“Os homens sábios usam as palavras para os seus próprios cálculos, e raciocinam com elas, mas elas são o dinheiro dos tolos”.

Thomas Hobbes (1588-1679), filósofo inglês, autor de Leviatã

sex
29
maio
2015

“Alguns ramos ainda comportam autodidatas, como é o caso do Papa: o sujeito pode ser papa sem passar pelo estágio de padre”

 

OTÁVIO SITÔNIOPereira Sitônio Pinto

Bons tempos estes em que os poetas são bacharéis e doutores em poesia, os romancistas são graduados em prosa, os músicos, musas e músicas são formados em música. É o caso de Hildeberto Barbosa Filho, graduado e pós-graduado em Letras, professor universitário de literatura. O caso também do primo Sérgio de Castro Pinto, também pós-graduado em letras e professor univesitário, considerado um dos cem maiores poetas do século XX e um dos cinco finalistas ao prêmio Casa das Américas, de Cuba: poeta internacional e federal. E não é por ser meu parente; é a crítica que diz.

Não me dou muito bem com a nação de professores, já fui expulso de várias escolas “honoris causa”. Mas tenho de reconhecer o valor de Hildeberto e Sérgio. E da utilidade dos cursos de literatura ou de que quer que sejam: eles orientam a leitura e o foco do estudo. Quem já deve ter concluído um curso de romancista nos Estados Unidos é o filho de Palmari Lucena, até um dia desses colaborador aqui no jornal. Pena que Palmari tenha deixado A União com seu assunto internacional, “globe troter” que é, e filho de maestro, irmão de músico, primo de Sivuca, quer dizer, entendedor de música.

Hoje, cada qual está se formando na sua profissão. Alguns ramos ainda comportam autodidatas, como é o caso do Papa: o sujeito pode ser papa sem passar pelo estágio de padre, basta ser crente. Mesmo assim a Igreja não resolveu o impasse do cisma da Igreja Oriental, que rompeu com a de Roma na eleição de mais um papa italiano, e está rompida até hoje. Só recentemente elegeram um papa polonês e outro argentino. Vamos ver se Francisco resolve o cisma e o caso do celibato. No princípio do cristianismo, os padres podiam se casar com várias mulheres, como os patriarcas da Bíblia. Só os bispos deviam ser monogâmicos, recomendou São Paulo na sua epistola.

Voltando ao diploma de papa: o curso do seminário é um senhor curso, mas não é exigida a carta de padre para o fulano ser papa. Mas isso é e tese, pois nos últimos tempos ninguém foi eleito nessas circunstâncias. É como o cargo de presidente do Brasil. Lula não é formado, tem só o diploma de torneiro mecânico. É um grande diploma, eu gostaria de ter um. Outro que não é formado é Seu Serra, mas foi candidato a presidente mais de uma vez. Mesmo assim, se diz economista. O visgo José de Alencar também não se formou, mas soube ganhar dinheiro e deu conta do recado nas vezes que assumiu a Presidência.

É de ver esse pessoal que se gradua em música, como as cantoras Elisa Paraíso, Marina Elali e Lucy Alves, todas com um repertório regional nordestino. Elisa é de Minas Gerais, mas escolheu para sua monografia de graduação o tema Luís Gonzaga. Sua dissertação foi um espetáculo realizado em Belo Horizonte, abrilhantado com a participação do músico Toninho Ferragutti. Elisa é unha mulher bonita com uma bela voz. Será um sucesso no panorama musical brasileiro. Já Marina Elali graduou-se em música nos Estados Unidos. A neta de Zé Dantas é linda e bonita, com uma voz perfeita, de exportação.

E agora vem Lucy Alves: seu diferencial é o fato de ser multi-instrumentista, tocando quase vinte instrumentos, com destaque para a sanfona. Além disso, canta e compõe. Ainda vai fazer um disco somente dela, tocando toda a banda, como o “Enfim solo” de Sivuca. Sua beleza também é regional, de um padrão nordestino característico e uma simpatia sertaneja. O fato de ser multi-instrumentista reserva para Lucy um lugar único no cenário internacional. Ela não tem concorrentes no Brasil nem alhures.

Nem a linda mexicana Natália Lafourcade concorre com Lucy como multi-instrumentista. Natália, com sua leve e fina voz de mamão doce, gelado, executa meia dúzia de instrumentos, como teclado, piano, violão, bandolim, ukelele e até serrote, de onde serra sons. Queira ouvi-la cantando “Farolito” com Gilberto Gil. Mas Lucy toca bem duas dezenas de instrumentos, todos os de Natalia e mais o dobro. Só falta o serrote.

*Jornalista, escritor, poeta, ensaísta, publicitário e membro do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, da Academia Paraibana de Letras e da Academia de Letras e Artes do Nordeste.


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sex
29
maio
2015

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa (ALPB), que investiga a telefonia móvel na Paraíba deve ouvir, a partir da próxima semana, representantes das quatro operadoras que atuam no Estado. Segundo a deputada Camila Toscano (PSDB), vice-presidente da Comissão, os trabalhos de investigação estão acontecendo de forma permanente dentro de um calendário semanal.

