteiras a Othon Luiz Pinheiro da Silva, da Eletronuclear, responsável pela construção da usina nuclear Angra 3.

Em 25 de agosto, a defesa dele pediu ao ministro do STF Teori Zavascki a suspensão do processo tocado pela 13ª Vara de Curitiba sob o argumento de que Moro não tinha competência para julgar o caso por haver indício de envolvimento de parlamentares com foro privilegiado. Um deles seria o então senador Edison Lobão (MDB-MA).

Após a reclamação, Zavascki cobrou explicações de Moro, que diz não saber nada sobre o envolvimento de parlamentares. O então ministro do STF suspendeu as investigações em 2 de outubro e, por consequência, Moro remeteu o caso de Curitiba para Brasília três dias depois.

O fato é que um diálogo registrado no Telegram entre o procurador Athayde Ribeiro Costa e a delegada Erika Marena, da Polícia Federal, evidencia que Moro feriu a equidistância entre magistrado e a parta acusatória. Costa diz precisar com urgência de uma “planilha/agenda” apreendida com Barra que descreve pagamentos a vários políticos. Marena responde que, por orientação de “russo” (Moro), não tinha tido pressa em “eprocar” a planilha (tradução: protocolar o documento no sistema eletrônico da Justiça). “Acabei esquecendo de eprocar”, disse. “Vou fazer isso logo”, complementa.

O diálogo aponta que Moro já sabia da existência da planilha quando foi inquirido por Zavascki e mentiu ao ministro ou teria tomado conhecimento da planilha depois da inquirição de Zavascki e pediu à delegada para “não ter pressa” em protocolar o documento. Ou seja, seria uma manobra tinha como objetivo manter o caso em Curitiba.

Brasil 247


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