dom
25
set
2016

fhc-discurso

Um dos principais articuladores do golpe de 2016, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso insinua que Michel Temer pode não completar a travessia até a próxima disputa presidencial; "Tem que fazer coisas que não são populares. O desafio é chegar ao outro lado, 2018. Mas só vai chegar se tivermos um horizonte de esperança", diz ele; no entanto, o próprio FHC reconhece que o estrago econômico foi tão grande que dificilmente sairá do bloco governista um candidato viável; "Hoje, a situação é de tal gravidade que será preciso ter continuidade durante anos para restabelecer a confiança não só nacional, mas internacional, no funcionamento da economia. E isso não vai dar bônus", afirma, referindo-se a Henrique Meirelles.

Um dos principais articuladores do golpe parlamentar de 2016, que será revelado em detalhes no livro de Eduardo Cunha (saiba maisaqui), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso concedeu uma entrevista à jornalista Daniela Lima, na qual fez uma ameaça velada a Michel Temer, ao dizer que talvez ele não chegue a 2018.

"Temer tem noção de seu momento histórico. Tem que fazer coisas que não são populares, tomar decisões que podem não agradar, sobretudo às corporações. O desafio é chegar ao outro lado, 2018. Mas só vai chegar se tivermos um horizonte de esperança", disse ele.

O "só vai chegar" deixa claro que há a possibilidade de queda antes disso – até porque o PSDB ainda move a ação no Tribunal Superior Eleitoral que pede a cassação da chapa Dilma-Temer. Se a decisão acontecer em 2016, o Brasil terá eleições diretas ainda neste ano. Se ficara para 2017, o Brasil terá o "golpe dentro do golpe", com um novo presidente escolhido por eleições indiretas.

Na entrevista, FHC diz que as ruas podem ganhar a presença dos atingidos pela crise, no que seria "perigoso" para Temer.  "Os assolados pela crise ainda não se manifestaram. Quem esteve na rua antes foi outro tipo de gente e quem está agora é militância. Com essa grande massa não houve conexão. Pode haver? Pode. É perigoso? É", admite.

Ele reconhece que o quadro econômico é tão grave – o golpe colocou mais de 1,6 milhão de pessoas na rua – que dificilmente deste governo irá brotar um candidato viável.

"Hoje, a situação é de tal gravidade que será preciso ter continuidade durante anos para restabelecer a confiança não só nacional, mas internacional, no funcionamento da economia. E isso não vai dar bônus", diz ele, referindo-se a uma eventual candidatura de Henrique Meirelles.

Sobre as denúncias contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, FHC disse não querer "jogar pedra".

Brasil 247


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