“Os homens sábios usam as palavras para os seus próprios cálculos, e raciocinam com elas, mas elas são o dinheiro dos tolos”.

Thomas Hobbes (1588-1679), filósofo inglês, autor de Leviatã

dom
26
abr
2015

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A análise pedida pelo PSDB ao jurista Miguel Reale Júnior sobre a admissibilidade de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff não atendeu às expectativas dos que sonhavam com o golpe; segundo Reale, fatos ocorridos no mandato anterior não podem servir como pretexto para a derrubada de um governo; posição é semelhante à que já foi explicitada pelo procurador-geral Rodrigo Janot e pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ); bancada tucana na Câmara estuda, agora, pedir pareceres a outros juristas, mas o próprio Aécio tende a desembarcar do golpismo

247 – O tom de cautela do senador Aécio Neves (PSDB-MG) em relação a eventual pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (saiba mais aqui) tem uma explicação. O jurista Miguel Reale Júnior, ex-ministro da Justiça no governo FHC, a quem foi pedido um parecer técnico sobre o tema, não embarcou na tese.

Segundo Reale Jr., um governo, mesmo reeleito, não pode ser derrubado por fatos ocorridos na gestão anterior. Ou seja: a presidente Dilma só poderia ser alvo de um processo de impeachment por algo ocorrido em seu segundo mandato.

Com a negativa de Reale Jr., a bancada tucana na Câmara estuda pedir pareceres a outros juristas, segundo informa a coluna Painel:

Tente outra vez

Convencida de que Miguel Reale Jr. sustentará a tese de que o mandato anterior não pode ser usado para pedir o impeachment de Dilma Rousseff, a bancada do PSDB na Câmara tenta convencer Aécio Neves a contratar pareceres de outros juristas. A ideia é submeter a Ives Gandra Martins, Sérgio Ferraz e José Eduardo Alckmin pedido de abertura de processo preparado pela coordenação jurídica da sigla, que tem como base a omissão nos desvios da Petrobras e a "pedalada" fiscal de 2014.

A possibilidade de êxito nessa empreitada é mínima. Tanto que o colunista Elio Gaspari informa que o próprio Aécio deve desembarcar do golpismo, na nota abaixo:

AÉCIO

O senador Aécio Neves baixará o tom em relação ao impedimento da doutora Dilma. Resta saber o que colocará no balcão do PSDB. Desde que a doutora sequestrou-lhe a agenda econômica, Aécio transformou-se no trombone da orquestra, faz barulho com pouca melodia.

Brasil 247


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dom
26
abr
2015

heitor cabral economista

Quem também comemora o crescimento da Paraíba é o economista Heitor Cabral. Na sua avaliação, uma das razões pelas quais a Paraíba vem se destacando na economia nacional é que “apesar de está entre os Estados da Federação considerados mais pobres, nós somos virtualmente ricos, porque temos um tanto de reservas naturais que nos deixa em uma posição privilegiada”.

De acordo com o economista, “somos o segundo fabricante de cimento do país, perdendo apenas para São Paulo, e muito provavelmente com um pouco mais de atenção para este setor, seremos os primeiros da América Latina”.

Ele acredita por conta de recursos naturais que a Paraíba tem a exemplo das reservas de cimento, bentonita e outros minerais. “Este é um do nossos diferenciais. O único Estado no Nordeste que, eventualmente, pode nos sobrepujar é a Bahia por causa da sua extensão territorial”, apontou.

Comparando aos Estados vizinhos de Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará, Cabral observou que, o Produto Interno Bruto (PIB) Industrial da Paraíba tem crescido consideravelmente em dois segmentos: na fabricação de cimento e no setor de calçados. “Nós somos o segundo maior produtor de calçado do    país devido à mão de obra barata”.

De acordo com o Sebrae, o Polo Calçadista da Paraíba é hoje um dos setores mais importantes da economia paraibana, gerando em torno de 15 mil empregos diretos, nas 170 empresas formais existentes. A Paraíba se mantém em segundo lugar no país em exportação de calçados, atrás apenas do Estado do Ceará.

Heitor Cabral ressaltou também o setor de mineração e de serviços de mão de obra na Paraíba fazem a diferença e vêm se destacando no país, apesar do seu tamanho. Mas o economista disse que para a Paraíba se manter nesse patamar é preciso investir mais em conhecimentos de infraestrutura, não apenas em dinheiro. “A nossa região semiárida é muito rica e com potencial gigantesco, mas precisamos explorar os recursos naturais e esses recursos naturais são basicamente e fundamentalmente minerais”, avaliou.

