“Os homens sábios usam as palavras para os seus próprios cálculos, e raciocinam com elas, mas elas são o dinheiro dos tolos”.

Thomas Hobbes (1588-1679), filósofo inglês, autor de Leviatã

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04
set
2014

Depois de participar de mais um debate com os postulantes ao Governo do Estado em uma emissora de rádio da cidade, o candidato da Coligação A Vontade do Povo, senador Cássio Cunha Lima (PSDB), seguiu no início da noite desta quarta-feira (3) para a zona oeste de Campina Grande, onde foi recepcionado com muita alegria pelos moradores do bairro das Malvinas.

Seguido por uma multidão vestida de amarelo, Cássio caminhou por cerca de 30 minutos pelas ruas do bairro, passando pela Rua das Jaboticabeiras até chegar na esquina com a rua Jamila Abraão Jorge, local do comício relâmpago.

No percurso, ao lado do candidato ao Senado Federal Wilson Santiago (PTB), o tucano foi saudado pela população, que além de demonstrar confiança na oportunidade de mudança da administração estadual, elogiou o senador pela postura no debate do final da tarde.

"É preciso manter a serenidade nessa campanha e continuar a trabalhar, conquistando sempre mais um voto, para que os paraibanos, a partir de 1º de janeiro, reencontrem um governo de paz e de diálogo", discursou Cássio, estendendo o pedido de apoio para Wilson e os demais candidatos a deputado da Coligação A Vontade do Povo que prestigiaram o comício.

Os concorrentes a uma cadeira na Câmara Federal Pedro Cunha Lima (PSDB), Walter Brito Neto (PTB) e o vice-governador Rômulo Gouveia (PSD) estiveram no palanque ao lado do prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSDB).

Também se fizeram presentes os candidatos a deputado estadual Eva Gouveia (PSD), Guilherme Almeida (PSC), Renato Gadelha (PSC), Deusinha (PSDB), Tovar Correia Lima (PSDB), Bruno Cunha Lima (PSDB), Manoel da Farmácia (PPS), Rômulo Cavalcante (PSD), Ivo Barbosa (PR), Kaique Henrique (PMN) e João dos Fogos do PSD (estaduais).

Cássio ainda desafiou Ricardo Coutinho a testemunhar, in loco, com ele o andamento das obras que o Estado estaria realizando na urbanização do Açude de Bodocongó. Os serviços estão praticamente paralisados há várias semanas, após a assinatura da ordem de serviços.

Assessoria


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04
set
2014

“Os alemães perderam a Batalha da Inglaterra, para depois perderem a guerra. Depois do fogo, a máquina de Wiener foi a maior invenção do homo sapiens”

Sitônio PintoOtávio Sitônio Pinto*

A família do desenhista Deodato Borges foi uma das vítimas dos saques e dos incêndios do golpe de 1930. A loja de seu pai foi alvo da turba furiosa. Os estabelecimentos dos republicanos eram atacados por apaixonados e oportunistas. Uns para queimar, outros para roubar. Assim foi, também, com as empresas do pai do pediatra Francisco Diniz, avô do médico Aderson Diniz, do engenheiro Ronaldo Diniz, do bioquímico Haroldo Diniz. Mais houvessem Diniz teriam sido atacados.

O procedimento era o mesmo em todos os estabelecimentos dos republicanos: primeiro o saque, depois o fogo. Essa operação foi repetida durante a Segunda Guerra Mundial, contra o patrimônio dos cidadãos de origem alemã ou italiana. O médico Chico Porto, clínico e cirurgião dos pobres, no tempo em que não havia o Serviço Único de saúde (SUS), era filho de italianos. Ele mesmo chegou ao Brasil com apenas dois anos. Pois a turbamulta não considerou os serviços prestados por meu Padrinho Porto aos brasileiros e ao Brasil: saquearam e queimaram a sapataria da família.

Deodato deu ao Brasil sua criação maior: o desenhista Deodato Filho, que faz sucesso nos Estados Unidos. Mas que não sai do Brasil: ele desenha e remete seus quadrinhos pela maravilha da cibernética, como nós trocamos e-meios com os amigos e as amigas.

Dia desses vi no fim da Avenida Beira Rio um outdoor homenageando a pessoa de Deodato pai, recentemente desaparecido do nosso convívio. Não deu para ler todo o cartaz, pois era de noite, e outdoor é uma peça que se lê em movimento: por isso, não deve ter mais que cinco palavras. Homenagem merecida, e ainda inusitada entre nós, essa de cultuar a memória dos realizados com uma peça de rua como o outdoor. Vou voltar lá para ler o resto do cartaz.

Trabalhei com os dois Deodatos no Sistema Correio da Paraíba, onde fui redator e articulista do jornal com a minha coluna “Farolito”, reativada aqui na União, como se vê no cabeçalho deste espaço. Deodato pai atuava como diretor da Rádio Correio e o filho como chargista.

Nos tempos em que os Diários Associados eram uma potência nacional, Deodato pai foi diretor geral dos Diários Associados no Recife. Depois veio emprestar seu talento à terra natal. Tanto ele como o filho não sabiam ficar longe da origem. O filho fez e faz sucesso na Terra de Marlboro, onde tem contrato de trabalho, mas reside aqui e trabalha daqui, no conforto do lar e da família, despachando suas criações pela Net.

A máquina de Norbert Wiener foi uma das maravilhas geradas pela Segunda Guerra Mundial. Os ingleses precisavam de um equipamento que calculasse e administrasse seu fogo antiaéreo, e Wiener foi chamado, com uma equipe de cientistas, para inventar essa máquina mágica. Deu no computador, que Wiener diz que foi inventado pelos árabes, com o ábaco. Os alemães perderam a Batalha da Inglaterra, para depois perderem a guerra. Depois do fogo, a máquina de Wiener foi a maior invenção do homo sapiens. Permite que talentos como Deodato Filho trabalhem em Marlboro Country morando na Paraíba.

Numa escala menor, isso acontece comigo: publico n’ A União essas mal traçadas que escrevo sem sair de casa. Antigamente, no tempo em que trabalhava com Deodato pai, ia ao jornal fazer a coluna. Podia fazer em casa, mas tinha que levar a folha datilografada até a redação. Eu preferia fazer no jornal, onde tinha assunto e o calor dos colegas – que ainda me tiravam as dúvidas, pois não havia o corretor ortográfico do fogo antiaéreo de Wiener.

De lambuja, Wiener ainda fez um livro maravilhoso, Cibernética, que mais parece uma história de Trancoso. Só lhes faltam ilustrações dos Deodatos.

*Jornalista, escritor, poeta, ensaísta, publicitário e membro do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, da Academia Paraibana de Letras e da Academia de Letras e Artes do Nordeste.


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