“Estamos sempre reunidos para estabelecer os calendários e as estratégias de investigação. Esta semana, tivemos uma conversa produtiva com Gisela Simona, presidente da Associação Brasileira de Procons, que nos passou a informação de que a péssima qualidade dos serviços de telefonia não acontece apenas na Paraíba. Ela veio trazer a experiência de outros Procons e das CPIs que ela acompanhou. Foi muito produtivo a vinda dela i para contribuir com a nossa CPI. Agora devemos partir para ouvir as empresas”, disse a deputada.

Camila Toscano ainda se mostrou decepcionada com a postura da Anatel que durante audiência da CPI informou que tem conhecimento de todos os problemas enfrentados pela população com as empresas de telefonia. “A Anatel está deixando muito a desejar e nos demonstrou que estaria a serviço das operadoras. Na ocasião, até questionei qual seria o motivo da Agência Nacional de Telefonia não agir de forma mais eficiente para que as operadoras prestem um serviço digno a população”, indagou.

Balanço De acordo com a deputada, os trabalhos desenvolvidos pela CPI, que até agora realizou 11 audiências em quatro municípios, já rendem frutos. Ela destacou o trabalho do Ministério Público estadual com base nos depoimentos que já foram colhidos durante as audiências.

“O promotor Glauberto Bezerra já ingressou com ações civis públicas com base nos depoimentos colhidos nas cidades em que foram realizadas as audiências como João Pessoa, Campina Grande, Patos e Guarabira. “Isso para mim é um balanço muito positivo e um resultado de que o trabalho da CPI está no caminho certo”, destacou a parlamentar.

Camila Toscano disse ainda que a CPI tem a obrigação de dar uma resposta à sociedade, pois a Casa do Povo e os deputados não podem se calar diante de tanta falta de respeito com o consumidor paraibano. Ela defendeu ainda punições mais rigorosas para as empresas de telefonia, pois elas são detentoras de concessões e prestam um serviço essencial.

Assessoria


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29
maio
2015

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Um dos focos das investigações da Justiça americana sobre o escândalo de corrupção na Fifa são transações comerciais em que a Rede Globo, da família Marinho, atua diretamente há décadas; parceira incondicional da Fifa desde o mundial 1970, a Globo é detentora da transmissão no Brasil de praticamente todos os eventos investigados pelo FBI: Copa do Mundo, Libertadores, Copa América e até a Copa do Brasil; o elo mais forte entre Globo e Fifa é o brasileiro José Hawilla, da Traffic Group, que assumiu os crimes de extorsão, fraude, lavagem de dinheiro e vai devolver US$ 151 milhões; além disso, J. Hawilla é dono da TV TEM, maior afiliada da Globo no país; apesar das ligações perigosas, a Globo se limitou a dizer, no Jornal Nacional, que "o ambiente de negócio do futebol seja honesto"; também afirmou que "sobre essas empresas de mídia não pesam acusações ou suspeitas"

247 – As investigações do Departamento de Justiça americano e do governo da Suíça sobre o escândalo de corrupção na Fifa, que sacudiram o mundo do futebol e levaram à prisão cartolas como o brasileiro José Maria Marín, envolvem transações comerciais em que a Rede Globo, da família Marinho, atua diretamente há décadas: a compra de direitos de transmissão de eventos esportivos nacionais e internacionais.

Segundo a polícia federal (FBI) e a receita federal americanas, as investigações na Fifa tiveram início por causa do processo de escolha das Copas do Mundo de 2018, na Rússia, e de 2022, no Catar, mas foi expandida para analisar os acordos da entidade nos últimos 20 anos.

A investigação atua em várias frentes. Sobre a compra dos direitos de transmissão o esquema funcionava basicamente assim: para ter contratos de direitos de transmissão de eventos organizados pela Fifa, como a Copa da Mundo ou Copa Libertadores, empresas de marketing esportivo pagavam propinas milionárias aos dirigentes da Fifa. De posse dos direitos de transmissão, as empresas revendia-os a grupos de comunicação do mundo todo. Só em relação aos direitos de transmissão da Copa América de 2015, 2019 e 2023, a Datisa, formada formada pela Traffic, do brasileiro J. Hawilla, e duas companhias sul-americanas, aceitou pagar US$ 352,5 milhões e mais US$ 110 milhões em propinas para os presidentes das federações sul-americanas. A Rede Globo comprou da Datisa os direitos de transmissão da Copa América no Brasil.

A empresa da família midiática mais rica do planeta não é citada nas investigações do FBI. Mas faz transações com a Fifa sobre transmissão de eventos esportivos desde o mundial de 1970. Em 2012, a Globo anunciou a compra dos direitos de transmissão das Copas do Mundo de 2018, na Rússia, e de 2022, no Catar. Os valores dos negócios não são divulgados oficialmente.

