“Os homens sábios usam as palavras para os seus próprios cálculos, e raciocinam com elas, mas elas são o dinheiro dos tolos”.

Thomas Hobbes (1588-1679), filósofo inglês, autor de Leviatã

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07
ago
2014

“O Paraíba é o lugar onde o sol nasce primeiro e que deu o nome Brasil ao Brasil”

Sitônio PintoOtávio Sitônio Pinto*

Momento infeliz esse da letra de “Meu sublime torrão” quando diz “não tema fama da baiana, mas a paraibana sabe amar com sedução”. Que fama é essa, a da baiana, que a paraibana não tem? Será a má fama de Maria Bonita, a baiana de Malhada da Caiçara, que botou cangalha no marido e se bandeou com um cangaceiro? Graças às deusas essa fama a paraibana não tem.

As paraibanas do meu tempo eram bonitas para baiana nenhuma botar defeito. Nos anos cinquentas desfilavam sua beleza, no itinerário para o colégio das Lourdinas, Zuleidinha Albuquerque, Iara Carmen, Conceição Oliveira e seus olhos verdes, acompanhada pelos olhos também verdes de Simone Dantas. Lembro-me das cores de Conceição, “Ceiça” daqueles tempos: os olhos verdes, a tez de jambo, o maiô lilás no corpo esbelto à beira-mar de Tambaú, onde hoje está o hotel.

Elas não tinham a fama da baiana, nem precisavam.

O verso de “Meu sublime torrão” lembra a anedota que se conta com a TAP (Transportes Aéreos Portugueses), o jingle da TAP terminando assim: “em frente à Varig, Varig, Varig!” Há quem diga que “Meu sublime torrão” tem a parceria, do Professor Arnaldo Tavares, que substituía qualquer professor de qualquer disciplina na antiga Faculdade de Medicina. Ele pode ter feito a melodia, ou mesmo a letra, mas aquele verso o Professor Arnaldo não fez. Um verso bastante ruim, como diz o pintor Raul Córdula.

Por que o autor foi cometer esse verso, no meio de uma composição mediana? Terá sido a necessidade ditada pela rima? Era melhor ter rimado com banana, como na marchinha de Chiquita Bacana. Rima dá nessas coisas. A rima tonante, tão bem usada por Garcia Lorca, oferece uma gama muito maior de opções para o texto, além da surpresa poética que a rima rica empobrece quando anuncia a possibilidade do verso terminar assim e assim, conduzido pela consoante de apoio e outras camisas de força parnasianas.

Lembro-me dessas coisas por conta do aniversário da Paraíba, celebrado no cinco de agosto de anteontem. Insistem no dizer que é o aniversário da cidade. É, mas é também o aniversário do estado, o aniversário da Paraíba. A celebração devia ser estendida a todas as cidades da província, Campina Grande acendendo a maior vela do mundo.

Foi para uma comemoração dessas que Gonzaga Rodrigues, quando era secretário da Comunicação do Estado, encomendou-me o roteiro de um filme de propaganda. Fiz a peça, entreguei a Gonzaga e viajei para Guarabira, onde trabalhava no Posto Fiscal do Ligeiro. Gonzaga aprovou o texto, mas repassou o roteiro para sua equipe, composto ainda por Luís Augusto Crispim, Chico Mozart e Martinho Moreira Franco – os dois primeiros precocemente saudosos.

O arremate do roteiro era a afirmação que você já conhece, que a Paraíba é o lugar onde o sol nasce primeiro no Brasil. Crispim, Chico e Martinho enxugaram meu texto que terminou com o slogan “onde o sol nasce primeiro”: uma verdade velha que ninguém tinha visto, e que eu tive o mérito de ver, segundo Gonzaga de nós todos, registrada no seu livro de crônicas “Filipeia e outras saudades”, página 16, in “O pau da Paraíba”.

Vamos mudar o verso? Paraibana pode rimar com bacana, até com banana, sacana e caninana; só não pode é empinar a baiana. A paraibana já tem uma associação negativa oriunda do baião “Paraíba’, aquela de mulher macho. Mas, antes do baião “Paraíba”, o prejuízo veio do topônimo do lugar, terminado por “a”, e que deveria ser masculino, como o Pará, o Paraná, o Ceará, o Roraima e outros de origem indígena. O Paraíba é o lugar onde o sol nasce primeiro e que deu o nome Brasil ao Brasil, segundo a crônica histórica da História da Conquista da Parahyba (Sumário das Armadas), p. 30: “O páo desta capitania é o mais e o melhor que se sabe; por ser a derradeira d’este estado, deu nome a toda a província.” Pergunte a Gonzaga.

*Jornalista, escritor, poeta, ensaísta, publicitário e membro do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, da Academia Paraibana de Letras e da Academia de Letras e Artes do Nordeste.


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07
ago
2014

A partir das 9h de sexta-feira (8), 1.624.394 dos contribuintes que declararam Imposto de Renda neste ano ou estavam na malha fina de outros anos vão saber quanto receberão na restituição. A Receita Federal abrirá consulta ao terceiro lote do Imposto de Renda Pessoa Física de 2014, além de lotes residuais de 2008 a 2013. Ao todo, o Fisco desembolsará R$ 2 bilhões.

Em relação ao terceiro lote de 2014, foram contemplados 1.593.513 contribuintes, que receberão cerca de R$ 1,9 bilhão. As restituições terão correção de 3,64%, equivalente à variação da taxa Selic – juros básicos da economia – entre maio e agosto deste ano.

Os contribuintes de outros anos receberão cerca de R$ 100 milhões. Os pagamentos serão acrescidos em 12,54% para as declarações de 2013, 19,79% (2012), 30,54% (2011), 40,69% (2010), 49,15% (2009) e 61,22% (2008). Em todos os casos, a correção corresponde à taxa Selic acumulada entre maio do ano de entrega da declaração até este mês.

As restituições serão creditadas em 15 de agosto nas contas informadas na declaração. A relação dos beneficiados estará na página da Receita na internet. A consulta também pode ser feita pelo telefone 146 ou pelo aplicativo da Receita para tablets e smartphones disponíveis nos sistemas iOS (da Apple) e Android.

Caso o valor não seja creditado, o contribuinte poderá procurar pessoalmente qualquer agência do Banco do Brasil ou telefonar para a central de atendimento do banco pelo número 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (atendimento exclusivo para deficientes auditivos) e agendar o crédito em conta-corrente ou poupança, em seu nome, em qualquer banco.

Calendário do pagamento de restituições:

calendário de restituição

Agência Brasil


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07
ago
2014

Com muitas nuvens e curtos períodos de sol, esta quinta-feira (7) apresenta pequena probabilidade (5%) de chuva em Princesa Isabel, Manaíra, Tavares, Água Branca, Juru e São José de Princesa, segundo aponta o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC).

Na maioria dos municípios, a temperatura máxima prevista é de 29°C, e a mínima, de 16°C.

Abaixo, a previsão do CPTEC para a região Nordeste:

No norte do MA: variação de nuvens com pancadas de chuva pela tarde. No centro-leste da região: muitas nuvens. No litoral leste da região: muitas nuvens e chuva isolada. No sul do MA e oeste do PI: sol e variação de nuvens. No centro-norte do MA: sol e poucas nuvens. Nas demais áreas da região: predomínio de sol. Temperatura amena no centro-leste da BA. Temperatura máxima: 34°C no PI.


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