Paraíba Já


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dom
26
abr
2015

A Casa do Choro, primeiro centro de referência ao gênero no Rio é inaugurado junto ao VI Festival Nacional do Choro, um encontro que contará com 20 grupos do Brasil e de outros países (Tomaz Silva/Agência Brasil)
A Casa do Choro, primeiro centro de referência ao gênero no Rio de Janeiro, é inaugurada em prédio antigo, restaurado, no Largo da Carioca  

Mais de um século e meio após o seu surgimento, o choro, um dos gêneros de música popular mais antigos do mundo, conta, desde ontem (25), com um espaço cultural e centro de referência integralmente dedicado a ele, na cidade que o viu nascer. A Casa do Choro – instalada em um prédio de 1902, na Rua da Carioca, centro histórico do Rio de Janeiro – foi inaugurada no final da manhã deste sábado (25), em clima de festa, embalada com a sonoridade do gênero e com a presença de grandes nomes da música instrumental brasileira.

Administrado pelo Instituto Casa do Choro, criado em 1999 e presidido pela compositora e cavaquinista Luciana Rabello, o espaço nasce com uma proposta ambiciosa. Além de dar continuidade ao trabalho de educação musical, formação de plateias e novos músicos, e de preservação de acervos – executada desde 2000 pela Escola Portátil de Música, mantida pelo instituto –, a Casa do Choro pretende, segundo Luciana, contribuir de forma decisiva para a internacionalização do gênero.

Um dos integrantes do Conselho de Honra da Casa do Choro, o músico Dori Caymmi aposta no sucesso internacional do gênero. “Você vai a países da Europa e aos Estados Unidos e vê vários grupos de choro, e o choro se espalhar lá fora é mais uma vitória do Brasil”, destacou. Dori disse que ficou emocionado com o convite para fazer parte do conselho, já que não se considera um chorão. “Eu até compus alguns, mas não tenho essa capacidade. Sou um músico brasileiro, que acredita no Brasil, e gosto muito mais do Brasil do que as pessoas estão gostando hoje em dia, apesar de estar morando lá fora [em Los Angeles, nos EUA]”.

Dori Caymmi também acentuou a importância da iniciativa na valorização da cultura musical genuinamente brasileira. “Temos muitos gêneros, muita riqueza, e sou radical em relação a isso, sou filho de um dos maiores compositores que essa terra deu”, frisou, referindo-se ao pai, Dorival Caymmi (1914-2008). “Foi uma vitória a Luciana e o Maurício Carrilho [vice-presidente do Instituto Casa do Choro] conseguirem esse espaço na atual conjuntura, em que as pessoas chamam o funk de manifestação cultural carioca”, ressaltou.

O Conselho de Honra é presidido pelo poeta e produtor musical Hermínio Bello de Carvalho, parceiro de Pixinguinha e letrista de um clássico do choro, Doce de Coco, de Jacob do Bandolim. Hermínio, que no mês passado festejou seus 80 anos, deu valiosa contribuição ao acervo da Casa do Choro, que a partir de agora ficará exposto à visitação pública e à consulta dos pesquisadores.

Instrumentos musicais, partituras, manuscritos, capas de discos, quadros de chorões do passado, retratados por pintores e chargistas, e fitas de rolo que pertenciam a Jacob do Bandolim constituem uma pequena amostra do acervo em exibição em uma sala do 1º andar da casa. Por meio do site da Casa do Choro, o público poderá ter acesso a muito mais. São cerca de 15 mil partituras digitalizadas e 2 mil discos de 78 rotações e long plays, além de vasto material bibliográfico e iconográfico.

De acordo com Maurício Carrilho, o teatro de 120 lugares, no térreo, vai ter programação contínua, mas o instituto – que recebeu recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Petrobras para a restauração do prédio, que estava em ruínas, e para a implantação do espaço – ainda busca apoiadores para a manutenção da casa. “No início, a gente vai ter que levar na marra, com os recursos que conseguir de ingressos e do pagamento das aulas” revelou.

Sobrinho de lendário nome da música instrumental brasileira, o flautista Altamiro Carrilho (1924-2012), o compositor, arranjador e violonista Maurício fala com orgulho da nova geração de chorões. “Há 20 anos, a situação do choro era dramática, não tinha nenhum jovem tocando e nenhum espaço dedicado a ele. Hoje, você vê em bares e reuniões alunos e ex-alunos da Escola Portátil de Música tocando.”

O poeta e produtor musical, Hermínio Bello de Carvalho, participa da inauguração da Casa do Choro, primeiro centro de referência ao gênero no Rio de Janeiro (Tomaz Silva/Agência Brasil)

O poeta e produtor musical, Hermínio Bello de Carvalho, preside o Conselho de Honra da Casa do Choro        

Orgulho também compartilhado por Herminio Bello de Carvalho ao se referir à criação da Casa do Choro. “Quando eu vejo a vitória dessa garotada, fico muito feliz, porque é um momento de valorização da melhor música brasileira. Muitos dos que eu conheci há 40 anos hoje são professores dessa escola e estão formando novos professores”, elogiou. 

Agência Brasil


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