Na época do anúncio, o presidente das Organizações Globo, Roberto Irineu Marinho, comemorou a compra da transmissão dos mundiais. “Por mais de 40 anos, a Globo e a Fifa desenvolveram uma parceria muito frutífera, que trouxe ótimos resultados para ambas as partes. Durante todos estes anos, a Fifa conseguiu fazer do futebol o esporte mais popular, com um grande público em todo o mundo, e a Globo se sente orgulhosa de ser parte desta história. Por esta razão, nós estamos orgulhosos de prolongar esta parceria’, afirmou Marinho.

J. Hawilla, parceiro dos Marinho

Entre a Fifa e a Globo aparece um elo de ligação que é peça chave nas investigações de corrupção das autoridades americanas: o empresário José Hawilla, dono da Traffic Group, maior empresa de marketing esportivo da América Latina.

J. Hawilla, como gosta de ser chamado, confessou à Justiça dos EUA ser culpado pelos crimes de extorsão, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça – ele é o único brasileiro entre os réus confessos declarados culpados pela Justiça dos EUA. Ele se comprometeu a devolver US$ 151 milhões de seu patrimônio – US$ 25 milhões deste total já teriam sido pagos no momento da confissão. O mandatário da Traffic já foi classificado diversas vezes pela imprensa nacional como "dono do futebol brasileiro".

A ligação entre J. Hawilla e a família Marinho inclui a transmissão de eventos esportivos de peso. A Traffic teve exclusividade na comercialização de direitos internacionais de TV da Copa do Mundo da Fifa no Brasil, em 2014. A empresa de J. Hawilla é a atual responsável pelos direitos de torneios como a Copa Libertadores, cujo direito de transmissão foi comprado pela Rede Globo.

Além relações perigosas no futebol, Rede Globo e J. Hawilla têm parceria comercial também nas Comunicações. Ex-repórter da área de esportes, ele se tornou afiliado da Rede Globo a partir da Traffic. Em 2003, ele fundou a TV TEM, no interior de São Paulo – hoje a maior subsidiaria do grupo, cobrindo 318 municípios e 7,8 milhões de habitantes, alcançando 49% do interior paulista. J. Hawilla também comprou, em 2009, o "Diário de S.Paulo", mas vendeu o jornal logo em seguida.

Sonegação na Copa de 2002

A Rede Globo criou um "antecedente criminal" em sua relação comercial com a Fifa, intermediada por empresas como a Traffic. A emissora disfarçou a compra dos direitos de transmissão dos jogos da Copa do Mundo de 2002, na Coreia do Sul e Japão, da qual o Brasil foi campeão.

A engenharia da Globo para disfarçar a operação envolveu dez empresas criadas em diferentes paraísos fiscais. Todas essas empresas pertencem direta ou indiretamente à Globo, segundo os documentos. O esquema funcionava de modo que o dinheiro para a aquisição dos direitos era pago através de empréstimos entre empresas pertencentes à Globo sediadas em outros países. Deste modo, a empresa brasileira TV Globo, não gastava dinheiro diretamente com a operação. Posteriormente, as empresas que detinham os direitos de transmissão eram compradas pela TV Globo.

“Essa intrincada engenharia desenvolvida pelas empresas do sistema Globo teve, por escopo, esconder o real intuito da operação que seria a aquisição pela TV Globo dos direitos de transmitir a Copa do Mundo de 2002, o que seria tributado pelo imposto de renda”, afirma em relatório do processo o auditor fiscal Alberto Sodré Zile.

A artimanha fiscal resultou na sonegação de R$ 183,14 milhões, em valores da época. Segundo a Receita Federal, somando juros e multa, o valor que a Globo devia ao contribuinte brasileiro em 2006 sobe a R$ 615 milhões.

Em 2013, o blog O Cafezinho divulgou 29 páginas do processo da Receita Federal contra a Rede Globo. O relatório divulgado comprova que as organizações Globo criaram um esquema internacional envolvendo diversas empresas em sedes por todo o mundo para mascarar a compra dos direitos da Copa de 2002. O objetivo principal seria o de sonegar os impostos que deveriam ser pagos à União em pela compra dos direitos (leia mais).

Via Bonner, Globo diz querer “futebol mais honesto”

A única manifestação da Rede Globo até o momento sobre o escândalo na Fifa foi um editorial lido por William Bonner no "Jornal Nacional" nessa quarta-feira, 27, quando a emissora ressaltou que apoia as investigações promovidas pela justiça americana.

"A TV Globo, que compra os direitos de muitas dessas competições, só tem a desejar que as investigações cheguem a bom termo e que o ambiente de negócio do futebol seja honesto. Isso só vai trazer benefícios ao público, que é apaixonado por esse esporte, e às emissoras de televisão do mundo todo, que como a Globo fazem um esforço enorme para satisfazer essa paixão", acrescentou Bonner.

No "Jornal da Globo" desta quarta (29), também disse que "não pesam acusações ou suspeitas sobre as empresas de mídia de todo o mundo que compraram desses intermediários os direitos de transmissão", caso da Globo.

Brasil 247

Notícia relacionada:

Dono e herdeiro da Globo são sócios de J. Hawilla


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