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27
nov
2019

sérgio nascimento camargo_Foto-Reprodução

Com uma vasta lista de desserviço à cultura afro-brasileira, o jornalista Sérgio Nascimento de Camargo, que já afirmou que o movimento negro precisa ser "extinto" e que "negro de esquerda é burro, é escravo", assumiu nesta quarta-feira (27) a presidência da Fundação Palmares.

247 – Responsável por resguardar e fomentar a cultura afro-brasileira, a Fundação Palmares tem como novo presidente o jornalista e militante de direita Sérgio Nascimento de Camargo, que no longo histórico de embates com os negros nas redes sociais já criticou o rap, o funk, a capoeira e seus adeptos, além de ter dito que "negro de esquerda é burro, é escravo", informa o Congresso em Foco.

Sérgio Nascimento tomou posso nesta quarta-feira (27) no lugar de Vanderlei Lourenço e é parte dos esforços do secretário especial de Cultura, Roberto Alvin, de mudar o perfil das principais pastas sob sua coordenação.

Para o novo presidente da Fundação Palmares, quem escravizou os negros foram os próprios negros e, por isso, não deve haver reparação histórica. "Negros sempre ESCRAVIZARAM negros. Escravizam até hoje na África. Quer reparação histórica? Vá cobrar no Congo! Boa sorte!", disse.

O Globo destacou alguns impropérios de Sérgio Nascimento:

Fim do movimento negro

No dia 16 do mesmo mês, afirmou que o movimento negro precisa ser "extinto" porque "não há salvação". Em outra ocasião, escreveu que "merece estátua, medalha e retrato em cédula o primeiro branco que meter um preto militante na cadeia por crime de racismo". Também já disse sentir "vergonha e asco da negrada militante".

Ofensas a personalidades negras

A lista de personalidades negras atacada por Camargo é grande. Ele disse ser favorável a que "alguns pretos sejam levados à força para a África", e cita Lázaro Ramos e Taís Araújo (classificada de "rainha do vitimismo") como exemplo. "Sugiro o Congo como destino. E que fiquem por lá!", disse. O sambista Martinho da Vila é outro que deveria "ser mandado para o Congo", por ser um "vagabundo". Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada a tiros, "não era negra" e era um "exemplo do que os negros não devem ser".

Angela Davis, uma das principais expoentes do feminismo negro, foi chamada de "baranga" e "mocreia". A cantora Preta Gil e a atriz Camila Pitanga foram chamadas de "ladras racistas" por, segundo ele, se dizerem negras "para faturar politicamente e fazer discurso vitimista". Os músicos Gilberto Gil, Leci Brandão, Mano Brown, Emicida e os deputados federais Talíria Petrone e David Miranda (ambos do PSOL-RJ) foram todos chamados de "parasitas da raça negra no Brasil".

Brasil 247


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