“Os homens sábios usam as palavras para os seus próprios cálculos, e raciocinam com elas, mas elas são o dinheiro dos tolos”.

Thomas Hobbes (1588-1679), filósofo inglês, autor de Leviatã

ter
02
set
2014

Concursos públicos para aumentar a frota, integração das forças de segurança, reforço no policiamento rural e escolar e a retomada das ações preventivas nas divisas do Estado, foram algumas das propostas apresentadas pelo candidato a governador pela coligação A Vontade do Povo, Cássio Cunha Lima (PSDB), no programa eleitoral dessa segunda-feira (1º).

Para Cássio, a redução dos índices de criminalidade na Paraíba só será possível com o enfrentamento direto das deficiências que o setor apresenta no momento. Uma dos mais graves é a redução que a tropa registrou nos últimos anos. Até o início de 2009, a Paraíba tinha 2.136 policiais civis e 10.539 policiais militares. Este ano, são apenas 1.850 policiais civis e 9.134 militares. “Vamos fazer concurso anualmente e convocar os aprovados. Segurança se faz com gente qualificada e treinada”, garantiu.

Outra ação importante defendida por Cássio é a integração das Polícias. O candidato a governador tucano lembra que, à época em que governou a Paraíba, implantou o Gabinete Integrado de Segurança, uma experiência pioneira que serviu de exemplo para outros Estados e que foi desativado pela atual gestão. Cássio quer reativar esse mecanismo e atuar de forma integrada também com municípios e com a sociedade civil.

Para tanto, a gestão pretende atuar em parceria com as prefeituras para implantar câmaras de monitoramento nas ruas das principais cidades e formar uma rede com a segurança privada dos condomínios, que monitoram ruas e algumas praças.

Cássio também vai reativar e modernizar a Operação Manzuá, para fortalecer o policiamento nas divisas do Estado, impedindo a entrada de drogas e que bandidos de Estados vizinhos venham à Paraíba cometer crimes.

Assessoria


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ter
02
set
2014

Com a pauta de votações trancada pela Medida Provisória (MP) 648, que flexibilizou o horário de transmissão do programa A Voz do Brasil durante os jogos da Copa do Mundo, a Câmara inicia hoje (2) o último esforço concentrado antes do primeiro turno das eleições deste ano. Outro assunto que deverá constar da pauta é o projeto que pretende sustar o decreto presidencial que criou a Política Nacional de Participação Social.

Também tranca a pauta o projeto que cria regras nacionais de acesso e repartição de benefícios dos recursos genéticos da biodiversidade, com a previsão de pagamento de royalties. A proposta tramita em regime de urgência constitucional, já recebeu mais de 100 emendas e sequer tem relator definido. Portanto, não há possibilidade de ser votado no plenário antes das eleições.

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), deverá reunir-se na parte da tarde com os líderes partidários para definir as matérias que devem ser incluídas na pauta desta terça-feira à noite e da manhã de quarta (3). Há muitas matérias prontas para serem incluídas, mas para que isso ocorra serão necessários acordos entre as lideranças partidárias.

Agência Brasil


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ter
02
set
2014

“O preconceito é um artifício do inconsciente para que o opressor se sinta justificado por sua atitude discriminatória

Sitônio PintoOtávio Sitônio Pinto*

Se Patrícia fosse patrícia não teria xingado o goleiro Aranha no jogo em Porto Alegre. A capital gaúcha tem uma grande tolerância racial. Lá, os negros são minoria – cerca de 2% (dois por cento) da população. A cidade tem uma, uma formação étnica variada, constituída de descendentes de portugueses, espanhóis, italianos, alemães, judeus, árabes, índios, africanos etc.

Mas Patrícia Moreira não tem o espírito da democracia racial gaúcha. O Rio Grande do Sul, em que pese sua grande maioria branca, já elegeu um governador negro – fato que poucos estados brasileiros têm no seu currículo político. Alceu de Deus Collares não só foi govenador do Rio Grande do Sul como também foi prefeito de Porto Alegre. E deputado federal por vários mandatos.

Agora os pagos do Negrinho do Pastoreio me surpreendem com a atitude racista de Patrícia Moreira, a torcedora do Grêmio Foot-ball Porto-Alegrense, que xingou o goleiro Aranha, do Santos, de macaco. Mário Lúcio Duarte Costa tem esse apelido de Aranha por conta do goleiro russo Yashin, o Aranha Negra. O treinador Custódio, do Ponte Preta, botou esse nome de guerra em Mário Lúcio por considerá-lo um grande goleiro, como o do Dínamo de Moscou, no seu tempo o melhor do mundo.

Será que Mário Lúcio é Duarte de Princesa minha terra, parente de Zé da Rádio e de Zé de Vó, e do tribuno Alcides Carneiro? E Costa dos meus filhos, pela outra banda? Meu menino Tiago é do seu tamanho: mede 1,90, que eu medi, e Mário Lúcio tem 1,91. Mário já tem nome de bicho, Aranha; não precisava a torcedora do Grêmio chamá-lo de macaco. Essa atitude demonstrou um preconceito triplo: contra os negros, contra os macacos e contra as aranhas.

Há ilhas do Pacífico em que se empregam macacos como tiradores de cocos. Eles sobem até o olho do coqueiro e tiram os cocos maduros, que distinguem bem dos verdes. Tiram até 800 cocos por dia, mais que um homem. E se treinarem macacos para goleiros? Fico pensando no que será do pessoal formado em informática como Alexandre meu filho, quando começarem a contratar macacos para operar computadores. Já fizeram essa experiência. Eles são habilíssimos, mais que os humanos.

O preconceito é um artifício do inconsciente para que o opressor se sinta justificado por sua atitude discriminatória. Para que ele escravize, é necessário que julgue o escravo um ser inferior. Que o escravizado não tenha alma nem razão. Por isso podem ser tão explorados. Os macacos trabalhadores ainda oferecem mais-valia a mais: não discutem salário nem obrigações trabalhistas.

Outros animais já são contemplados por praxes consuetudinárias do trabalho: os cães farejadores das polícias, são aposentados aos sete anos. E, lá em nós, costuma-se aposentar os equinos por volta dos vinte anos. Os animas de carroça de Belo Horizonte só trabalham um expediente. Mas ainda não se aposentam os bois, nem mesmo os bois de carro: estes são abatidos ao fim de uma vida operosa. Sei de um boi de carro que se ajoelhou, implorando para não ser abatido, mas não tiveram dó.

Voltando a Patrícia Moreira: o gaúcho Alceu Collares também é torcedor do Grêmio. Isso quer dizer que o comportamento de Patrícia não é próprio dos torcedores do Grêmio. Nem dos gaúchos. Ela já perdeu o emprego e teve de se mudar. Sua casa foi apedrejada. Isso lembra a passagem evangélica em que Jesus disse aos que queriam apedrejar a pecadora: “Quem nunca errou, atire a primeira pedra”.

Aí um popular jogou uma banda de tijolo bem no meio da testa da infeliz. Jesus repreendeu o justiceiro: “Manuel, eu disse: quem nunca errou”. Manuel retrucou: “Mestre, dessa distância eu nunca errei!” Eita, alguém pode achar essa parábola preconceituosa contra os manueis, e eu retiro o que disse.

*Jornalista, escritor, poeta, ensaísta, publicitário e membro do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, da Academia Paraibana de Letras e da Academia de Letras e Artes do Nordeste.


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